Goma Oficina: Porque Al Borde?
David Barragán: Não gostamos do estado de conforto, porque o estado do conforto não permite que a cabeça procure novas ideias. Sempre como uma coisa muito controlada, um status quo que... não gostamos. Então pensamos que se trabalhamos al borde [à margem], se vivemos al borde, poderia ser um estado ótimo para criar novas coisas, para encontrar novas áreas de trabalho… então fizemos uma pequena enquete com os amigos, “o que acham do nome Al Borde Arquitetos?” e as respostas foram “acho que ninguém vai confiar em vocês, porque vocês não tem um nome profissional”. Achamos que isso é bom, porque o nome faz um filtro aos clientes. Nós não queremos trabalhar para todo mundo, não queremos fazer mil prédios em nossa vida. Só queremos fazer os prédios, as casas, as exposições, workshops, classes, que queremos fazer. Então pensamos que Al Borde é bom porque gera um estado de instabilidade. E o cliente vai experimentar essa instabilidade com a gente. E se o cliente quer dar um passo ao vazio, vai saltar com a gente. Se não quer dar um passo ao vazio, vai com outro arquiteto.
GO: Falando sobre essa questão do coletivo, o que é o coletivo pra vocês, o que significa esse termo que tem sido tanto usado e que ninguém consegue defini-lo? Queríamos saber como vocês enxergam esse nome e se vocês se denominam como um coletivo de arquitetos.
DB: Eu não gosto dessa palavra “coletivo”. Não gosto porque tem muitas posturas para não reconhecer a prática da arquitetura ou para falar de arquitetos que não fazem arquitetura, que trabalham com coisas mais temporárias... Nós somos um escritório de arquitetura. Somos arquitetos e temos um escritório de arquitetura. Que trabalhamos com outro pessoal, que fazemos colaboração com artistas, designers, com outros arquitetos, sim. Que trabalhamos de maneira colaborativa, sim. Mas somos um escritório de arquitetura.