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architectourism ISSN 1982-9930

Nova York vista de um parque no Queens. Foto Victor Hugo Mori

abstracts

português
As cidades de Cachoeira, São Félix e Maragogipe, no Recôncavo baiano, abrigam diferentes tipos de patrimônio. Dentre as características relacionadas a arquitetura e a cultura visual dessas cidades destacam-se as fachadas das anônimas casas locais.

english
The cities of Cachoeira, São Felix and Maragogipe, in the Bahia Recôncavo, harbor different types of cultural heritage. Among the characteristics related to the cities’architecture and visual culture, the façades of the anonymous houses stand out.

español
Las ciudades de Cachoeira, San Félix y Maragogipe, en el Recôncavo bahiano, albergan diferentes tipos de patrimonio. Entre las características relacionadas con la arquitectura y la cultura visual se destacan las fachadas de las anónimas casas locales.


how to quote

SOARES, Eduardo Oliveira. Procura-se uma casa no Recôncavo. Arquiteturismo, São Paulo, ano 12, n. 139.03, Vitruvius, out. 2018 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/arquiteturismo/12.139/7131>.


No estado da Bahia a região geográfica que circunda a Baía de Todos-os-Santos é denominada Recôncavo. Um lugar de encontros: entre as águas doces e o mar; entre a Mata Atlântida e um pouco da caatinga e do cerrado; entre a serra e margens da Baía e dos rios que nela deságuam; entre a capital Salvador – uma das cidades mais populosas do país – e pequenas cidades como Santo Amaro, Cachoeira, São Félix e Maragogipe.

Saindo de Salvador rumo à cidade de Cachoeira atravessa-se Santo Amaro. Local repleto de histórias e encantos cujos registros incluem a presença indígena, lá pelos anos 1000, e a fundação da cidade no século 16. Ao chegar de carro em cidades históricas parece que todos os caminhos levam à praça e à igreja matriz. Mas se tratando de Santo Amaro surge uma relevante questão: onde fica a casa de Dona Canô? A mãe de Maria Bethânia e de Caetano Veloso, que dá nome a um teatro da cidade, tem sua casa indicada por grandes placas de sinalização de turismo. Após circular um pouco e não encontrar a casa da Dona Canô o GPS foi acionado. Essa ajuda tecnológica não foi bem-sucedida. Então os moradores foram acionados. Muitos solícitos diziam: – É logo ali. E indicavam o caminho. Depois de umas três ou quatro indicações desse tipo, a casa não foi localizada e a sensação foi de que tínhamos passado na frente dela, mas por ser uma casa “comum” não percebemos. O que uma simples fachada de uma casa pode ter de diferente das outras?

Segue a viagem.

O destino era Cachoeira, cujo pórtico de acesso informa: “Cachoeira heroica e monumento nacional”. O conjunto arquitetônico e paisagístico da cidade foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, Iphan, em 1971. Em Cachoeira encontram-se belo conjunto arquitetônico formado em diferentes épocas; a prazerosa orla do Rio Paraguaçu – com várias opções de lazer com vista para o pôr do sol –; a charmosa Imperial Ponte Dom Pedro II construída em ferro; e expressões únicas de religiosidade como a Festa da Boa Morte promovida em agosto pela Irmandade da Boa Morte. Tudo acompanhado pela mais típica culinária baiana e ao som do Samba de Roda. Vale lembrar que o Samba de Roda do Recôncavo Baiano foi inscrito em 2008 na Lista Representativa do Patrimônio Imaterial da Humanidade da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, Unesco.

Flanando pela cidade se apreende um pouco da história e cultura locais e se percebe que no Recôncavo a fachada de uma casa não é, obrigatoriamente, “a simples fachada de uma casa”. A variedade de cores, texturas, materiais e geometria das casas de Cachoeira é fascinante.

Na outra margem do Rio Paraguaçu encontra-se a cidade de São Félix. Ao cruzar a Imperial Ponte pode-se observar Cachoeira do outro lado do Rio, desbravar o centro histórico de São Félix e deparar-se com mais casas típicas do Recôncavo.

Um dos bairros de São Félix é marcado por uma rua ao logo da qual a cidade se desenvolve. Depois da última casa, seguindo uns 20 Km, chega-se à Maragogipe. Lá encontra-se mais das tais casas com fachadas encantadoras.

Em meio à herança cultural comum ao Recôncavo, as cidades de Cachoeira, São Félix e Maragogipe abrigam diferentes tipos de patrimônio, sejam materiais ou imateriais, que instigam seus moradores e visitantes a conhecer mais da história e da cultura daquela região. Caminhar entre os chamados pontos turísticos – igrejas, praças, museus, casarões – e poder admirar um pouco da cultura visual nas fachadas dessas anônimas casas locais é um privilégio. E quanto a Casa da Dona Canô, verei na próxima viagem. Com certeza voltarei ao Recôncavo.

sobre o autor

Eduardo Oliveira Soares é arquiteto e urbanista (UFPEL, 1995), especialista em Reabilitação Ambiental Sustentável Arquitetônica e Urbanística (UnB, 2008), mestre em arquitetura e urbanismo (UnB, 2013) e doutorando na UnB/FAU, tendo como tema de pesquisa as narrativas fotográficas. Trabalha na Universidade de Brasília.

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