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my city ISSN 1982-9922

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português
Apesar das manifestações contrárias da sociedade e da opinião de historiadores, arquitetos e urbanistas, o QG da PM do Rio corre o risco de demolição.

how to quote

REDONDO, Andréa Albuquerque Garcia. Quartel General da Polícia Militar na Rua dos Barbonos. Ao pó, ou não.... Minha Cidade, São Paulo, ano 13, n. 154.03, Vitruvius, maio 2013 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/minhacidade/13.154/4744>.



Após o anúncio de que a Petrobrás compraria prédio e terreno do Quartel General da Polícia Militar, a estatal recuou, muito embora o Governador tenha mantido a decisão de vender este e outros imóveis como foi explicado em “Vendo o Rio, no Estado – estudo de caso: Botafogo” (1).

O caso do QG, sítio com dois séculos de história, foi analisado em três posts de maio e junho de 2012 (2). Os dois últimos, em especial, tiveram boa repercussão. Leitores, estudiosos, militares, e profissionais de várias áreas prontamente colaboraram com sugestões para o melhor aproveitamento do terreno em prol da cidade e de seus moradores - ao invés de simplesmente entregá-lo à construção civil, pequenez corroborada pelo silêncio da Prefeitura – uma vez que a transferência dos policiais era imperativa.

Assim como no caso da Marina da Glória, passado o ano eleitoral o assunto voltou à tona (3).

Parte do terreno do 2º BPM, em Botafogo, já foi vendida para a construção de edifícios, perdida, pois, a oportunidade de dotar o bairro, carente de áreas verdes e livres, de uma praça. Agora é a vez do QG, um pedaço do coração do Rio de Janeiro.

Segundo informou o jornal O Globo, a demolição será adiada porque o prédio ainda não está totalmente desocupado (4). De nada adiantaram, até aqui, as manifestações contrárias da sociedade nem a respeitável opinião de historiadores, arquitetos e urbanistas de renome, por exemplo, Nireu Cavalcanti, Milton Teixeira, Alexei Bueno e Augusto Ivan Freitas Pinheiro.

Não obstante a palavra daqueles profissionais, o recém-nominado Instituto Rio Patrimônio da Humanidade, antes SEDREPHAC, e o Conselho Municipal que instrui o Executivo estranhamente consideraram que, do ponto de vista do patrimônio cultural, o imóvel e local que abrigam 200 anos de História do Brasil não são de interesse à proteção.

Impõe-se que o Prefeito – autoridade máxima no que respeita ao uso do solo – aja para impedir a demolição do imóvel e resgatá-lo para a cidade que administra, uma vez ciente de que a área é importante para o Rio do ponto de vista histórico e urbanístico.

Cabe indagar se os órgãos técnicos de planejamento analisaram a hipótese com imparcialidade, passando ao largo da falta de visão e mesquinhez do governo estadual, que pretende trocar o sítio histórico especial por “trinta dinheiros”, com a mesma pequenez que desprezou a oportunidade de criar uma praça em frente ao Palácio da Cidade para favorecer a indústria da construção civil.

Setores das Secretarias de Urbanismo, Habitação, Cultura e Turismo, por exemplo, conforme os objetivos de suas missões institucionais, deveriam propor ao Executivo Municipal que mantivesse entendimentos com o governo estadual com vistas a incorporar prédio e terreno à urbe carioca dando-lhe função para requalificar a região, sem permitir jamais o lugar comum que seria entregá-los também às imobiliárias.

O QG da PM deve ser trazido à cidade ampliando-se o pólo de atração formado pela da Cinelândia, Teatro Municipal, Museu de Belas Artes, Biblioteca Nacional, Palácio Pedro Ernesto, Edifício Amarelinho, entre outros, e estendendo-o até os Arcos da Lapa, APAC da Cruz Vermelha, Passeio Público, Escola de Música e antigo Automóvel Clube, para citar apenas algumas das preciosidades arquitetônicas e históricas presentes no Centro da Cidade que são a nossa memória urbana viva.

Se os órgãos de patrimônio cultural no âmbito das atribuições a eles confiadas entendem que não há interesse para proteção, do ponto de vista urbanístico certamente haverá.

O prefeito da Cidade do Rio de Janeiro está diante de oportunidade única para exercer sua autoridade de modo sóbrio e condigno.

Esperamos que saia do seu silêncio obediente ao governador, e defenda o Rio.

notas

NE
Publicação original do artigo: REDONDO, Andréa Albuquerque G. Quartel da PM, o QG da Rua dos Barbonos: ao pó. Ou não. Rio de Janeiro, Blog Urbe Carioca, 16 abr. 2013 <www.urbecarioca.blogspot.com/2013/04/quartel-da-pm-o-qg-da-rua-dos-barbonos.html>.

1
REDONDO, Andréa Albuquerque G. Vendo o Rio, no Estado – estudo de caso: Botafogo. Rio de Janeiro, Blog Urbe Carioca, 3 jul. 2012 <www.urbecarioca.blogspot.com.br/2012/07/vendo-o-rio-no-estado-estudo-de-caso.html>.

2
REDONDO, Andréa Albuquerque G. Vendo o rio, quartel da PM e Bigorrilhos. Rio de Janeiro, Blog Urbe Carioca, 23 maio 2012 <www.urbecarioca.blogspot.com.br/2012/05/vendo-o-rio-quartel-da-pm-e-bigorrilhos.html>.
REDONDO, Andréa Albuquerque G. Quartel da PM, a enorme pequenez. Rio de Janeiro, Blog Urbe Carioca, 29 maio 2012 <www.urbecarioca.blogspot.com.br/2012/05/quartel-da-pm-enorme-pequenez.html>.
REDONDO, Andréa Albuquerque G. Quartel da PM, um bom combate. Rio de Janeiro, Blog Urbe Carioca, 1 jun. 2012 <www.urbecarioca.blogspot.com.br/2012/06/quartel-da-pm-um-bom-combate.html>.

3
REDONDO, Andréa Albuquerque G. Mais Marina: a propaganda que engana. Rio de Janeiro, Blog Urbe Carioca, 19 mar. 2013 <www.urbecarioca.blogspot.com.br/2013/03/mais-marina-propaganda-que-engana.html>

4
CANDIDA, Simone; DAMASCENO, Natanael. Estado vende batalhões da PM sem se preocupar com debate. Rio de Janeiro, O Globo, 11 abr. 2013 <http://oglobo.globo.com/rio/estado-vende-batalhoes-da-pm-sem-se-preocupar-com-debate-8083996>.

sobre a autora

Andréa Albuquerque Garcia Redondo é arquiteta (FAU UFRJ, 1975), com pós-graduação em Urbanismo (FAU UFRJ, 1990) e em Governo e Administração Municipal pela Escola Nacional de Serviços Urbanos – ENSUR (Instituto Brasileiro de Administração Municipal – IBAM, 1992). Atualmente atua como arquiteta autônoma e presta consultoria em legislação edilícia e urbanística na cidade do Rio de Janeiro.

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