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PORTAL VITRUVIUS. Praça do Natal. Concurso Público de Arquitetura. Projetos, São Paulo, ano 09, n. 103.02, Vitruvius, jul. 2009 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/projetos/09.103/2967>.


E eis que a estrela, que tinham visto no Oriente ia adiante deles, até que, chegando, se deteve sobre o lugar onde estava o menino. E vendo eles a estrela, regozijaram-se muito com grande júbilo.
[Matheus, 2:9,10]

O projeto busca estabelecer uma analogia entre dois acontecimentos históricos, ao unir a história do cristianismo e a história da cidade de Natal, a fim de criar uma alegoria ao caminho percorrido pelos Reis Magos no deserto da Judéia, enquanto seguiam o rastro da estrela-guia por ocasião do nascimento da Luz do Mundo e, de outro lado, ao trajeto dos colonizadores do século XVI, descendo as águas do Rio Potengi e, no encontro com o Oceano, edificando o Forte dos Reis Magos, marco arquitetônico e simbólico da fundação da “Terra de Poti”. Momentos históricos caracterizados por inúmeras referências visuais, remetendo a linhas que conduzem a um ponto focal.

Através dessa analogia – e analisando in loco a espacialidade da atual praça, sua relação com o entorno e a cidade –, o partido arquitetônico proposto utiliza 3 elementos compositivos: o Eixo estruturador, que percorre a diagonal do terreno; o Marco, ponto focal e referência à “árvore natalina”; e a grande Cavidade, que abriga e enaltece o Marco.

O eixo concretiza-se por uma passarela que tem início na esquina do terreno, ladeada por uma via de importante hierarquia para a cidade , atravessa a Praça a 4 metros de altura em sua maior diagonal e conduz ao ponto focal do projeto. Agregaram-se valores lúdicos às suas funções de acesso, passagem e contemplação do ambiente mediante o uso de painéis luminosos que representam, cronologicamente, os percursos histórico e cultural da cidade. Três prismas de luz simbolizando os Reis Magos, – que recebem e introduzem os visitantes à Praça – marcam o início da linha d’água que escorre paralelamente ao percurso, eleva-se em jatos espaçados e deságua no espelho que circunda e penetra a torre.

Praça do Natal, Natal RN Brasil, croquis, menção honrosa Concurso Público de Arquitetura. Arquitetos Celso Vinícius Sales, Gustavo Miranda, Paulo de Siqueira Campos Júnior, 2009
Imagem equipe


Posicionado no final do eixo, encontra-se o Marco, cuja forma originou-se a partir da releitura da árvore natalina, reduzindo-a a sua forma cônica elementar. A “extrusão” de seu triângulo básico gera um prisma de base quadrada, cuja face inclinada é a planificação da superfície luminosa das árvores de Natal. As luzes – traço fundamental do espírito natalino, normalmente trabalhadas como meros elementos decorativos e acesas somente neste período – assumem no projeto um significado mais amplo através da aplicação, em toda a superfície frontal, de uma grande malha de leds: visualmente, permitem a composição de cores, formas e imagens quase infinitas e em alta definição, tanto no período natalino quanto em outras épocas do ano, adaptando-se a diversas necessidades programáticas. Esta face, complexa e significativa, abandona o tradicional brilho plano e estático e gera um novo espaço, virtual e etéreo, explorando a mutabilidade da forma – tendência na arquitetura contemporânea – e potencializando a conexão emocional entre o observador e a arquitetura. No espaço interno da torre, diluídos na expansão e sobriedade do recinto, a luz zenital e o som das águas geram uma atmosfera solene e meditativa para a contemplação do símbolo escultóreo – tributo ao nascimento de Cristo e da Cidade –, posto sobre uma superfície de 12x12m, origem da malha projetual.

Baseado ainda nesta malha e aproveitando a variação de cotas do terreno, a cavidade cria um “anfiteatro” recortado e envolvente, fortalece a leitura do conjunto, e concentra em suas margens todo o programa de necessidades. Lojas, bares, espaços de comercialização de artesanato e arquibancadas se abrem para duas áreas claramente distintas e setorizadas pelo eixo: a esplanada, ampla e multiuso, palco para apresentações culturais e artísticas e de onde se obtém uma visão integral da torre; e o espaço de convivência, área arborizada, íntima e acolhedora, suporte ideal às atividades comerciais, passeios e repouso. Largas escadarias e o declinar suave da calçada induzem o visitante a percorrer os possíveis caminhos, a contemplar a torre e adentrá-la: trajetos que exploram os sentidos, as emoções e o ludismo.

As vagas para veículos foram dispostas nas faces do terreno, exceto na extremidade inicial do eixo e na porção frontal da esplanada, permitindo ao visitante contato mais direto e fluido com a Praça. Além disso, afim de não comprometer a sua qualidade espacial, 38% das vagas necessárias foram dispostas no canteiro da Avenida Governador José Varela, uma vez que esta é uma via local e de pouco tráfego. Assim, evitou-se ocupar mais de 20% do lote com estacionamento – número obtido com base na legislação municipal. Rampas, a própria declividade da calçada e uma pequena plataforma de percurso vertical, disposta no interior da torre, interligam os espaços e os tornam acessíveis.

A valor da estimativa de custo do projeto é consequência do uso de tecnologia mais refinada e ainda pouco explorada no mercado nacional: painéis de leds para revestimentos de fachada têm-se difundido no meio arquitetônico graças à sua eficácia na propagação de imagens e à riqueza que confere ao cenário urbano. Diversas são as possibilidades de implantação e detalhamento, e somente um projeto mais específico fornecerá os números reais de tal empreendimento. Da mesma forma, os cálculos consideraram a estrutura do Marco em concreto maciço; projetos estruturais posteriores encontrariam a forma mais econômica e viável para a construção torre.

A Praça do Natal busca ultrapassar os limites da contemplação e do entretenimento. Sua arquitetura fornecerá bases para a afirmação da identidade natalense, projetando sonhos e anseios da população e iluminando novos caminhos para o renascimento cultural e tecnológico.

ficha técnica

Autores: Arquitetos Celso Vinícius Sales, Gustavo Miranda, Paulo de Siqueira Campos Júnior – PE

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Arquitetos Celso Vinícius Sales, Gustavo Miranda, Paulo de Siqueira Campos Júnior
Recife PE Brasil

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