Vitória, minha terra, é um lugar de belezas naturais incríveis, uma ilha continental recortada por praias, ilhas e morros. Possui uma história que completou 450 anos em 2001, mas que pelo menos pra mim, se estagnou desde que eu passei a me interessar por ela.Entrei no curso de Arquitetura e Urbanismo da UFES em 1997, foi quando comecei a enxergar o espaço urbano e me apaixonar por arquitetura, em contrapartida o sentimento de paixão pela minha cidade foi se transformando em um sentimento de remorso e ressentimento.
Comecei a pensar e discutir o porquê de uma cidade tão bela, de edifícios de valores históricos estava se omitindo a minha geração. Será que não poderemos ter o prazer de dizer aos nossos filhos que fizemos parte de algo de valor? A pergunta não se dirige somente a nossa classe pois não acho que a responsabilidade seja somente dos arquitetos, é de toda a sociedade capixaba e conseqüentemente de seus governantes.Vivo numa cidade onde o ouro fica nas mãos de poucos. As nossas melhores praias são praias particulares assim como nossas vistas para o mar e os locais para se divertir com segurança.
O arquitetos daqui trabalham em função dessa minoria, uma minoria que não se importa com o que acontece fora de suas fortalezas. O restante da cidade é pouco debatido e discutido até mesmo na universidade, fico muito triste ao perceber que os nossos ideais nada representam para aqueles que poderiam fazer alguma coisa por essa cidade que não fosse só falar. Que ao que me parece é o máximo que nós da área de arquitetura podemos fazer, mas já que é assim, que falemos muito e bem alto.
sobre o autor
André Luiz de A. Lima é estudante de arquitetura e urbanismo da Universidade Federal do Espírito Santo.