Autor
Arquiteto Gustavo Martins / Oficina de Arquitetos
Prêmio de menção-destaque na Premiação Arquiteto do amanhã 2001 do IAB-RJ, cuja adaptação está sendo realizada em parceria com a Secretaria de Meio Ambiente de Niterói RJ
O espaço da vida
Para o desenvolvimento do projeto de um Centro Cultural na área do Parque da cidade, procuramos inspiração no que pensamos ser a característica mais marcante desse lugar: sua natureza. O conceito fundamenta-se na reflexão sobre a natureza e seu ciclo de vida, e no homem, sua principal criação.
Sabemos que todos os seres vivos possuem seu ciclo de vida, e que através da sua existência se adaptam ao meio em que vivem. O homem, como ser existente, difere-se dos outros seres, por sua capacidade de raciocínio e constante interferência no meio.
Sua evolução nos conta histórias, nos deixa "pistas", referências e obviamente ensinamentos ao longo dos tempos. Sua passagem pelo planeta está marcada por suas conquistas e descobertas; pela busca constante do poder. Ao longo dos tempos, criar e destruir sempre estiveram em evidência neste ciclo egoísta da vida humana; sua intolerância causou guerras, sua tecnologia criou formas de eliminar e prolongar a vida. Lidar com a natureza e usufruir, de maneira positiva, sua matéria prima, não tem sido prioridades para o homem contemporâneo. Pois quais são suas prioridades, ou crenças?! Nascer, crescer, multiplicar-se e morrer...; Será que é nisto que se resume a vida humana?!
O Centro cultural proposto, visa através da percepção dos espaços, das características do entorno, de sua memória e arquitetura, fazer questionamentos sobre o papel do homem neste ciclo de vida, o porquê?! De sua existência. O que fomos?! O que somos?!, e para onde vamos?! Sendo assim, com alta tecnologia o "espaço da vida" tem como objetivo, interagir natureza, visitante e exposição, trazer ao seu futuro usuário a possibilidade de através de todos os seus "sentidos" ter a percepção do espaço e da arquitetura proposta, transmitindo assim, seu discurso e deixando sua mensagem.
A unidade da diferença
Cercado em meio a uma área de mata atlântica, o terreno proposto para a implantação do Centro Cultural, abriga o esqueleto do que seria o hotel Panorama.
O novo projeto visa investir na recuperação e integração deste esqueleto abandonado do hotel ao ambiente o qual se insere. Seu principal objetivo é fazer deste elemento considerado um exemplo negativo de inserção do homem no espaço natural, em um exemplo positivo de recuperação e releitura deste objeto (esqueleto).
A atual edificação está voltada para norte e proporciona uma das mais belas vistas da cidade de Niterói e Baía de Guanabara. Seu terreno é acidentado, formado por diversas rochas que se espalham pelo território.
A proposta para a implantação do Centro Cultural, visa adicionar o terreno particular, onde se situa o esqueleto do hotel, à área que envolve o parque da cidade, já que, conforme legislação, é permitida a inclusão nesta área de edificações de cunho social.
Pretende-se portanto, utilizar a nova edificação como um centro de pesquisas, onde profissionais, acadêmicos e população possam aprender e ensinar mais sobre ecologia e meio ambiente. Com isso a administração do parque pode gerar recursos, através dos equipamentos existentes no novo projeto, como: restaurante, lojas, auditório, espaço de exposições e laboratórios