O novo sistema integrado de transporte público é baseado em dois princípios básicos: organização operacional dividida em Sistema Estrutural e Local e novo sistema de tarifação eletrônica.
O dito Sistema estrutural é composto das grandes artérias de circulação da cidade, complementado pelo Sistema Local que efetua os complementos das viagens. A tarifação eletrônica viabiliza o sistema, pois o usuário utiliza o mesmo bilhete para tomar até três ônibus: de seu bairro até um eixo estrutural e depois do eixo até o local de trabalho.
Nas grandes artérias de circulação existirão faixas exclusivas de ônibus à esquerda, sem barreiras físicas: não se trata de corredores de ônibus nos moldes de uma Avenida Santo Amaro. A faixa exclusiva disporá de controle eletrônico de uso, com multas para quem invadi-la, sem barreira física. Existirão também faixas exclusivas à direita, em locais onde não é viável à faixa à esquerda.
O sistema prevê uma distribuição conforme a demanda e a infra-estrutura necessária ao seu funcionamento: 46 Terminais de ônibus (14 já existentes) e 350 Estações de Transferência, cada uma composta de 2 a 4 abrigos para o usuários, conforme a demanda de fluxo do cruzamento.
Três pontos fundamentais devem ser destacados do novo sistema: existirão mapas de ônibus para toda a cidade. Todos os abrigos disporão de painéis de mensagens variáveis, que informarão ao usuário a situação do seu transporte. Existirão câmeras instaladas em todos os abrigos para melhorar as condições de segurança da linha.
As estações de transferência (ETs)
Concepção
A concepção do Projeto das Estações de Transferência surgiu da síntese entre a problemática colocada pela SPTrans e de uma idéia de projeto que procura englobar os dados do problema em uma forma unitária, redirecionando alguns conceitos pré-estabelecidos.
O conceito de modulação das estações deveria obedecer a um módulo mínimo de 8 metros, repetindo-se para as estações de 16 e 40 metros.
O problema da junção destes módulos, em ruas inclinadas, com as tradicionais “escadinhas’ resultantes era um dos abacaxis.
Além das locações de Estações nos canteiros centrais das avenidas, existia também a locação das Estações nos passeios públicos, com comércios adjacentes.
Visto esses dados, decidimos que as Estações não deveriam “ter uma fachada”, mas se reduzir a uma interferência mínima com os confrontantes. Era impossível de se solucionar os problemas levantados privilegiando o corte transversal das estações, um tanto implícito quando se fala em abrigos de ônibus.
A solução dos pórticos longitudinais colocou o problema dos módulos e das interferências com os confrontantes de uma outra maneira, criando outra maneira de executar um abrigo. A estrutura metálica dos pórticos possui estruturas transversais apoiadas sobre pilaretes redondos e travadas por perfis “I”.
Forma e estrutura
O desenho é limpo, simples, sem elementos que colaborem para a poluição visual da cidade.
A idéia de uma casca, um abrigo, que proteja o usuário e interfira um mínimo com os elementos urbanos existentes.
A estrutura é formada por dois pórticos metálicos, paralelos, cada qual constituído de uma estrutura de 22cm de altura vencendo um vão máximo de 40 metros, com apoios pontuais de 9cm de espessura.
O pórtico é desenhado com duas curvas nas extremidades, criando a continuidade piso teto e definindo a noção de objeto estanque, tensionado, aerodinâmico: estética automobilística, imagem tecnológica.
A estrutura é leve, em conseqüência as cargas na fundação são pequenas, e as interferências com o existente, são poucas e maleáveis.
Modulação e flexibilidade
O objeto foi tratado em seus elementos mínimos: a viga do pórtico possui altura e largura total de 26,7cm (com acabamento) e comprimento variável conforme as necessidades: a modulação tomada como referência foi “o modulor” de Le Corbusier, principalmente para o mobiliário.
Este conceito de modulação foi trabalhado para a definição de um módulo básico pequeno, em centímetros, podendo ser ampliado (somado) conforme as necessidades.
Desta modulação obtemos flexibilidade na largura e no comprimento das estações, combinando necessidades de fluxo e interferências com a infra-estrutura existente, solucionando com o conceito do projeto sua implantação em passeios estreitos dos corredores comerciais.
Materiais e acabamentos
A estrutura em aço foi pensada para a produção em série. os elementos complexos do projeto, as curvas, são idênticas, qualquer que seja o tamanho da estação.
A vedação superior é constituída de chapa metálica nervurada, recebendo uma pintura de base cerâmica para a proteção térmica.
Os forros são em chapa perfurada, modulares, formando um sanduíche onde temos o isolante acústico.
Nas laterais dos abrigos, placas de policarbonato transparente tratados anti-abrasão instalados na parte superior aumentam a proteção do usuário e fornecem um suporte para a comunicação visual.
Os pisos adotados são ladrilhos hidráulicos e pisos podotáteis, permitindo a continuidade dos passeios existentes com baixo custo.
Custo, montagem e manutenção
O processo de implantação é de extrema agilidade, podendo as peças virem acabadas de fábrica, e apenas instaladas no local: maior controle de qualidade e rapidez de execução.
Toda a parte central (longitudinal e transversalmente) da estação é livre e suporta a convivência com árvores, caixas de piso e outras infra-estruturas existentes.
O desenho das estações foi pensado de modo a facilitar sua manutenção, sua geometria propicia a auto-limpeza através das chuvas sobre sua “carroceria”, a concepção dos módulos de forro em peças modulares permitem agilidade no acesso às instalações.
ficha técnica
Barbosa & Corbucci Arquitetos Associados S/C Ltda.
Arquitetos
Julio Corbucci (Jupira), Marcelo Consiglio Barbosa, Heralcir Cesari Valente da Silva, Antonio Carlos Rossi Junior, Carlos Arellano Rivera, Luiz Fernando Farkas Crepaldi, Fábio Mosaner
Estagiários
Lia Matorin Barbosa de Oliveira, Marcela Rodrigues Batista, Ana Cecília Siqueira Parente de Mello
Informática
Alexandre Kishimoto
Consultoria luminotécnica
Stúdio Ix / Guinter Parschalk
Consultoria fundações
MS Engenharia S/C Ltda. / Marcelo de Souza
Projeto estrutura metálica
Ernesto Tarnoczi Jr. S/C Ltda. / Ernesto Tarnoczi
Consultoria conforto
Schaia Akkermann Acústica / Schaia Akkermann
Consultoria impermeabilização
Proassp / Virgínia Pezzolo
Projeto instalações elétricas
Formato / Fábio Daniel Hadad
Projeto instalações hidráulicas
Shoji
Maquetes
Kenji Maquetes S/C Ltda. / Silvio Luiz Borges
Maquete Stúdio S/C Ltda. ME / Sérgio Augusto Gomes
Projeto comunicação visual
Zol Design / Renato Salgado
Projeto estrutura concreto
Gepro Engenharia / Fernando Moraes
Quantitativos e orçamento
Nova engenharia / Mauro Zaidan