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PORTAL VITRUVIUS. Prêmio Usiminas de arquitetura em aço 2000. Projetos, São Paulo, ano 01, n. 009., Vitruvius, set. 2001 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/projetos/01.009/2128>.


Memorial descritivo

1. Conceituação

Entendemos que a parceria estabelecida entre a Usiminas e a Cohab MG /Secretaria de Estado da Habitação e Desenvolvimento Urbano na concretização desta nova sede pode ser qualificada como simbiótica, uma vez que:

– a Cohab e a Secretaria se beneficiam de um novo espaço representativo que reforça suas imagens e objetivos, na busca e na promoção de soluções habitacionais;

– a Usiminas se beneficia através da associação da sua imagem e de seus produtos como agentes e instrumentos destas soluções.

Partindo-se desta premissa, fez-se necessário a busca de um produto de forte caráter simbólico, o qual proporciona grande estímulo criativo a nós, profissionais da arquitetura, que nada mais somos que pesquisadores e promotores do "bem morar". Este projeto surge, então, como uma rica oportunidade de se expressar a atitude do arquiteto como instrumento gerador de cultura.

O terreno destinado `a implantação da sede tem como características relevantes, dentre outras, o fato de ser inteiramente cercado por vias públicas, de intenso fluxo de veículos e menor fluxo de pedestres, e totalmente plano, o que o expõe inteiramente ao contato com o entorno e favorece sua permeabilidade e acessibilidade. Entretanto, a região circundante vem sofrendo intervenções urbanas recentes, e não representa uma ocupação enraizada, condicionante na concepção de novos espaços. Portanto, numa área onde os referenciais urbanos ainda estão em processo de definição, uma obra de tal vulto passa a ser, a nosso ver, ela própria, um referencial e catalisador de novas ocupações futuras.

Portanto, a solução almejada passa a ser forte referencial urbano, com expressiva carga simbólica das entidades que o compõem, bem como um pólo atrator de usuários. Ao mesmo tempo, busca representar um refúgio de ambientação agradável, num entorno agressivo e caótico.

Basicamente, em nossa proposta, partimos do sentido de riqueza, de descoberta pelo observador de elementos que se revelam à medida em que penetramos os espaços. O edifício foi concebido de forma a se elevar do nível de circulação de veículos das ruas de entorno, e sendo assim, foram criadas escadarias monumentais que evidenciam os acessos principais, geram imponência, ao mesmo tempo em que preservam áreas internas do entorno agressivo. A edificação, apesar de contar com marcante modularidade, permite quebrar sua seqüência linear, gerando dobraduras, ângulos instigantes que aguçam a curiosidade do usuário, convidando-o a fruir o objeto arquitetônico. Percebe-se, então, um ritmo marcante na construção, que vem se diluindo e se fragmentando a partir do trecho mais longitudinal do terreno, culminando numa quebra deste ritmo marcado por uma "dobra", uma angulação no trecho de maior amplitude do mesmo, representando um foco de convergência do observador. Este espaço representa, portanto, um pólo atrator, e foi concebido como receptor e orientador dos demais espaços.

Optamos, nesta área, por criar um grande átrio, que age como espaço gregário, no qual o usuário perceba o sentido de abrigo, de acolhimento, e a partir deste espaço, possa definir os demais, que estão dispostos em sua função. Este átrio recebe uma cobertura vazada, montada em perfis e treliças metálicas, que ao mesmo tempo filtram a luminosidade do espaço externo, coroam a edificação com forte simbolismo e expõem os elementos metálicos de forma contundente. Neste átrio, percebe-se de forma mais visceral a potencialidade da estrutura metálica, evidenciada ao extremo, nas peças que compõem a cobertura, nas grandes treliças que suportam a passarela sobre a escadaria principal, nas demais passarelas que entrecortam o espaço, interligando os níveis superiores, enfim, em todos os elementos marcantes que estão expostos. As vedações nesta área são feitas através de grandes painéis de vidro, mais uma vez com intenção de exposição total da estrutura.

O básico sentido instintivo de busca de abrigo, de proteção da agressividade do entorno externo, presente desde os primórdios da existência humana, a procura por espaços com segurança e posicionamento estratégico, foi a concepção principal de nossa proposta. O átrio, elevado em relação ao nível do solo, acessado pelas escadarias monumentais, uma mais evidente, voltada para a avenida Tereza Cristina, e outra menor e mais instigante, desenvolvida numa "fenda" entre os volumes do edifício, voltada para a via Expressa, remete `a idéia de segurança do espaço interno, que permite desvendar também o espaço externo. Toda esta concepção calcada no sentido de abrigo se justifica pela evidente relação com o propósito básico das entidades (Cohab / Secretaria) de gerar moradia, de proporcionar ao cidadão o próprio abrigo.A disposição dos elementos no átrio, como a cantina, com suas mesas, grandes jardineiras onde se pretende plantar árvores que gerem sombreamento e vida ao espaço (pretende-se utilizar o Pau-Ferro nestas jardineiras, por contarem com enraizamento adequado para o plantio em jardineiras) pretende valorizar ainda mais a ambientação desta área. Os demais espaços, destinados aos setores específicos das entidades, são percebidos a partir do átrio, uma vez que todos os andares são interligados com ele, através de passarelas e varandas. Isto também gera uma condição de integração, agradável num ambiente de trabalho, e beneficia funcionalidade aos usuários e funcionários, que têm maior facilidade em perceber a disposição dos diversos ambientes e setores do edifício.

