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my city ISSN 1982-9922

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ARUCA ALONSO, Lohania. Tesouros de uma ilha jovem. Minha Cidade, São Paulo, ano 02, n. 021.02, Vitruvius, abr. 2002 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/minhacidade/02.021/2063/pt>.


Cuba e a Ilha dos Pinos [The Automobile Blue Book, Volume Six, 1919]


Ilha da Juventude (Ilha dos Pinos)

Ilha da Juventude (Ilha dos Pinos)

Hotel Colony, Ilha da Juventude, Cuba

Restinga de CayoLargo, Ilha da Juventude, Cuba

Praia de Bibijagua, Ilha da Juventude, Cuba

 

 

O Arquipélogo cubano possui uma grande diversidade de regiões muito originais e atrativas para o turismo ambiental e cultural. Entre elas se encontra a Ilha de Pinos, ou Município especial Ilha da Juventude, segundo a nova Divisão Político-administrativa de 1976.

Esta ilha e suas ilhotas adjacentes formam o Arquipélogo dos Canarreos, que se localiza entre o Golfo de Batabanó e o Mar do Caribe, ao sul da província de Havana. O município especial possui uma superficie total de 2,199 km2 e sua população está por volta de 80.000 habitantes permanentes.

A capital municipal se denomina Nova Gerona e foi fundada em 1830, depois de mais de três séculos da maior ilha das Antilhas ser colonizada pelos espanhóis.

Em relação ao território nacional, é a segunda ilha em importância, depois de Cuba. Seu clima tropical e sua distância da cidade de Havana (130 Km), capital do país, favorecem ao turista uma estadia de férias mais interessante e diversificada.

A geografia da ilha de Pinos se divide em duas partes: a zona norte, dedicada principalmente à citricultura e à pecuária, onde temos açudes que se assemelham a enormes espelhos de água aonde se levam adiante planos de agricultura irrigada; e a zona sul que compreende uma larga franja coberta quase totalmente pelo Pântano de Lanier, onde se encontram os criadouros de crocodilos.

Exóticos e perfumados bosques de pinos (pino caribae) cobrem grandes espaços da paisagem rural acompanhados por palmeiras pequenas e “barrigudas”(colpo thrinax wrightii), e outras espécies de arbustos característicos da flora local, explica apontando um mapa o Dr. Arquiteto Sergio Ferro, Professor titular de Arquitetura e Paisagismo do Instituto Superior Politécnico “José Antonio Echavarría”.

A área perimetral da Ilha de Pinos é baixa e por ela se estendem praias de areias finas, que oferecem um panorama muito peculiar: suas cores passam por todas as tonalidades conhecidas, desde o negro e cinza escuro da Praia de Bibijágua, muito próxima de Nova Gerona, até as branquísimas areias da Praia Punta del Este, situada ao sul do Pântano de Lanier, à uma distância máxima de 70 km da capital municipal.

Na restinga Largo do Sur, até o extremo oriental dos Canarreos (150 km de Nova Gerona), existem instalações hoteleiras para o turismo de sol e praia. Esta zona está se especializando nos eventos de pesca submarina e mergulho.

A infraestrutura comercial da Ilha da Juventude está preparada e abastecida para receber e prestar serviço a uma maior quantidade de turistas. Entretanto, a hotelaria e a gastronomia necessitam de ações que impulsionem sua retomada e ampliação.

O Hotel Colony, encravado ao norte da grande concha que forma a Enseada de Siguanea, é uma jóia da arquitetura hoteleira moderna de Cuba, que precisa de urgentes intervenções de restauração.

 

Por outro lado, o transporte terrestre tem como ponto positivo uma rede rodoviária muito extensa, completa e em bom estado de conservação, unindo os pólos de interesse turístico mais apartados entre si em menos de uma hora.

São necessários apenas investimentos mínimos para remodelar e transformar em acolhedoras pensões – rodeadas de formosas plantações de cidra – os edifícios racionalistas das escolas secundárias básicas no campo. Estas foram construídos nas décadas de 70 e 80, e sua função original está cada vez mais obsoleta devido à redução considerável da população escolar que provinha de fora da Ilha.

Santa Fe é a sede musical do tradicional Sucu-sucu, cidade pequena mas de implantação e volumes harmoniosos. Encontra-se ao centroeste da Ilha (18 km de Nova Gerona) e próximo dela começou a se desenvolver, a partir de uma antiga estação de quarentena florestal, um encantador parque ecológico: a Mata de Jones.

Do lado oposto se pode visitar o complexo universitário de La Demajágua, filial pinera do prestigioso Instituto Superior Pedagógico “Enrique José Varona” de Havana.

Uma das experiências mais importantes da pedagogia cubana do século XX faz parte da história daquele centro de Educação Superior, o qual se responsabilizou por décadas pela transformação educacional acelerada de milhares de alunos, em muitos casos filhos dos novos povoadores da Ilha de Pinos.

Desde os anos sessenta do século passado, de todas as províncias da República de Cuba, chegaram jovens para radicar-se definitivamente em cidades de porte médio ou pequeno, fronteiriças aos planos agropecuários ou educacionais.

O esforço e a perseverança de todos eles, atualmente experientes avós, tornou uma realidade palpável o ambicioso projeto de converter a antiga ilha presídio dos revolucionários cubanos – entre eles, José Martí, Raimundo Cabrera, Raúl Roa, Juan Marinello, Pablo de la Torriente Brau e Fidel Castro – na atual Ilha da Juventude.

A reconstrução do centro histórico de Nova Gerona é outro dos feitos destacados do fim de século vinte pinero. O parque recuperou seu passeio público tradicional aonde agora acontecem os concertos de música da Banda Municipal e, frente a ela, se levanta o Museu Histórico, no antigo edifício da Prefeitura. Suas 8 salas de exposições cobrem dados fundamentais da história e da cultura insular.

Beatriz Gil Sardá é a Diretora desta instituição e recorda que descende do catalão José María Sardá, personagem que acolheu em sua casa de El Abra ao adolescente José Martí durante sua permanência anterior à sua deportação forçada para a Espanha. Com sincera emoção, ela interrompe a fala constantemente para assinalar o conteúdo e a importância de cada um dos mapas, quadros e maquetes cuidadosamente trabalhados e demais relíquias que podem ser observadas no Museu.

O velho relógio da localidade marca a passagem do visitante por Nova Gerona. É uma relíquia que foi salva e de novo colocada em marcha, graças ao engenho e à generosidade de um excepcional relojoeiro local; assim surgiu outro motivo de identidade própria para satisfação dos nativos desta ilha de história tão jovem.

sobre o autor

Lohania J. Aruca Alonso é professora convidada da Faculdade de Filosofia e História da Universidade de Havana e pesquisadora Lic. em História, especialista em Urbanismo, Mestre em Ciências em Estudos Interdisciplinares sobre América Latina, Caribe e Cuba. Membro da União de Escritores e Artistas de Cuba – UNEAC.

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