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PORTAL VITRUVIUS. Concurso Público de Arquitetos para Modernização do Conjunto Desportivo do Ibirapuera. Projetos, São Paulo, ano 03, n. 028.01, Vitruvius, jun. 2003 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/projetos/03.028/2215>.


Um chão da cidade

A idéia central do projeto é a de constituir o Constancio Vaz Guimarães como um fragmento da idéia de parque. Um grande chão que integra todas as estruturas existentes e permite a fruição pública do espaço como uma continuidade da cidade. Propomos que o Complexo seja uma hipóstase da atividade pública: a praça, o adro, a rua e transforme os equipamentos em ícones de um novo espaço organizados pelo grande plano.

Se quisermos resumir o sentido desta proposta em uma idéia, diríamos que o projeto desenha um novo chão.

Recreação e competição

A interpretação do programa para o CVG nos permitiu trabalhar sobre estes dois conceitos: manter-se como um Centro de excelência para o esporte, dotado das mais modernas instalações para o esporte de competição e, ao mesmo tempo, por tratar-se de uma área pública significativa, abrigar em suas estruturas espaços de recreação e convivência. As praças, as quadras suplementares na Nova Estrutura – CFE – fazem este aporte com a comunidade.

Horizonte com valor

O complexo CVG insere-se na malha urbana como um elemento do corpus institucional do Ibirapuera. Reitera o caráter tipológico das edificações de predominância horizontal, que aos poucos vai se sedimentando como um contraponto à tendência verticalizadora do entorno. Em nosso projeto preservamos a idéia da horizontalidade como valor e a nova estrutura que propusemos para abrigar o Centro de Facilidades e Entretenimentos, assim com as transformações solicitadas para as demais edificações do Conjunto buscaram a estabilização da morfologia existente nos edifícios institucionais.

A horizontalidade seria a marca da esfera pública em equilíbrio à verticalidade da ação privada.

Geometria oculta

No CVG o grande eixo diagonal que organiza as três construções: Ginásio de Esportes; Estádio e Poliesportivo busca constituir uma ordem autônoma frente ao território, com um traçado de base clássica que visto pelo alto o faz lembrar uma nave renascentista. O ginásio de piscinas projetado pelo arquiteto Nestor Lindemberg, também procura estabelecer-se a partir deste eixo diagonal, implantando-se a um eixo rotacionado em 300º. Esta ordem geométrica, no entanto, oculta-se ao observador, que confundido ainda pelas intervenções circunstanciais no complexo: galpões, canteiros, estacionamentos, tendem a entendê-lo como aquilo que não é: um aglomerado de edifícios sem lógica aparente.

Nossa proposta busca a revalidação da geometria original através de ações mitigadoras – como a eliminação de todas as intervenções circunstanciais no território – e a implantação de um novo traçado para o chão público. Pretende-se a constituição de uma nova ordem aparente, que organize edifícios e áreas livres num novo desenho para a cidade.

O novo chão público – praças

O projeto assume como premissa a remoção de todas as construções circunstanciais existentes na área – incluindo-se os canteiros – permanecendo apenas as instalações esportivas principais. Propõe a integração de todas estas instalações através de um novo chão público, conformando três novas praças e definindo um sistema espacial onde, ao mesmo tempo em que configuram um plano de base para as construções existentes, fazem a extensão das calçadas do entorno, integrando-se à cidade.

Traçados reguladores

O traçado geométrico que orientou a implantação dos atuais equipamentos ao longo de um eixo diagonal, será revitalizado por uma nova ordem complementar que define o perímetro das praças; o bosque e a implantação da Nova Estrutura – CFE.

O bosque – nova política para a área verde

Buscamos diferenciar as áreas coletivas em secas e verdes, destinando as primeiras – as praças – à concentração e fluxo de público e as áreas verdes para recreação e contemplação. Propomos a concentração do verde em um maciço, definido na cabeceira do novo traçado geométrico, para que funcione como uma espécie de bosque, beneficiando-se da concentração. Para isso propomos a retirada dos canteiros esparsos que serão substituídos com larga vantagem pela nova área. A superfície verde proposta terá aproximadamente 5 mil metros quadrados.

