"From Skin and Pin to Blue Bubble" (de pele e alfinete à bolha azul) foi o título da apresentação de Peter Cook, Colin Fournier e Klauss Bollinger no último 12 de outubro em Londres, cujo tema era o desenvolvimento do projeto que venceu em abril deste ano o concurso para a Kunsthaus – prédio para abrigar exposições visitantes, apresentações midiáticas e o HQ da ‘Câmera Áustria’ em Graz. A proposta inicial desenvolvida pelos arquitetos (1) acabou sendo batizada informalmente de "Skin and Pin" (uma casca ou pele penetrada por uma agulha – a "pele" cujos "poros" são elementos para iluminação, conforma os espaços amplos de galeria, auditório, etc. e a "agulha" seria um sushi bar comprido penetrando a "pele"). "Skin and Pin" resume muito bem o que o edifício pretende ser, porém, depois do projeto ter sido exposto, foi batizado popularmente de "Blue Bubble". A bolha azul não retrata nenhuma pretensão do edifício, como contam os arquitetos, mas sim um mero acaso que ocorreu no momento da confecção da maquete. O entorno do projeto foi modelado em acrílico transparente, e com o objetivo de destacar o edifício projetado do entorno existente, foi utilizado um resto de tinta azul que estava disponível no momento da fundição. Além de bem pequena, essa maquete azul é apenas mais uma de uma série de modelos computadorizados e maquetes em diversos materiais e tamanhos elaborados como estudo para o concurso. A escolha da bolha azul para apresentar o projeto no concurso parece ter sido uma decisão acertada. A bolha azul concorreu com outros102 projetos, incluindo Zaha, Morphosis e Himmelblau.
O edifício deverá ser concluído em meados de 2003, quando a cidade de Graz será Capital Cultural da Europa. Atualmente o projeto está em fase de desenvolvimento, contando com a parceria do engenheiro consultor Klaus Bollinger que foi também o responsável pela estrutura do ‘Dresden Cine-centre’ do Coop Himmelblau. O método adotado por Bollinger para prever as linhas estruturais, minimizando a necessidade de estrutura interna à casca, baseia-se no modelamento computadorizado do edifício e sua inserção numa esfera hipotética. As linhas de formação da esfera são então projetadas no modelo do edifício e daí surgem as primeiras referências estruturais do projeto. Ainda não foram decididos os materiais para execução do projeto. A pele, propriamente dita, ainda está sob especulação. Algumas opções no momento são o uso de acrílico pré-moldado azul e branco, opaco e transparente, e também há a possibilidade de uma área reativa, onde o material possa mudar de comportamento podendo funcionar como display de informações sobre os eventos no edifício.
notas
1
O projeto foi concebido e está sendo desenvolvido por Peter Cook e Colin Fournier em conjunto com Neils Jonkhans, Marcos Cruz, Mathis Osterhage, Nicola Haines e outros colaboradores, além da parceria com Klaus Bollinger.
sobre o autor
Ana Paulo Baltazar, arquiteta e doutoranda na Bartlett School of Architecture, Building, Environmental Design and Planning, University College London.
