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my city ISSN 1982-9922

abstracts

português
Através de memórias e afetos, este ensaio crítico deve-se aos atuais processos urbanos que têm acometido a paisagem de Blumena-SC, perpassando questões de cunho cultural que conjecturam sobre o mercado imobiliário e a gestão urbana locais.

english
Through memories and affections, this critical essay is due to current urban processes that have affected the landscape of Blumenau-SC, therefore, it traverses cultural nature issues that conjecture on the local housing market and urban management.

español
A través de recuerdos e afectos, este texto crítico es devido a los procesos urbanos actuales que han afectado el paisaje de Blumenau-SC y permea cuestiones de naturaleza cultural que suponen acerca de el mercado inmobiliario y la gestión urbana locales.

how to quote

WAN-DALL JUNIOR, Osnildo Adão. Prosit, Blumenau! Memórias, afetos e conjecturas sobre arquitetura, cultura e paisagem. Minha Cidade, São Paulo, ano 15, n. 177.03, Vitruvius, abr. 2015 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/minhacidade/15.177/5481>.


Catedral de São Paulo Apóstolo / Igreja Matriz, Blumenau. Arquiteto Gottfried Böhm. Perspectiva externa a partir de terraço junto a torre de sinos
Foto Osnildo Adão Wan-Dall Junior


Desde que ingressei no curso de arquitetura e urbanismo e passei a morar em Florianópolis, minha relação com Blumenau, cidade onde nasci e cresci, mudou de modo definitivo, ganhando novos contornos. Da busca por certo êxodo pessoal, passei a cultivar um apreço crescente pela cidade, pautado, sobretudo, pela compreensão da conformação urbana local. Recordo-me com frequência de quando, em meados da última década, ao caminhar pelas principais ruas do centro histórico e comercial da cidade, realizei-a diferentemente, e surpreendi-me, talvez pela primeira vez, atendo o olhar para cima, enxergando não apenas o que permite a costumeira altura do observador.

Blumenau. Rua XV de Novembro. Ao centro, a torre de sinos da Catedral de São Paulo Apóstolo – arquiteto Gottfried Böhm
Foto Daniela Martins | ASA Estúdio

Blumenau. Rua XV de Novembro. Detalhe do conjunto arquitetônico
Foto Daniela Martins | ASA Estúdio

Foi assim que, ao longo da sinuosa e estreita Rua XV de Novembro (antiga Wurstrasse, “Rua da Linguiça”), observava, com curiosidade e atenção, as casas e os edifícios antigos, de arquitetura simples ou arrojada – e de uso predominantemente misto –, construídos na primeira metade do século passado. Mas, inclinando a cabeça um pouco mais para cima, podia notar, também, exemplares da arquitetura moderna, construídos, principalmente, a partir da década de 1950, e, assim, reparava nas distintas técnicas construtivas do conjunto arquitetônico.

Grande Hotel Blumenau. Arquiteto Hans Broos. Detalhe da fachada noroeste e do terraço-jardim. Inaugurado em 1962, o estabelecimento encontra-se desativado
Foto Daniela Martins | ASA Estúdio

Hotel Hermann, Blumenau. Arquitetura enxaimel. Fundada no início do século XX, a antiga casa abriga o hotel desde 1948
Foto Daniela Martins | ASA Estúdio

Lembro ainda que, naquele momento, assistia aulas de história da arquitetura brasileira e catarinense na graduação, de modo que já me era possível discernir a tradicional arquitetura colonial alemã do pastiche pós-moderno que forjou muitas construções da área central da cidade a partir de fins da década de 1970. Apesar disso, admirava, com grande entusiasmo, as boas releituras do enxaimel, executadas em concreto armado a partir da década de 1980 e materializadas, por exemplo, em algumas agências bancárias centrais, residências e clubes culturais e esportivos.

