In order to have a more interesting navigation, we suggest upgrading your browser, clicking in one of the following links.
All browsers are free and easy to install.
português
Grupo SITU, sob coordenação do prof. Dr. Adalberto Retto Júnior, apresenta uma proposta de ocupação e reavivamento dos interiores das quadras do centro da cidade de Agudos, no interior paulista.
RETTO JR., Adalberto. Agudos, uma cidade em transformação. O projeto particularizado do centro histórico e a coletivização do espaço privado. Minha Cidade, São Paulo, ano 14, n. 157.04, Vitruvius, ago. 2013 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/minhacidade/14.157/4853>.
O projeto particularizado do centro histórico de Agudos elaborado pelo Grupo SITU sob coordenação do prof. Dr. Adalberto Retto Júnior (Unesp – Bauru/ Prof. do Master Erasmus Mundus da Universidade Sorbonne - Fr) com consultoria da equipe do Urbanista Italiano Prof. Dr. Bernardo Secchi (IUAV de Veneza - It), que começa a ser implantado pela equipe do Prefeito Everton Ottaviani, coloca-se como um marco histórico na cidade de Agudos do ponto de vista urbanístico: ao invés de recorrer às formulas ultrapassadas, como os calçadões que foram disseminados como símbolo do planejamento urbano da cidade de Curitiba (1972), concebe uma proposta inovadora a partir da criação de um sistema de espaços livres e estacionamentos, utilizando o conceito de percolação para o miolo da quadra tradicional, que irá promover um processo efetivo de qualificação e valorização do comércio e da sociabilidade do local.
O projeto, que prevê a utilização do interior das quadras como um sistema desenvolvido de 4 em 4 quadras, denominados pela equipe de “superquadras”, propõe a coletivização dos espaços privados dos interiores das quadras. Logo, os quintais subutilizados (situação identificada em campo a partir de pesquisas in loco) passarão a ter uma utilização coletiva. Não é a transformação do espaço privado em espaço público, mas a apropriação coletiva do espaço privado.
O cenário desenvolvido já apresentado à população, e aprovado pelo Prefeito e vice-prefeito da cidade, não isola o centro do tráfego do automóvel, mas multiplica em 5 vezes a capacidade de absorção de estacionamento deste meio de transporte na zona central da cidade – uma demanda latente nos tempos atuais que quando não observada em tempo leva à falência do comércio e à degradação do comércio e à degradação das áreas centrais, vide o calçadão de Curitiba e de outras cidades do Brasil que reproduziram o modelo.
Com a qualificação do comércio e do eixo central como um todo, tenta-se reverter o processo de evasão da habitação do centro histórico. Na realidade, cada interior de quadra, que será transformado em um pequeno mall, terá uma resolução projetual individualizada como forma de enriquecer e dar complexidade ao tecido urbano; mas também servirão como pontos de sociabilidade, que levará a um aumento considerável da segurança do centro da cidade.
Do ponto de vista urbanístico, a cidade potencializa sua capacidade de oferecer espaços livres de qualidade para a população. Do ponto de vista econômico, além de ampliar a oferta de estacionamento, o projeto chega a dobrar a capacidade de exposição das vitrines, uma vez que o comércio passa a ter duas fachadas: uma tradicional voltada para a rua; e, uma nova fachada voltada para áreas internas do convívio e conveniência que se assemelham às comodidades oferecidas pelos shopping centers, sem o inconveniente de viver em um espaço completamente artificial, sem laços com a memória e a cultura da cidade.
Nesse sentido, o interior das quadras continuará a ser um lugar privado, que permite o fechamento e controle de acesso durante à noite, mas aberto durante o dia, permitindo a dilatação da área de sociabilidade e mobilidade do cidadão.
Como reforça a equipe, nas cidades brasileiras o que falta é a qualificação do centro com o objetivo defazer com que o usuário, ao invés de ir ao shopping center pela comodidade de estacionamento, possa encontrar a mesma qualidade e segurança no centro histórico. Retirar o automóvel das ruas tem se mostrado uma maneira pouco eficiente (e um tanto saudosista) de garantir a sobrevivência do comércio local, enquanto que aumentar a capacidade de estacionamentos tende a ser uma solução mais simples e apropriada para o centro da cidade.
Esse processo aceito integralmente pela gestão atual, estabelece um grande desafio do ponto de vista da gestão, uma parceria público – privado na requalificação da cidade, ferramenta ainda pouco utilizada pelos municípios desde sua criação em 2001 pelo Estatuto das Cidades. A Prefeitura dará incentivos efetivos aos proprietários que adotarem tal sistema com o padrão de qualidade do projeto original. Em reunião com a Secretaria de Obras o número de benfeitorias que a Prefeitura pretende fazer, vai bem além de uma simples pavimentação universal e equipamentos básicos. A Prefeitura quer transformar o centro em um verdadeiro local altamente qualificado, oferecendo ao usuário postes com áudio e transmissão de internet gratuita, além de uma iluminação adequada para o pedestre.
O que efetivamente está sendo construído em Agudos é um projeto integrado de obras e normativas, a partir de formulações espaciais, que utilizam o projeto urbanístico como hipótese espacial e ato de modificação crítica. Dentro deste quadro, o projeto urbanístico, ao invés de repropor formas e estruturas do passado, concentra-se em criar espaços urbanos que possam dar complexidade e identidade ao tecido, permitindo a discussão sobre processos de produção de identidade e diferenciais na cidade. Para tal, o projeto do espaço urbano transforma-se no projeto do espaço público.
sobre a equipe do Grupo SITU
Coordenador: ProfºDrº Adalberto Retto Júnior Unesp Bauru (prof. do Master Erasmus Mundus da Universidade Sorbonne - Fr)
Vice-coordenadora: Profª Drª Marta Enokibara Unesp Bauru
Equpe Plano Diretor 2004/2006 – Plano Particularizado do Centro Histórico: Arq. Hugo do Nascimento Serra (Unesp Bauru), Arqta. Marilia Caetano (Unesp Bauru) e Arqta. Sheila Kajiwara (Unesp Bauru).
Equipe Plano Estrutural – Revisão 2012: Arq. Aline Akemi Taba Kanashiro (Unesp Bauru), Júlia Lobo (estagiária, Unesp Bauru), Eriton Tantini (estagiário, USC)