Your browser is out-of-date.

In order to have a more interesting navigation, we suggest upgrading your browser, clicking in one of the following links.
All browsers are free and easy to install.

 
  • in vitruvius
    • in magazines
    • in journal
  • \/
  •  

research

magazines

projects ISSN 2595-4245


abstracts

português
Projeto para o novo Departamento de Artes Islâmicas do Louvre fruto de concurso realizado em 2005 instiga o sentido de leveza e suspensão

how to quote

PORTAL VITRUVIUS. O Departamento de Artes Islâmicas do Louvre. Projetos, São Paulo, ano 12, n. 142.02, Vitruvius, dez. 2012 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/projetos/12.142/4592>.


O projeto para o novo Departamento de Artes Islâmicas do Louvre, inaugurado em 18 de setembro com a presença do presidente francês François Hollande e aberto ao público quatro dias depois, é fruto de um concurso de arquitetura por convite finalizado em julho de 2005 quando a França estava sob o governo do presidente Jaques Chirac. É parte, sem dúvida, daquela estratégia que deu aos museus e a sua arquitetura uma importância peculiar e também midiática e representa as complexas questões, tensões e acordos entre Europa e países árabes.

Os sete escritórios convidados que então passaram à segunda fase do concurso foram Zaha Hadid com Ove Arup, Pierre Louis Falci, CoopHimmelb(l)au, Francis Soler, as equipes Latrine Charter-Thomas Corbosson-Nadir Tazdait, Alain Moatti-Henri Rivière, e, enfim, os vencedores Mario Bellini Architect(s) e Rudy Ricciotti. As obras do edifício começaram em janeiro de 2009 e foram concluídas em agosto passado, três anos e meio depois. É a segunda arquitetura contemporânea inserida no edifício depois da Pirâmide de I.M.Pei, concluída em 1989.

A concepção de Bellini-Ricciotti tem como partido uma grande cobertura ondulada, brilhante e translúcida que “flutua” dentro da Cour Visconti, sem tocar as fachadas internas do edifício existente, dando assim uma sua interpretação da relação entre o pátio histórico e o novo pavilhão. Ela cobre dois andares destinados a exposições e mais um piso técnico, estes dois últimos enterrados no subsolo. Escolheu-se, portanto, escavar o pátio evitando que a nova intervenção ganhasse altura dentro do museu.

Concurso do Departimento de Arte Islamica do Louvre [Cortesia Mario Bellini e Rudy Ricciotti]

Investigando o sentido de leveza e de suspensão, a cobertura busca explorar a união entre forma, material, transparência e reflexos com uma forte alusão figurativa. Um “lenço”, uma “libélula”, uma “duna de ouro”, uma “tenda beduína”, uma “onda dourada”, trata-se de um grande esforço técnico experimental para a realização formal e o controle da entrada de luz natural (procurando evitar especialmente os danos às peças expostas) ao mesmo tempo em que se busca garantir uma “atmosfera plein air” ao interior do projeto, como explica o próprio Mario Bellini. Para o arquiteto o que se procurou foi “um gesto delicado, que exaltasse esta coleção, mantendo-a suspensa em um diálogo de semi-transparência e de luz – mas sem interferências incongruentes – com a Cour Vistonti do século XVIII, as suas fachadas e o céu de Paris”. Foi exatamente esta escolha que deu a vitória à equipe, deixando para trás o polêmico projeto de Zaha Hadid.

Sustentada por 8 exíguos pilares não ortogonais e com diferentes inclinações entre eles, a cobertura tem uma espessura variável entre 20 centímetros e um metro e meio e pesa 120 toneladas. É composta de 2400 triângulos de 120x120x160 centímetros. Os materiais que a formam são, do exterior para o interior (como explica a nota técnica do escritório de Mario Bellini): “1) duplos painéis triangulares externos em malha de alumínio brilhante na cor ouro e prata; 2) vidros duplos que filtram a luz e isolam a temperatura; 3) estrutura espacial reticular em tubos de aço soldados; 4) painéis triangulares em forma de ninho de abelha de alumínio brilhante para refratar as imagens externas e difundir a luz diurna; 5) enfim, como na pele externa, duplos painéis triangulares em malha de alumínio brilhante para difundir a luz diurna (na cor ouro e prata)”.

Os outros materiais usados no novo edifício são grandes placas de vidro extra claro de grande espessura e juntas invisíveis para as paredes perimetrais, cimento negro encerado para os espaços museográficos no nível inferior e para a escada escultórica que liga o térreo ao subsolo, cimento cinza escuro com incrustações metálicas de efeito dourado e prata para os pisos.

O acesso ao Novo Departamento de Artes Islâmicas se dá através da Pirâmide e ocasionalmente pelo Sena, pela própria Cour Visconti.

A obra custou 40 milhões de euros (dado fornecido pelo escritório Mario Bellini), incluindo o projeto expositivo. Parte deste valor veio da doação inicial do príncipe saudita Alwaleed Bin Talal. As outras partes vieram de mecenas diversos, incluindo os reis do Marrocos, Kwait, Omã e da República do Azerbaijão, de entes privados, do próprio museu e do Estado Francês.

Mario Bellini é também o autor, com Renaud Pierard, do projeto expositivo do Novo Departamento que vai exibir cerca de 3000 peças de um acervo de 18000 pertencentes ao Louvre. São obras provenientes de localidades diversas, da Espanha até a Índia, e compreendem um arco temporal do século VIII ao XIX.

ficha técnica

Projeto Arquitetônico
Mario Bellini e Rudy Ricciotti

Projeto Museográfico e Expositivo
Mario Bellini e Renaud Pierard

Data do concurso
2005

Início das obras
janeiro de 2009

Fim das obras
agosto de 2012

Data da inauguração
setembro de 2012

Área da superfície Cour Visconti
2200m²

Área total da intervenção
6800m²

comments

newspaper


© 2000–2024 Vitruvius
All rights reserved

The sources are always responsible for the accuracy of the information provided