Casa Haco, Blumenau. Arquitetura de imigração alemã construída em 1890
Foto Daniela Martins | ASA Estúdio

Antiga Cervejaria Feldmann, Blumenau. Arquitetura enxaimel. Fundada em 1898, a antiga cervejaria abriga o Centro Cultural do bairro Vila Itoupava
Foto Daniela Martins | ASA Estúdio

O enxaimel, técnica construtiva trazida pelos imigrantes alemães na segunda metade do século 19 – caracterizada pela estrutura em madeira, vedação em tijolos cerâmicos aparentes ou taipa e cobertura em telhas cerâmicas – conta, ainda hoje, com exemplares no perímetro urbano, mas, particularmente, em áreas rurais e limítrofes, e, predominantemente, no atual vetor de expansão imobiliária ao norte do município. Embora sobreviventes e, por vezes, tombadas como patrimônio histórico na paisagem que se transforma a todo instante, tanto o enxaimel quanto as demais construções antigas da cidade (1), de estilos caros à arquitetura de imigração alemã – paredes de tijolos autoportantes e/ou de pedras, ou, mais raramente, casas e ranchos em madeira –, ao art déco e ao ecletismo datado da primeira metade século 20 estão, porém, sendo cada vez mais descaracterizados ou destinados ao abandono, ao estado de arruinamento, à demolição e à consequente substituição pelos novos empreendimentos imobiliários contemporâneos.

Casa do Comércio, Blumenau. Arquitetura de imigração alemã com influência eclética. Construída em 1923, a edificação serviu originalmente de maternidade e, em 1969, passou a ser sede do Restaurante Cavalinho Branco. Desde 2007, sedia a Casa do Comércio
Foto Daniela Martins | ASA Estúdio

Agência bancária à Rua 7 de Setembro, Blumenau. Releitura da arquitetura enxaimel
Foto Daniela Martins | ASA Estúdio

Enquanto processos lucrativos como esses se tornam realidade e cultivam novas arquiteturas puramente fachadistas, gosto de lembrar que Blumenau, cidade que, hoje, conta com cerca de 335 mil habitantes, já teve, além da arquitetura colonial alemã, acalentadores exemplos de boa arquitetura moderna. Foi durante a graduação que tomei contato com a obra de Hans Broos, arquiteto austríaco radicado no Brasil, cuja importância é atribuída não apenas pelas casas modernistas de parte da elite blumenauense, ou pelo conjunto de edifícios comerciais, institucionais e residenciais localizados em várias cidades da região; mas, sobretudo, à clássica e muito visitada fábrica têxtil Companhia Hering-Matriz (1968-1975) que, localizada em Blumenau, conta com o não menos clássico jardim suspenso assinado pelo aclamado paisagista brasileiro Roberto Burle Marx.

Palacete residencial à Rua 7 de setembro, Blumenau. Arquitetura de imigração alemã
Foto Daniela Martins | ASA Estúdio

Casa Gropp, Blumenau. Raro exemplar de arquitetura de imigração alemã em madeira, com lambrequins nos beiras e varanda em estilo art nouveau. Construída em 1913, encontra-se em situação de abandono e arruinamento
Foto Daniela Martins | ASA Estúdio

Além dos projetos de Broos (2), Blumenau apresenta, também, um exemplar da obra de Gottfried Böhm (3), arquiteto alemão ganhador do Prêmio Pritzer: a Catedral de São Paulo Apóstolo (1953-1958). Tanto a Catedral, conhecida como Igreja Matriz (com a torre de sinos construída em pedras de granito vermelho, a grandeza da nave principal e a beleza dos vitrais) quanto a brutalista Igreja Matriz São Luis Gonzaga (1955-1962, de imponência e características bastante semelhantes ao exemplar blumenauense projetado por Böhm na vizinha cidade de Brusque) contribuem para o legado da arquitetura moderna local e regional do segundo pós-guerra.

