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interview ISSN 2175-6708

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Na entrevista concedida à André Teruya Eichemberg, Igor Guatelli nos transporta para uma discussão límpida e sincera sobre a arquitetura atual e seus virtuais desdobramentos em sua instigante proposta para o Viaduto do Café em São Paulo

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EICHEMBERG, André Teruya. Igor Guatelli. Entrevista, São Paulo, ano 09, n. 035.01, Vitruvius, jul. 2008 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/entrevista/09.035/3287>.


Vão livre do MASP. Arquiteta Lina Bo Bardi
Foto Nelson Kon

André Teruya Eichemberg: O corpo enquanto entidade sensível e vulnerável parece ser uma das questões importantes no contemporâneo. Nesse sentido, como a arquitetura pode trabalhar no sentido de afetar o corpo mais efetivamente?

Igor Guatelli: Talvez atuando nos limites, nos extremos, engendrando conflitos programáticos, ou trabalhando a suplementaridade do suporte [presença da ausência] ao fazer quase nada; vide a Marquise do Parque Ibirapuera.

ATE: Não podemos pensar o conceito de sub-objeto enquanto um objeto sensível? Não estaria aí a proposta do Archigram e até mesmo a natureza dos projetos de Tadao Ando?

IG: O sub-objeto, o suporte, deve pressupor e possibilitar sua permanente interrogação por parte do usuário, a fim de que entonações, sentidos e significados outros possam emergir. Nesse sentido, não acho que a arquitetura de Ando possa ser considerada um suporte.

ATE: Uma arquitetura da ambigüidade. Esse parece ser um conceito formidável quando vemos projetos como o Basket Bar, A8 do escritório holandês NL architects. A ambigüidade não poderia trazer à tona a idéia de espaço público?

IG: Pode ser. Tanto melhor se o suporte for ambíguo, se não houver muita clareza ou explicitação quanto às suas destinações, se houver uma redução do sentido e significado originais. Novamente, a Marquise do Parque Ibirapuera, por exemplo. Talvez possamos pensar que, quanto mais des-limitamos o suporte em relação aos seus usos possíveis e mais apropriados, mais público o tornamos. O próprio de algo como o mais adequado sempre traz consigo o impróprio, aquilo que não é adequado, e a propriedade, o que não deixa de ser uma seleção e instituir um domínio, portanto, menos público.

ATE: As diferentes apropriações do espaço como na Marquise do Parque Ibirapuera não estariam lidando com percepções temporais diferentes? Como a questão do tempo – podemos partir da idéia bergsoniana de duração temporal - pode ser colocado para a arquitetura?

IG: Tenderia a pensar nessas percepções temporais mais como diferimento, como processo contínuo de diferenças, em uma perspectiva sempre de superação e não de estabelecimento ou comparação em relação a algo. Acho que aí entraria a questão da dureé de Bergson. Esse processo de diferimento e superação eterna poderia ser estimulado por uma arquitetura que, como Khôra, fosse capaz de assimilar e registrar as solicitações externas e, ao mesmo tempo, não se ajustar ou moldar-se conforme uma ou outra solicitação específica. Tendendo à neutralidade ou a abertura quase total, incerta quanto à natureza de seu espaço, essa arquitetura seria sempre capaz de “responder” às solicitações externas independentemente da época ou do que parecesse ser mais apropriado e ajustado àquele momento.

ATE: Lina Bo Bardi não seria a arquiteta que compreendeu essa ambigüidade natural do espaço e por que não, da percepção? Para terminar, quais arquitetos você gosta?

IG: Sim, a obra de Lina poderia ser re-analisada a partir do conceito de espaçamento [espaço em permanente alteração]e do diferimento latente. Vão do MASP e Teatro Oficina são exemplos de arquiteturas suporte, em estado Khôra.

Rem Koolhaas e Bernard Tschumi, principalmente, são arquitetos que me interessam quanto aos seus pressupostos teóricos e projetuais.

Marquise do Parque do Ibirapuera. Arquiteto Oscar Niemeyer e equipe
Foto Igor Guatelli

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