A ponte como um museu. Um museu como uma ponte
A observação da topografia do terreno nos conduz a um desejo quase irresistível de sobrepor o vale através de uma ponte, unindo as duas pequenas colinas que se apresentam como a característica mais marcante do lugar.
Procurando conciliar os aspectos subsequentes relativos ao programa arquitetônico/museológico e sua inserção no terreno, percursos internos e de conexão entre edifícios do Neighborhood Park, bem como diversos outros aspectos técnicos e funcionais, nos damos conta de que a ponte, enquanto partido arquitetônico, apresenta uma quantidade enorme de vantagens em relação a outras possibilidades. A ponte é também uma solução de impacto ambiental controlado, dado que se sustenta com apenas quatro pontos de apoio e permite uma desejável transparência para o edifício, em face do entorno e do verde.
A ponte se revela também como uma inesgotável fonte de poesia, abre-se para uma infinidade de interpretações metáfóricas e analógicas e, tem sido, ao longo da história, um dos prediletos temas para a engenharia civil e para a arquitetura.
O projeto
De maneira geral, o projeto define o museu propriamente dito como uma caixa suspensa com dois níveis internos (a partir da cota 14,00), onde estão os ambientes de exposição, de uso público e institucional. Para os setores infraestruturais do museu, o projeto prevê dois níveis de subsolo (0.00) contendo as áreas de storage e estacionamento coberto. A separar estes dois setores distintos está o nível térreo (+8,00), que se configura como uma praça aberta sob a caixa do museu, esta sendo o principal nível de acesso externo. Temos portando a definição de níveis como dois subsolos (cota 0,00 e 3,00), térreo (cota 8,00) e dois pavimentos (cota 14,00 e 18,50).
Design Strategies
Na escala urbana e da consolidação do Neighborhood Park como um complexo cultural o projeto contribui com o desenho de um percurso linear interno ao longo das cotas mais elevadas do território, conectando os edifícios a partir do Kyonggi Provincial Museum e possibilitando a sua extensão para leste em direção ao futuro korean Music Performance Hall, embora a posição de sua implantação seja neste momento desconhecida.
Em relação 'a rua e seus vizinhos imediatos, mais visivelmente a School and the Gymnasium, o projeto oferece a sua grande fachada pública, identificando-se através da escadaria que leva 'a praça aberta de acesso em primeiro plano e do volume principal suspenso do museu logo depois, perfazendo um conjunto arquitetônico de grande impacto visual.
O acesso principal ao museu se faz através da praça aberta no nível 8,00, que como vimos é neste projeto o pavimento térreo. Para acessar a praça pode-se recorrer 'as escadarias e 'a rampa a partir da rua ou por elevador a partir do estacionamento coberto no nível 0,00 (subsolo). A partir da praça, que é também um espaço para esculturas a céu aberto, pode-se acessar o lobby do museu por escadarias ou pelo elevador. O lobby também pode ser acessado pela passarela da ponte em sua outra extremidade já no nível 14,00, sendo esta um ponto do percurso linear do Neibourhood Park citado anteriormente, para onde convergem também as saidas de emergência. A rampa que tem seu início junto 'a rua perpassa a praça aberta no nível 8,00 e continua a atravessar o terreno no sentido de sua profundidade, sua contrução é um pequeno gesto de reconstituição do caminho natural já utilizado como eixo longitudinal e assim vinculando-se 'as áreas destinadas a futuras ampliações. Como parte integrante do conjunto arquitetônico e paisagístico o projeto prevê a contrução de um pequeno lago a partir do represamento de água na cota 10,50. Esta agua percorre posteriormente a Praça de Acesso sob a ponte-museu e desce junto 'as escadarias até um pequeno tanque no limite do terreno junto 'a rua.
O edifício possui um pequeno elevador que serve apenas o primeiro e o segundo pavimentos da caixa do museu pois seu uso está mais vinculado 'a administração, 'a curadoria e aos research labs. Para o transporte vertical de carga e de pessoas e grupos de pessoas o projeto propõe um único e grande elevador que é ao mesmo tempo um freight lift. Sendo que os horários de montagem são distintos dos horários de visitação pública não há conflito de circulações nem risco quanto 'a segurança do storage.