Casa à Rua Bahia, Blumenau. Arquitetura de imigração alemã
Foto Osnildo Adão Wan-Dall Junior

Casa Manzke, Blumenau. Arquitetura de imigração alemã construída em 1936
Foto Daniela Martins | ASA Estúdio

A exemplo da arquitetura, a cultura de base alemã não somente faz parte da cidade desde sua fundação, em 1850, como sempre se viu a necessidade de que essa mesma cultura se desse a partir da importação de modelos e hábitos típicos ou tradicionais alemães, sobretudo a partir do último século. Sendo uma “Alemanha sem passaporte” – como se pode ler nos outdoors da atual campanha de promoção turística da cidade –, Blumenau está de fato cercada por outras tantas cidades de colonização europeia, em que pese a concentração de imigrantes alemães em toda a região do Vale do Itajaí. Não por acaso, o Vale Europeu Catarinense, como passou a ser denominada geopoliticamente a mesorregião em que a cidade está inserida, tornou-se um dos principais focos de políticas públicas estaduais e locais que, há décadas, se utiliza da história da imigração e da cultura europeia para a promoção do turismo.

Casa à Rua Henrique Conrad, Blumenau. Arquitetura de imigração alemã
Foto Daniela Martins | ASA Estúdio

Casa Salinger, Blumenau. Arquitetura de imigração alemã localizada junto ao antigo terminal fluvial da Itoupava Seca. Construída em 1885, a edificação encontra-se em situação de abandono e arruinamento
Foto Daniela Martins | ASA Estúdio

Desde pequeno, ouço dizer que a primeira edição da já tradicional Oktoberfest (festa declaradamente espelhada na centenária celebração popular de Munique), em 1984, deu-se em função de uma grande enchente que havia causado destruição em boa parte da cidade no mês de outubro do ano anterior, por conta das chuvas caraterísticas do período. No entanto, a festa anual da “música, cerveja e alegria”, cujo auge se deu na segunda metade da década de 1980 aos embalos do hino “Hallo, Blumenau! Bom dia, Brasil!”, de autoria do músico alemão Helmut Högl, não trouxe apenas a reestruturação econômica, mas a derradeira espetacularização da cultura local e, por consequência, da própria cidade, através de sua projeção no cenário do turismo mundial.

Companhia Hering-Matriz, Blumenau. Arquiteto Hans Broos. Vista da Praça Histórica, centro de convivência da empresa
Foto Daniela Martins | ASA Estúdio

Companhia Hering-Matriz, Blumenau. Arquiteto Hans Broos. Perspectiva do bloco da costura e da caixa de escadas a partir do terraço-jardim – paisagista Roberto Burle Marx
Foto Daniela Martins | ASA Estúdio

Pode-se dizer que foi esse o impulso que fez com que a cidade passasse pelo enaltecimento e pela veneração de uma identidade “germânica” pasteurizada e dita única, a exemplo do falso e cênico enxaimel que pulula pelas ruas desde pelo menos as novas instalações da Prefeitura Municipal, na década de 1980, e que culminou na instalação do novo parque de festas que sedia a Oktoberfest: o Parque Vila Germânica, inaugurado em 2006. Substituídos, os antigos pavilhões do Parque de Exposições da PROEB deram lugar a um complexo que contempla um verdadeiro centro de eventos “moderno e climatizado”, mas que, no entanto, tira cada vez mais das ruas centrais da cidade o pouco espaço popular e público que a Oktoberfest proporcionara desde suas primeiras edições.