A expansão da Praça Ícaro de Castro Mello

Hoje um resíduo do traçado viário, pouco mais que um grande canteiro delimitando duas vias, propomos para a praça Ícaro de Castro Mello a extensão de seu piso para dentro da área do CVG, transformando em via de pedestre a rua que a separa do complexo. Esta solução, sem que se altere os limites jurídicos entre propriedade e via pública, possibilitará uma nova frontalidade para a Nova Estrutura proposta para esta face – ampliando a área de passeio – e tornará mais digna a escala da praça.
A nova estrutura – CFE+alojamento+recreação

Propusemos um único edifício de desenvolvimento horizontal para abrigar as novas funções propostas pelo edital – o CFE – ao qual agregamos todo o conjunto de alojamentos no teto terraço e um pavimento de quadras esportivas conversível em espaço para shows e eventos. O programa se completa com um pavimento destinado ao Centro de compras e alimentação no piano nobile a meio nível acima do solo e outro a meio nível abaixo do solo, abrigando o Centro de convenções; Centro de Imprensa e Administração. O edifício, implantado paralelo ao Ginásio de piscinas, reconstrói o alinhamento para a rua XYZ e abre-se para a nova praça Ícaro de Castro Mello.

Alojamento

A solução proposta para os alojamentos foi a de potencializar o teto terraço da Nova Estrutura, criando uma vila de atletas com acesso e vida independentes do restante do edifício. O espaço é definido por duas grandes praças com 600 m2, para a qual se abrem os apartamentos e as áreas comuns. A vila é composta em três pavimentos: um térreo destinado às áreas coletivas e serviços – praças; estares, refeitório e lavanderia – e dois andares de apartamentos.Ginásio coberto de piscinas

Reformulamos funcionalmente o Ginásio de piscinas, envolvendo-o com uma nova pele. Esta nova estrutura será composta por um conjunto de cinco pórticos, que suportarão um sistema retrátil de fechamento e receberá uma grande fachada de vidro para o átrio: a praça que o conecta ao Ginásio. O nível atual de acesso às arquibancadas, na cota + 3.00 será estendido em todos os quatro lados, formando um grande anel – ou mezanino – para concentração de público e serviços.

I. Decisões urbanísticas

O novo chão público: as praças

O projeto propõe a integração de todas as instalações esportivas através da criação um novo chão público. Este chão é resultante da supressão de todas as estruturas oportunistas, cujas funções serão relocadas para os novos equipamentos: ginásio de judô; quadras de tênis e de esportes; canteiros; estacionamentos, etc. Como resultante, três novas praças formarão um sistema espacial onde, ao mesmo tempo em que configuram um plano de base para as construções existentes, fazem a extensão das calçadas do entorno, integrando-se à cidade.

O átrio

Acesso à rua Manoel da Nóbrega, o átrio será a praça central dos esportes, fazendo frente ao Ginásio de Esportes, ao ginásio de Piscinas e conectando ainda o estádio. Será a grande praça cívica do complexo, funcionando como um grande pátio de concentração de público, como espera dos estádios. Sua forma retangular com 60 metros de largura é resultante do novo traçado regulador e poderá receber os quiosques em dias de eventos. Para sua implantação devem ser removidos o ginásio de Judô; as quadras de esportes, o canteiro central e os estacionamentos.

A praça do meio

A praça do meio é a área de principal concentração para o acesso ao estádio de atletismo e um importante corredor de conexão entre as duas grandes praças. Tanto quanto o Átrio, tem vocação para receber quiosques e deve tornar-se um espaço de concentração complementar às duas praças laterais. Seu forma de corredor a vocaciona a um espaço de grande animação.

A nova praça Ícaro de Castro Mello

O acesso defronte a praça Ícaro de Castro Mello deverá transformar-se na terceira praça do complexo, conectando a praça do meio; o Ginásio de esportes; a Nova estrutura e a rua. Esta grande praça, a maior entre as três resulta do novo traçado regulador, abrindo-se de forma radial para a rua.

Propomos uma operação urbanística, sem que se altere os limites legais entre a propriedade e a via pública, que é a de se estender o piso da praça até a atual praça Ícaro de Castro Mello, transformando a alça de acesso à rua Marechal Stenio Albuquerque de Lima em via de pedestre com acesso exclusivo de veículos para o estacionamento do CVG. A atual praça, hoje um resíduo do traçado viário, seria incorporada a este piso ampliando sua extensão até o limite da praça do meio. O objetivo é que a nova praça Ícaro de Castro Mello, se apresente mais digna como espaço urbano, numa deferência direta também à figura do arquiteto que lhe empresta o nome, tão importante que foi para a história do Complexo.

Para a incorporação da praça ao complexo propomos o alargamento da rua Marechal Stenio Albuquerque de Lima no perímetro da atual praça, transformando-a em mão dupla.