A caixa suspensa do museu tem dois pavimentos e é organizada em tres faixas(lanes) paralelas entre si e transversais ao vale conforme a natureza dos espaços. Na faixa central estão os grandes espaços de uso público, no centro o lobby para onde convergem todas as circulações hoizontais e verticais e a partir do qual se acessam diretamente a NJP Gallery de um lado e a Special Gallery e o Multipurpose Hall do outro. No pavimento superior a partir do lobby se conectam a Changing Exhibition e o Artist Requested Space por escadas rolantes.O acesso ao pavimento superior pode tambem ser feito por elevador e escadas. O Artist Requested Space é uma caixa dentro da caixa, como um item flutuante da NJP Gallery.
A concepção de todas as salas de exposição, embora diferente de uma para outra nas dimensões do espaço e da luz, busca uma irrestrita flexibilidade no sentido de atender 'a diversidade da obra do artista NJP, e o museu como um todo se ofecerce como infraestrutura e suporte, não desejando o confronto, nem a sobreposição, nem qualquer tipo de conflito com a arte. As duas faixas periféricas compilam funções estrututurais e funcionais, uma vez que são as grandes vigas-treliças que vencem o vão(span) sobre o vale. A primeira faixa é um passeio em ponte externo como parte do percuso do parque e do qual pode-se acessar o lobby. Este espaço pode ser entedido como promenade, como peristilo e como varanda, um espaço de contemplação dado que um pequeno curso dágua passa sob a ponte-museu.
A faixa a norte abriga as diversas funções do museu para além das exposições. No pavimento inferior mais diretamente articulada com o lobby e o Multipurpose Hall estão o Café e o Museum Shop. Do outro lado, paralelamente 'a NJP Gallery porém isolados desta estão os Media Lab e o Research Center. O Multiporpose Hall é o único espaço deste grupo posicionado na faixa central pois seu uso é de natureza pública, de modo que pode se configurar como um pequeno auditório, como espaço de exposições e mesmo como um espaço adicional tanto para a SPECIAL GALLERY como para as PUBLIC AMENITIES. No pavimento superior desda faixa estão de um lado a ADMINISTRATION e do outro os espaços destinados aos CURATORS e RESEARCHERS. Nesta faixa estão tambem estratégicamente posicionados os TOILLETS.
Os setores infrarestruturais, Collection Storage & Loading, Support Functions, Mechanical and Eletric Equipment e os estacionamentos cobertos estão no subsolo (cota 0,00), com excessão de equipamento para o ar condicionado a situar-se parcialmente na cobertura do edifício, sem vir a constituir-se como um novo pavimento uma vez que ficarão a descoberto. Parte da Collection Sorage está em mezanino (cota 3,50) dentro do subsolo.
Light & structure
A estrutura da caixa do museu está projetada a partir de duas vigas-treliças em perfis de aço cortén laminado com altura total de 9 metros, uma vencendo um vão de 90 metros e a outra 75 metros. O peso das salas do museu se apoiam neste sistema através de uma estrutura secundária de treliças no sentido transversal vencendo 23,90 metros a cada 7,50 metros, sobre o qual vai se apoiar uma malha terciária de vigas e lajes sobre steel deck.
A estrutura para o subsolo está prevista em concreto armado convencional.
Materiais
O projeto procura desenhar um espaço, mais do que um objeto. A concepção estrutural e funcional do edifício assume a prioridade sobre o raciocínio estético e estilístico de modo que o museu como um todo, desde a estrutura até as suas superfícies internas e externas, se ofecerce como infraestrutura e suporte, não desejando o confronto, nem a sobreposição, nem qualquer tipo de conflito com a arte.
ficha técnica
Equipe de Projeto
Mario Biselli, Guilherme Motta e Nave Arquitetos Associados (Roberto Novelli Fialho, Valéria Cássia dos Santos Fialho, Silvio Sguizzardi e Márcio Coelho)
Colaboradores
Artur Katchborian, Daniel Corsi, Natália Celedon, Leandro Alegria Pereira, Carol Pudenzi, Joao Paulo Daolio, Luciano Cersósimo, Leon Benkler, Visualize Arquitetura Digital