Companhia Hering-Matriz, Blumenau. Arquiteto Hans Broos. Perspectiva do terraço-jardim – paisagista Roberto Burle Marx
Foto Daniela Martins | ASA Estúdio

Catedral de São Paulo Apóstolo / Igreja Matriz, Blumenau. Arquiteto Gottfried Böhm. Perspectiva externa a partir de terraço junto a torre de sinos
Foto Osnildo Adão Wan-Dall Junior

Outros exemplos do “resgate” das tradições alemãs, e que também constam do calendário festivo da cidade, são o Stammtisch, caracterizado como uma festa entre grupos de amigos, que, felizmente, acontece na rua; e a Sommerfest, uma espécie de Oktoberfest de verão, porém de muito menos fôlego, que também tem lugar na Vila Germânica. Festas como estas, bem como o surgimento de várias cervejarias artesanais, criaram, desde a última década, um novo setor da indústria local, produzindo o que podemos chamar de “subjetividade cervejeira” em boa parte da população: a exaltação, a exacerbação de uma cultura neotradicionalista alemã, recentemente construída pela geração que cresceu com a Oktoberfest, vestindo os trajes típicos da região da Baviera, na Alemanha. Não por acaso, tais acontecimentos acabam contribuindo para que a cidade se torne produto de uma cultura, também ela, pastiche, e que aos poucos transmuta-se no produto “especulação imobiliária”.

Catedral de São Paulo Apóstolo / Igreja Matriz, Blumenau. Arquiteto Gottfried Böhm. Perspectiva interna
Foto Daniela Martins | ASA Estúdio

Catedral de São Paulo Apóstolo / Igreja Matriz, Blumenau. Arquiteto Gottfried Böhm. Detalhe dos vitrais desenhados pelo arquiteto, a partir do interior da igreja. Em segundo plano, silhueta da torre de sinos
Foto Daniela Martins | ASA Estúdio

De fato, são muitas as incorporadoras e construtoras que borram o verde da paisagem de vales e cumeadas com construções residenciais e comerciais homogêneas e, no mínimo, questionáveis. Nos casos mais radicais da atual política urbana local, rasgam-se bairros inteiros e alargam-se ruas de caixa pequena para a estruturação de vias expressas de onde se vê o verde da área rural coexistindo, não sem ruídos, com a nova urbanização. Em meio a áreas residenciais de baixa densidade, seja em bairros populares ou não, vê-se a construção de shopping centers, supermercados, condomínios e loteamentos particulares e outros grandes equipamentos em implantações e volumetrias absolutamente destoantes do entorno e do contexto urbano em que estão inseridos. São medidas como essas que permitiram a execução de um edifício de altíssimo padrão – o maior da cidade até o momento –, com 124 metros de altura e 35 pavimentos previstos.

Igreja Matriz São Luis Gonzaga, Brusque. Arquiteto Gottfried Böhm. Perspectiva externa a partir da Praça Barão von Schneeburg
Foto Daniela Martins | ASA Estúdio

Igreja Matriz São Luis Gonzaga, Brusque. Arquiteto Gottfried Böhm. Perspectiva interna
Foto Daniela Martins | ASA Estúdio

Por essas e outras questões, a gestão político-urbana instaurada em Blumenau me tem causado pesar a cada regresso que faço à cidade. Assim como tem causado enorme desconforto – pelo menos para muitos técnicos, urbanistas e historiadores – a recente proposta de uma nova ponte e de uma passarela na área central da cidade, naquela que talvez seja a principal curva do Rio Itajaí-Açu – em cujas margens aportaram os primeiros vapores que deram início ao povoamento da então Colônia Blumenau, a partir de 1850, e a conseguinte construção da Stadtplatz, primeiro núcleo urbano da Colônia até a década de 1880 (4).

