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projects ISSN 2595-4245


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Área compreende todo o complexo existente que compõe o Túnel 9 de Julho e seu entorno, composto por uma sala de observação acima do túnel e duas praças com chafarizes, localizadas nas laterais das vias da Avenida 9 de Julho.

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PORTAL VITRUVIUS. Mirante 9 de Julho. Projeto de revitalização. Projetos, São Paulo, ano 15, n. 177.03, Vitruvius, set. 2015 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/projetos/15.177/5693>.


Sobre a obra

O Mirante 9 de Julho faz parte de uma proposta de projeto de revitalização urbanística, ambiental, paisagística e de desenvolvimento sociocultural de uma área de grande importância história e geográfica da cidade de São Paulo. Tal área compreende todo o complexo existente que compõe o Túnel 9 de Julho e seu entorno, composto por uma sala de observação acima do túnel e duas praças com chafarizes, localizadas nas laterais das vias da Avenida 9 de Julho; a obra deste complexo faz parte do Plano de Avenidas de Prestes Maia, e se encontra em estado de abandono há mais de uma década.

Para sua implantação, o projeto de revitalização foi dividido em fases de intervenção. A primeira fase, já concluída, compreende o trabalho de restauro e requalificação da sala de observação acima do túnel, que foi denominada Mirante 9 de Julho. Por se tratar de um local de extremo valor histórico e proteção de patrimônio, a ênfase do projeto foi ressaltar a beleza já existente da edificação sem descaracterizá-la, fazendo intervenções suaves e facilmente removíveis.

Os novos equipamentos foram somente criados para atender a necessidade do novo uso: cozinhas e um bloco de sanitários. Os materiais originais foram restaurados, como: pedras portuguesas, granilite do piso e acabamento da estrutura.

Para se tornar um local mais acessível e seguro, foram retirados os arbustos e criada nova iluminação urbana, tornando o acesso principal (atrás do MASP) mais convidativo e visível.

Para sua ocupação, o uso proposto foi a criação de um café e restaurante no local, alternando seu funcionamento com a organização de eventos culturais. O layout foi definido de modo que fosse o mais flexível possível para atender diferentes eventos, exposições e ocupações, sempre lembrando do caráter público.

Imagem ilustrativa - salão após a obra de revitalização. MM18 Arquitetos

Os serviços executados relacionados a esta primeira fase foram: limpeza geral, recuperação do substrato original da construção, polimento do piso interno e restauração da pedra portuguesa externa, impermeabilização, poda das árvores e remoção dos arbustos para recuperação do paisagismo original, nova pintura dos gradis, novos sistemas hidráulico e elétrico, nova iluminação em sistema de tubulação aparente, novos banheiros na área sob a escadaria, infraestrutura de apoio para o café nas salas laterais fechadas e reabertura do vão da torre que dá acesso à escada histórica. O desenho das luminárias foi pensado para ressaltar o ritmo dos pilares existentes, que são a característica mais marcante do pavilhão; foi colocado um espelho em cada ponta para criar a sensação de infinito, replicando a imagem dos pilares.

O grande desafio foi unir as necessidades de um grupo público e privado. O projeto faz parte de uma das primeiras experiências de uma série de iniciativas da Prefeitura, que visa a recuperação de espaços abandonados/degradados de São Paulo. Ele se Inclui em um vasto programa de propostas para uso e ocupação de todos aos baixios de viadutos da cidade.

Este desafio foi, em grande parte, pensar juntamente com a Prefeitura e o Grupo Vegas o caráter da ocupação e seus usos, e a influência na vida urbana, impactando na circulação de pessoas e apropriação do espaço que estava completamente privada - já que era ocupada por um grupo restrito de moradores, sempre com a preocupação do espaço conter atividades democráticas.

A próxima fase do projeto de revitalização compreende a recuperação das praças laterais e reativação de seus chafarizes.

Partido arquitetônico

O Projeto Arquitetônico, seguido das intervenções sócio culturais e educacionais, tem por objetivo restaurar a memória do cidadão paulistano ao processo de urbanização sofrido pela cidade de São Paulo, através do ponto de vista do Vale do Saracura, e por fim também contribuir com a revitalização de todo este local de importância histórica. As transformações ocorridas neste vale são bem demarcadas e representativas do que ocorreu na cidade como um todo, no processo que leva a São Paulo do início do século XX, então com cerca de 350.000 habitantes, à posição de megacidade na década de 80, agora com 8.500.000 habitantes.

