1º Premio ex aequo
WMA+Nodotec / Willy Müller Arquitectos, Barcelona + Nodotec, Almería
Ondas – Frente Marítima de Almería: o problema é a solução
Fazer crescer o Porto para crescer a Cidade: uma onda entre a cidade e o mar.
A possibilidade extraordinária que este concurso apresenta é poder pensar estratégias nas quais o Porto e a Cidade se beneficiem mutuamente. A história reservou este privilégio às cidades-porto. Pensamos em uma estratégia simples de organização de espaços que poderíamos resumir com um único conceito: Onda.
A Onda é uma ida e volta, um fluxo, o que é uma cidade em sua essência: o poder ir e vir entre diferentes espaços públicos e privados.
Estender este limite até o mar poderia ser visto a partir deste conceito como uma oportunidade de desenvolvimento, mais do que como uma ameaça. Propomos uma nova rótula urbana que distribua com mais clareza o tráfego de autos, organizando melhor os fluxos de pedestres e liberando o passeio marítimo para uso exclusivo de pedestres.
Propomos também uma nova linha de contato com o mar, um novo Passeio Marítimo pedestrianizado, completamente perpendicular à Rambla, como se neste gesto vigoroso ordenássemos todo o conflito de se chegar no local.
Pensamos que um dos problemas mais complexos que deveríamos resolver seria como as Ramblas se articulavam com a proposta. E decidimos fazer do problema a solução: o mais simples é que a Rambla chegue ao mar, o que daria uma continuidade a toda a coluna vertebral da cidade e um final digno desta hierarquia. Esta Nova Rambla será, por sua vez, um espaço distinto: os jardins se converterão em água e os passeios laterais em verdadeiros balcões cheios de atividade; de alguns destes espaços obteremos talvez as melhores fotografias do Cais.
O novo Passeio Marítimo cria neste novo Porto uma zona urbanizada que dá continuidade aos Parques, sem criar novos obstáculos para as vistas da Cidade.
Acreditamos que uma proposta deste tipo tem que contemplar o crescimento da cidade e do Porto de Almería para um longo futuro, motivo pelo qual propomos a criação de uma grande peça urbana que, imitando ao cais, suba a partir do nível do Passeio marítimo com uma suave inclinação até o mar, criando uma verdadeira praça-balcão, com proporções adequadas para grandes eventos.
Don’t Touch!: o cais é peça urbana e não museu
É o elemento provavelmente mais importante do conjunto, o que assegura a identidade, a história e a convocatória para o futuro destes novos espaços, como cenário de sua importância.
Entendemos que o Cais é uma peça de Museu e não um museu em si, motivo pelo qual voltamos a considerá-lo uma onda: subir lentamente desde os parques para baixar desde seu interior até o Passeio Marítimo, com muito poucos ingredientes a mais: um qualificado Restaurante no extremo e a simples adequação de sua estrutura para poder caminhar, passear e observar.
O Museu se alojará debaixo da leve ondulação do Parque, equipado para múltiplas atividades, mas não oferecendo a mais mínima presença para evitar distorcer a imagem de um postal: o Cais, penetrando dentro do mar.
ficha técnica
Concurso Internacional de Idéias para a Reordenação do Porto e Cais
Almería, Espanha, Dezembro 2004
1º Premio ex aequo
Equipe
WMA+Nodotec / Willy Müller Arquitectos, Barcelona + Nodotec, Almería