Parque Vila Germânica, Blumenau. Vista de parte do conjunto a partir da praça externa. À esquerda, o centro de eventos da Vila; ao centro e à direita, estabelecimentos comerciais abertos ao público durante todo o ano
Foto Daniela Martins | ASA Estúdio

Edifício de alto padrão em construção no Bairro Victor Konder, Blumenau
Foto Daniela Martins | ASA Estúdio

Longe de propor apologia às duvidosas políticas preservacionistas, na grande maioria das vezes cooptadas por parcerias público-privadas, faz-se urgente repensar a suposta necessidade de novas transposições terra/rio, duvidosamente requeridas pela população, bem como a necessidade da “certeira” busca da felicidade prometida pelos condomínios fechados e/ou de alto padrão. Fatos como estes fagulham o debate sobre a paisagem urbana, cujo estopim talvez tenha sido o recente e suspeito incêndio do restaurante Frohsinn. Enquanto cartão postal que encimava a já mencionada histórica curva do Rio Itajaí-Açu, a importância da construção de estilo (neo)enxaimel é atribuída pelo fato de estar localizada em área pública – o Morro do Aipim –, ainda que essa mesma área seja alvo de interesses privados, como se sabe (5).

Igreja de Itoupava Seca / Igreja Martin Luther, Blumenau. Construída no período de 1953-1955, esta é a primeira obra de Hans Broos no Brasil. Atualmente, já não figura mais na paisagem com o mesmo destaque que tivera inicialmente
Foto Daniela Martins | ASA Estúdio

Blumenau. Vista do Morro do Aipim a partir da Avenida Beira-rio. Na extrema esquerda, a Prainha, onde até algumas décadas atrás havia uma praia fluvial e onde encontra-se, em ruínas, o Vapor Blumenau, embarcação que navegou no Rio Itajaí-Açu entre 1895 e
Foto Daniela Martins | ASA Estúdio

É desta mesma paisagem central a lembrança, transmitida através de gerações, de antigos vapores e da maria-fumaça, que serviam de transporte de passageiros e de produtos para a indústria e o comércio locais até algumas décadas atrás. São histórias que mesclam a certeza da prosperidade buscada pela imigração com a desativação de portos e de praias fluviais urbanas; o consequente e visível desinteresse e desrespeito com o Itajaí-Açu; a falta de promoção de vida pública; mitos de túneis secretos que ligariam subterraneamente edifícios institucionais no centro da cidade (6); e até mesmo apologias ao nazismo.

Alameda Duque de Caxias / Rua das Palmeiras, Blumenau. Elemento estruturador do primeiro núcleo urbano de Blumenau (Stadtplatz), foi a primeira rua planejada da cidade. À direita, o Museu da Família Colonial. Das duas casas justapostas, a da esquerda é co
Foto Daniela Martins | ASA Estúdio

Ponte Eng. Antonio Vitorino Ávila Filho / Ponte dos Arcos, Blumenau. Inaugurada em 1954, quando da implantação do tronco ferroviário Blumenau-Itajaí, hoje permite o trânsito de pedestres, ciclistas e veículos automotores
Foto Daniela Martins | ASA Estúdio

Por tudo isso e para a verdadeira prosperidade de Blumenau, desejo sopros de utopia. Desejo mais encontros e festas de rua – que não aconteçam apenas nos meses de outubro: desejo verdadeiros stammstischs e cervejarias públicas urbanas o ano inteiro! E que os vapores e a fumaça que percorriam, respectivamente, o curso do Itajaí-Açu e os trilhos da Estrada de Ferro de Santa Catarina não se tornem simples saudosismos em uma paisagem rasgada pelo incentivo à aquisição e ao uso indiscriminado do automóvel, onde o uso efetivo do transporte público é sinônimo de vergonha e distinção social, virulentamente perpetuadas.

Ponte Aldo Pereira Andrade / Ponte de Ferro, Blumenau. Inaugurada em 1931, integrava a rede ferroviária na ligação Blumenau-Itajaí. Foi restaurada em 1991 para o trânsito de pedestres, ciclistas e veículos automotores
Foto Daniela Martins | ASA Estúdio

notas

NA – Agradeço as seguintes pessoas e instituições pela colaboração na elaboração deste artigo: Sabrinha Lenhen Stoll, Marlete Wan-Dall, Osnildo Wan-Dall, Abilio Guerra, Daniela Martins, Angelina Wittmann, Sabrina Wan-Dall Constancio e Companhia Hering-Matriz, nas figuras de Fernanda Althoff Richard, Valquiria Venturi Starke e Tássia Bachmann Pabst. Todas as fotografias foram realizadas em fevereiro de 2015.