Meninos banhando-se no chafariz do complexo do túnel, década de 1950.
Acervo MM18 Arquitetos

A área é demarcada pelo cruzamento de dois importantes eixos de transporte, o eixo viário e de metrô da Av. Paulista, e o corredor da Av. 9 de Julho, que liga este vale ao centro antigo, e não por acaso este mesmo vale possui uma série de equipamentos e instituições importantes para a cidade. Mesmo assim o entorno encontra-se em estado de abandono, com praças ocupadas basicamente por moradores de rua, iluminação precária e poucos serviços. Como a Av. 9 de Julho tornou-se uma via expressa, a rápida visualização do local antes de entrar nos túneis não grava imagem na memória de quem ali passa. Também olhando do vão do MASP, o vale desapareceu de trás do Viaduto Prof. Bernardino Tranchesi.

Diagrama de fluxos da região. MM18 Arquitetos

Para que este espaço ressurja na vida da cidade, é necessária uma ação de forte impacto, que desperte comoção pública.

O projeto se divide em 3 áreas principais de atuação, com 3 temas que se complementam:

1. Restauro do salão existente. Mirante Saracura. Conscientização do crescimento descontrolado/vertiginoso de São Paulo

Este espaço situado acima dos túneis, e dez metros abaixo do nível da calçada de acesso, é parte integrante da praça composta pelos paredões, chafarizes e bocas dos túneis.  O uso deste espaço se dará com um café e espaço gastronômico para chefes itinerantes, voltado para reuniões sociais.

2. Restauro das praças dos chafarizes. Consciência do descaso ecológico no desenvolvimento da cidade

Praça e chafariz atualmente, 2015.
Acervo MM18 Arquitetos

O tema Água nunca foi tão discutido como atualmente. É tragicômico uma cidade construída sobre uma série de rios hoje sofrer com a falta d’água, ainda que a questão de seu abastecimento seja um caso à parte. Os chafarizes ali presentes foram construídos pela representatividade das nascentes do ribeirão do Saracura, mas por consequência da ignorância, hoje encontram-se secos; a cidade está cada vez mais árida, não somos mais a terra da garoa. A proposta de requalificação para as Praças dos Chafarizes se baseia na organização de eventos e exibições de projeções de vídeo arte e cinema ao ar livre, e de textos explicativos em suas paredes, tratando do contexto sobre o qual a cidade nasceu e se desenvolveu sobre os rios, como já é sabido através de alguns documentários, como Entre Rios, e O Saracura e os rios "invisíveis" de São Paulo.

Terceira fase ainda a definir.

sobre os autores do projeto

MM18 Arquitetura foi fundado em 2008 pelos arquitetos Mila Strauss e Marcos Paulo Caldeira.

Mila Strauss é formada pela Faculdade de Belas Artes (São Paulo/2002), com máster pela Universidade Politécnica da Catalunha (Barcelona/2003). Trabalhou no escritório de Enric Miralles y Benedeta Tagliabue (Barcelona) e Zvi Hecker (Berlim).

Formado pela FAU Mackenzie (São Paulo/2002), Marcos Paulo Caldeira também cursou a Universidade Politécnica da Catalunha (Barcelona/2003).

ficha técnica

cliente
Consórcio entre Grupo Vegas e Prefeitura Municipal de São Paulo

data do início do projeto
janeiro de 2015

data da Conclusão da Obra
julho de 2015

área construída
180m²

arquitetura, interiores e luminotécnica
MM18 Arquitetura

arquitetos
Marcos Paulo Caldeira e Mila Strauss

colaboradores
Fabiane Sakai, Larissa Burke, Bruna Pires, Thiago Buccieri

construção e instalações
Potentia engenharia

mobiliário
Frank Dezeuxis

consultorias
Neide Senzi (luminotécnica)

serralheria
São Judas

marmoraria
São Matheus

iluminação
Neon 3 Estações 

led
Osvaldo Herrero - Black.out Lighting 

marcenaria
Caio Stil

bancos de concreto
Neorex

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177.03 Projeto de revitalização
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original: português

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MM18 Arquitetos
São Paulo, SP

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