Sergio Bernardes
Sergio Bernardes
Lauro Cavalcanti and Kykah Bernardes (Orgs.)
Artviva Editora, Rio de Janeiro; 1ª, 2010
edition: português
hardcover
300 p
21,5 x 26,7 cm
ISBN
9788599616093
(arquiteto e obra, biografia)
about the book
O livro Sergio Bernardes conterá ensaios que examinarão todas as facetas do homem que ajudou a escrever uma das ricas páginas de nossa arte no século XX, ao mesmo tempo em que buscava alternativas para o porvir. No início do século XXI o futuro chegou e a maioria das propostas de Bernardes são ousadas e oportunas, merecendo ampla difusão.
O projeto de edição do livro Sergio Bernardes pela Artviva Editora, com organização de Lauro Cavalcanti e Kykah Bernardes, tem por objetivo gerar as condições necessárias para a consulta e a informação que sem duvida, atesta a genialidade criativa de seu titular, mas também constitui fonte privilegiada para investigações em diversas áreas, divulgando ao publico em geral, aos pesquisadores e alunos de Universidades em especial.
Sergio Bernardes foi exímio arquiteto de prédios, designer de móveis, projetista de automóveis e aeroplanos, planejador urbano, pensador de sistemas, piloto de corridas, candidato a prefeito do Rio de Janeiro, professor e, sobretudo, uma pessoa cativante e irresistível para todos que o conheceram.
O Rio era uma das grandes paixões de Sergio. Viveu e amou a cidade, aproveitando-a e dedicando-se a ela como poucos. Distrito Federal, Guanabara ou Rio de Janeiro: independente do nome, durante quase setenta anos de sua carreira, para ela concebeu grande parte de seus planos, nela edificou a maior parte de suas obras e, nos anos 1980s, se candidatou ao cargo de prefeito.
A liberdade de seu pensamento teve a virtude de lembrar o alcance, potência e caráter inconformista que as idéias poderiam ter, em um ambiente profissional cada vez mais estagnado e conformado a dar formas a questões imediatas. Carioca militante e apaixonado testou os limites do projeto moderno e dos poderes do arquiteto.
Outro território importante dos inventos de Bernardes foi aquele dos materiais construtivos. Nos anos 1950s e 1960s a sua arquitetura empolgou os jovens arquitetos por sua simplicidade, elegância, ousadia e apuro no detalhamento. Mas, acima de tudo, pela maestria no uso de estruturas metálicas em país no qual o Modernismo havia se afirmado através da aplicação, quase exclusiva, do concreto armado. A busca de materiais alternativos levou Bernardes a inventar elementos que foram tão difundidos que, hoje, não nos damos conta da autoria de Bernardes. Entre eles se destacam o tijolo de vidro soprado, o bloco cerâmico vazado com seção de 10 cm e a cobertura ondulada “meio-tubo” de fibrocimento, definida por ele como “um alongamento por seis metros da telha colonial de barro”.
Um dos fascínios na obra de Bernardes é o modo desenvolto e detalhista com que transita nas escalas urbana, arquitetônica. O mesmo homem é capaz de conceber mega-sistemas políticos, hidroviários, urbanísticos, estruturas metálicas, poltronas, automóveis, telhas e os pormenores de funcionamento de um sistema de dobradiças ou de pequenos encaixes.
about the author
Lauro Cavalcanti
Arquiteto, antropólogo, curador e escritor. Autor de Arquitetura kitsch e Quando o Brasil era moderno (prêmios IAB, 1979 e 2001). Ganhou os prêmios da APCA e ABCA pela mostra e livro Roberto Burle Marx: a permanência do instável (2009).
Kykah Bernardes