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architectourism ISSN 1982-9930

Nascer do sol em São Paulo. Foto Claudia Stinco

abstracts

português
Em contraponto ao crescimento desenfreado urbanístico dos últimos séculos, pessoas engajadas no cuidado ao meio-ambiente e proliferação do bem-estar causado pela natureza retornam a vida rural.


how to quote

ANDRADE, Mirelle Lourenço de. Vida campestre e os retornados. Arquiteturismo, São Paulo, ano 14, n. 159.02, Vitruvius, jun. 2020 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/arquiteturismo/14.159/7788>.


Diante da evidente aceleração do urbanismo, a preocupação com o futuro do planeta faz com que as questões ambientais estejam cada vez mais em foco. Grande parte da população busca alternativas de se aproximar da natureza, sendo os mais determinados responsáveis pelo retorno significativo ao estilo de vida bucólico. Seria um ciclo?

O fato é que, até os amantes mais fiéis às cidades modernas já sabem, a tendência agora é a comunhão com o meio-ambiente. Se antes uma moradia – ou qualquer que seja a construção – fosse considerada ecologicamente correta/sustentável, seria um diferencial no que hoje é regra. Quem não leva em consideração fica para trás. Mas basta apenas seguir o caminho da bioarquitetura para que se aproxime da natureza? Para as mentes mais engajadas na proteção do nosso planeta, não é o suficiente: vão além ao optarem também por um cotidiano mais simples e menos degradante.

Com muitos seguindo essa linha de pensamento, o regresso para zonas rurais voltou a crescer na última década. Ecovilas, vilarejos, comunidades intencionais e até alguns condomínios ecológicos são exemplos do formato bucólico no dia-a-dia: métodos como a permacultura (cultura permanente), terapias holísticas (acupuntura, shiatsu, reiki) e atividades físicas como o yoga são costumes intermitentes; o plantio e colheita de suas próprias comidas e o trabalho coletivo também são aspectos importantes. Com o preceito baseado no retorno grato à natureza que tudo nos dá, esse formato alternativo de vida enche os olhos sendo de uma grandeza incrível no meio a simplicidade.

Trata-se de um ciclo sem fim. Ou não. Mas o que se sabe é que o retorno para a zona campestre está acontecendo. E para os que não retornam, traze-la de forma significativa para dentro das comunidades urbanas surge como obrigação? Quem colhe os frutos que se planta hoje? Basta impactar o mínimo possível ou é necessário para nosso crescimento como espécie muito mais que o mínimo?

São muitos os questionamentos que levam esse retorno visto por muitos como regressão. Depois do desbravamento das cidades e construções cada vez mais rebuscadas, voltar ao básico parece ironia ou rebeldia. Acontece que a rebeldia e a inconformidade que ela traz são de onde saem as melhores ideias. A beleza na presença da civilização em meio à natureza com o objetivo de mantê-la e não de explorá-la já é por si só suficiente para o bem-estar dos moradores destes locais. Saber que está na contramão de bilhões de pessoas pelo mundo e que abdica de certos presentinhos que a modernidade lhe oferece para participar de algo maior que talvez sirva mais para a geração futura do que para o mesmo também é extremamente satisfatório.

Concordando ou não com a visão dos retornados, eles sabem o que estão fazendo. Gostam do que estão fazendo. Se sentem bem e fazem o ambiente no qual estão inseridos bem também. Então que mal tem? E quanto a você, largaria toda a comodidade das cidades atuais e toda a tecnologia disponível e imprescindível no cotidiano contemporâneo para ser parte de algo maior que exigisse muito mais do pensamento coletivo e não fosse tão importante o individual? Você retornaria? Fica o questionamento e as felicitações para os rebeldes que conseguiram e os que conseguem.

sobre a autora

Mirelle Lourenço de Andrade é arquiteta e urbanista formada pela Unitau, estuda métodos e formas alternativas de urbanização e construções arquitetônicas contemporâneas, levando em conta contexto histórico e a importância das mesmas no desempenho de um papel congruente com o meio-ambiente.

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159.02 viagem de regresso
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