1
Embora acredite na quase impossibilidade de discernir entre o meio urbano e rural, devido às suas relações limiares de interdependência, uma interessante leitura sobre a arquitetura urbana de Blumenau pode ser conferida em: VIDOR, Vilmar. Arquitetura urbana em Blumenau. Arquitextos, São Paulo, ano 04, n. 039.04, Vitruvius, ago. 2003 <www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/04.039/660>.

2
Alguns textos sobre a obra de Hans Broos podem ser encontrados no portal Vitruvius, dentre os quais destaco: DAUFENBACH, Karine. Reflexões sobre a obra de Hans Broos. Arquitextos, São Paulo, ano 11, n. 123.07, Vitruvius, ago. 2010 <www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/10.123/3530>; DAUFENBACH, Karine. Hans Broos. Singularidades do pensamento e da obra de um mestre. Arquitextos, São Paulo, ano 12, n. 141.06, Vitruvius, fev. 2012 <www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/12.141/4237>. Conferir, também, a dissertação de mestrado e a tese de doutorado da mesma autora, estudiosa da obra do arquiteto.

3
Sobre a obra de Gottfried Böhm no Brasil, conferir: NOLL, João Francisco; ODEBRECHT, Silvia. Gottfried Böhm e sua obra no Brasil. Entrevista, São Paulo, ano 15, n. 057.02, Vitruvius, jan. 2014 <www.vitruvius.com.br/revistas/read/entrevista/15.057/5013>.

4
Atualizado frequentemente, o blog Arte, cultura, história e antropologia, de autoria de Angelina Wittmann, é uma importante fonte de pesquisa sobre Blumenau e as demais cidades da região. Disponível em: <http://angelinawittmann.blogspot.com.br>.

5
Em 1911, esta área foi doada ao município por Pedro Hermann, filho do Dr. Hermann Blumenau, fundador da cidade, sendo, portanto, um espaço público que deveria ser usufruído por toda a comunidade local. O Restaurante Frohsinn, que ali funcionava desde 1969, ano de sua inauguração, havia sido projetado por Henrique Herwig na mesma década. Um novo projeto para a área foi desenvolvido recentemente pelo escritório HS Arquitetos, cuja equipe integra arquitetos familiares do Sr. Herwig.

6
O debate sobre o mistério dos lendários túneis subterrâneos de Blumenau foi reacendido no último mês de janeiro, durante a realização de obras de infraestrutura urbana na Rua Presidente John Kenedy, que dá acesso secundário ao principal teatro da cidade, o Teatro Carlos Gomes, localizado na Rua XV de Novembro, e cuja obra foi concluída em 1942. Após um túnel ter sido encontrado e sua cobertura parcialmente destruída por conta das referidas obras, técnicos da Prefeitura Municipal alegaram tratar-se de uma galeria de águas pluviais, indo contra a opinião de grande parte da população e ao parecer de outros estudiosos do tema na cidade. De baixa altura e pouca largura, os dois trechos do túnel, agora reconectados de modo pouco apurado, apresentam os percursos obstruídos por grandes pedras, impedindo o aprofundamento do estudo do caso. Durante as referidas obras de infraestrutura urbana, o canteiro ficou exposto a céu aberto, apenas com a frágil proteção de alguns tapumes. 

sobre o autor

Osnildo Adão Wan-Dall Junior é arquiteto e urbanista graduado pela Universidade Federal de Santa Catarina, com período de mobilidade acadêmica na Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto. É mestre e doutorando em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal da Bahia, onde é membro do grupo de pesquisa Laboratório Urbano e da equipe de produção editorial da revista Redobra.

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