about the book

O aspecto da transparência é da maior importância na arquitetura moderna. Tem nos grandes panos de vidros seu índice mais evidente. Não se limita a questões materiais e técnicas, mas se estende a uma condição ambígua, indo além da substância para adentrar o domínio da metáfora, do sentido figurado. Na casa de vidro nada há para esconder, inclusive as operações que criaram o edifício e a nitidez com que são reveladas. A contraparte da luz cristalina indiscriminadamente banhando tudo e todos é a progressão sutil mas necessária para a translucidez, a superposição de planos e a sombra, que os trópicos não temem, acolhem com alívio.

Tanto os reflexos imediatos como os simbólicos da modernidade se enriquecem no embate com a realidade da arquitetura brasileira, platina, chilena, pela simultânea aplicação e inversão de seus valores: o brise protegendo o vidro, a varanda matizando a claridade, o frescor da escuridão propondo uma transparência indevassável. Na segunda idade do moderno, desmaterializar o vidro será tão estimável quanto torná-lo opaco, sombra e transparência se combinando em jogos nada literais; presentes neste livro em distintas e variadas aproximações.

Ruth Verde Zein

about the author

Sergio M. Marques
Arquiteto (FAU Uniritter, 1984), mestre (Propar UFRGS, 1999) e doutor (Propar UFRGS/ETSAB UPC, 2012). Professor da graduação e pós-graduação da FA UFRGS e sócio do Moojen & Marques Arquitetos Associados.

Carlos Eduardo Comas
Arquiteto, professor da FAU-UFRGS e crítico de arquitetura.

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