II. Arquiteturas

A nova estrutura

Centro de Facilidades e Entretenimentos (CFE) / Alojamentos / Quadras esportivas

O novo edifício do complexo, que chamamos de Nova Estrutura, irá abrigar o Centro de Facilidades e Entretenimento – conforme edital – e agregar outras duas funções relocadas na nova proposta: alojamentos e quadras esportivas: tênis e poliesportiva de recreação.

Implantação

O edifício será implantado face à rua Abílio Soares, ocupando a área destinada atualmente pelas quadras de tênis e FPT, estendendo-se até a atual entrada. Está contido integralmente dentro dos limites do lote, mas se beneficiará da ampliação do passeio público à frente, incorporando a atual praça Ícaro de Castro Mello. Será acessado em todas as quatro faces:

  • pela rua Abílio Soares através das rampas em tres níveis;
  • pela praça Ícaro acesso ao nível do Shopping e ao meio nível inferior;
  • pela rua de fundos, junto ao estádio: acesso exclusivo aos Alojamentos;
  • pela rua do Poli: acesso ao shopping e ao meio nível inferior.

Programa

Distribui-se nos seguintes pavimentos:

  • sub-solos: cotas – 3.00 e – 4.00: estacionamentos;
  • meio nível inferior: cota – 2.00: Centros de Convenções e Imprensa;
  • meio nível superior: cota + 2.00: Centro de Compras;
  • cota + 6.00: Quadras esportivas e Eventos;
  • cota + 16.00: Alojamentos em três pavimentos.

Estrutura portante

Será em concreto armado com módulo estrutural de 10,00 X 16,00 m até o pavimento do Centro de Compras. O pavimento de quadras esportivas receberá uma grelha apoiada no alinhamento de colunas periféricas, cumprindo um vão entre apoios de 34,00 m. Para os andares superiores – alojamentos – desloca-se o eixo das colunas periféricas em ambos os lados para as extremidades (3,00 m.), totalizando a largura de 40 metros do edifício, computando-se as placas de vedação laterais e definindo o vão de iluminação e ventilação zenital para as quadras.

Alojamentos

Propomos a concentração de todos os alojamentos numa única estrutura, relocando todos os dispersos nas atuais instalações e agregando as novas unidades solicitadas em edital. Potencializando a estrutura do grande teto terraço da Nova Estrutura, propusemos um modelo de vila habitacional horizontal, ao modo de uma longa quadra urbana em três pavimentos, onde o pavimento térreo ou de acesso abrigará todas as funções coletivas: estares; refeitório; lavanderia e praça de convivência e os dois pavimentos superiores, os alojamentos.

A módulo da unidade compõe-se de dois dormitórios abrigando quatro beliches cada um articulados por uma área central com vestiários; sanitários, copa e um pequeno tanque para roupas íntimas. O acesso às unidades se dá por passarelas externas. O pavimento térreo concentrará todas as áreas coletivas: refeitório e cozinha; lavanderia coletiva e um conjunto de espaços de estares especializados em áreas de convívio; salas de estudo – considerando-se a grande porcentagem de estudantes que habitam o complexo – e salas de TV. As duas grandes praças internas, como dois solários, organizam o conjunto e propõe o isolamento do espaço frente a rua.

Ginásio coberto de piscinas

Decidimos pelo envelopamento total da atual estrutura para facilitar o sistema de vedação térmica e a clareza estrutural e espacial do novo edifício. Conceitualmente propomos que o volume se configure como uma caixa cuja superfície voltada para a grande praça – o átrio – seja toda de vidro para revelar o sistema de pórticos do atual ginásio.

O novo envelope será constituído por um conjunto de cinco pórticos biarticulados e triangulados, em aço de alta resistência que cumprem um vão de 80,00 metros. A cobertura retrátil trabalhará nos campos entre pórticos, compondo quatro conjuntos de placas deslizantes para cada lado sobre quatro fixas. O sistema de abertura proposto é de trilhos laterais por onde deslizam as placas acionadas por quatro motores (conforme esquema gráfico). Este sistema propicia ao espaço, quando a estrutura estiver aberta, que as arquibancadas estejam sempre cobertas.

ficha técnica

Arquiteto
Francisco Spadoni

Colaboradores
Selma Bosquê, Alexandre Nalin, Lauresto Esher, Jaime Vega, Alice de O. Lima, Felipe Annunziato, Gustavo Jacob, Carlos E. Packer, Raymundo de Paschoal, Luciano Bernini, Alexandre Spadoni, Nelson Kon.

source
Equipe de trabalho
São Paulo SP Brasil

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028.01 Concurso
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original: português

source
IAB-SP
São Paulo SP Brasil

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