Aspectos físicos e funcionais

A edificação foi setorizada por níveis, de forma que procuramos ocupar no primeiro nível, predominantemente, os cômodos de apoio e serviços das duas entidades, principalmente com vagas de garagem, depósitos e espaços correlatos. O auditório também foi locado neste nível, uma vez que seu uso não é necessariamente vinculado ao restante do prédio, tendo, além da ligação com o interior do mesmo, acesso independente, direto para a área externa. A guarita de controle se localiza na extremidade do prédio, próximo ao encontro da avenida Tereza Cristina com a rua Craveiro Lopes, posição que permite o controle do estacionamento interno (de funcionários) e externo (de visitantes). Os acessos de veículos são feitos pelas ruas de menor fluxo, possibilitando maior comodidade nas manobras de entrada e saída, enquanto que os acessos de pedestres foram localizados próximos às maiores confluências dos mesmos, próximos a faixas de segurança e à prevista estação de metrô.

No segundo nível foram locadas as áreas de atendimento direto ao público, e portanto todos os setores de convergência de usuários e visitantes: atendimento geral, cantina, acesso principal ao auditório, e setores da Cohab mais expostos ao público: Diretoria Financeira e Diretoria Administrativa. O átrio, localizado neste nível, funciona como pólo convergente e distribuidor dos usuários, bem como um grande mall de divulgação de trabalhos desenvolvidos pela Cohab e a Secretaria. A partir deste nível, setorizamos as áreas de trabalho em três alas: duas alas lineares, dispostas paralelamente à rua Governador Mineiro, separadas pelo átrio e pelo hall de circulação vertical, e outra ortogonal a estas, alinhada com a Via Expressa.

No terceiro nível locamos as Diretorias Técnicas e de Habitação da Cohab/MG em duas alas lineares, interligadas por uma passarela que passa sobre o espaço aéreo do átrio, permitindo integração entre os ambientes, e em uma ala ortogonal a estas foram dispostas as dependências do Diretor Presidente da Cohab/MG, que conta com terraço privativo, que dá vista para a via expressa.

Sobre esta área da presidência da Cohab, no quarto nível da edificação, estão as demais áreas também pertencentes a ela. O acesso se dá diretamente, por escada lateral, ou através de passarela que corta o átrio sobre a escadaria princiapal, que dá para o hall de circulação vertical. Ainda no quarto nível se distribui a Secretaria de Estado da Habitação e desenvolvimento Urbano, disposta linearmente numa ala única, unida por um espaço que cobre parte do átrio interno.

O acesso aos deficientes físicos foi permitido a todos os níveis da edificação, seja através do elevador localizado centralizado em relação às disposições os espaços, ou pela rampa que se desenvolve linearmente a todos os andares, e desemboca também neste hall de elevador e escadas. Para o acesso de deficientes no nível da rua ao do átrio, foi criada uma rampa que parte lateralmente à escadaria principal (acesso pela rua Tereza Cristina), e se desenvolve perifericamente à ala ortogonal do edifício. Esta rampa percorre, portanto, a face voltada para a via Expressa, sobre o jardim locado nesta área, o que proporciona um trajeto alternativo que explora novas visadas, e proporciona ao usuário a sensação de descoberta gradativa do espaço, culminando no grande átrio central. Este acesso rampado foi concebido, também, de modo a criar uma composição de fachada interessante, "rasgando" diagonalmente a face lisa do edifício voltada para a Via Expressa. Os banheiros públicos são individuais e são previstos para receber os equipamentos de suporte para os deficientes (barras de proteção), possuindo largura suficiente para o acesso das cadeiras de rodas, se necessário.

Todas as alas projetadas foram concebidas como espaços corridos, nos quais privilegiamos o uso de divisórias, criando-se ambientes individuais e coletivos do tipo "open plan", proporcionando grande flexibilidade no planejamento dos espaços. Estas alas têm sempre suas aberturas voltadas para o átrio ou para as fachadas para as quais se voltam, sendo que as maiores aberturas se dão para as fachadas leste e sul, enquanto as faces voltadas para o norte e oeste possuem aberturas menos generosas. Isto se adapta perfeitamente à nossa proposta, uma vez que temos as insolações mais favoráveis coincidentes com as visadas mais favorecidas pelo projeto, enquanto que as visadas mais agressivas do entorno estão mais bloqueadas, protegendo o átrio interno e demais áreas do desconforto térmico e acústico. As aberturas dispostas em faces opostas favorecem a circulação cruzada dos ambientes, sendo que maiores aberturas voltadas diretamente à insolação prejudicial recebe sempre algum elemento amenizador, como brises ou a própria rampa de deficientes, que representa uma barreira ao avanço do sol para as alas de trabalho.

Ainda com relação ao conforto térmico, existe também a possibilidade de uso de equipamentos de ar condicionado, em sistemas individuais para cada ala do prédio: pode-se ter equipamentos de parede locados nas aberturas das janelas da fachada leste, e voltados para a fachada norte na ala ortogonal, ou utilizar-se sistemas centrais para cada ala, com equipamentos evaporadores locados na cobertura do último pavimento, e condensadores nos terraços e varandas nos pavimentos inferiores. No auditório, pode-se usar o espaço sob a escadaria principal como casa de máquinas para o sistema de condicionamento de ar.

Aspectos técnico-construtivos

Visando a exeqüibilidade e funcionalidade estrutural, a solução adotada para este projeto foi modular, tendo sido adotados dois padrões de módulos: 9x9 metros e 6,4x6,4 metros (o módulo maior é a medida da diagonal do módulo menor, uma vez que estes são dispostos em ângulos de 45° uns com os outros). As vigas e colunas metálicas seriam perfis metálicos eletrosoldados Usilight em sistema porticado, e em alguns trechos, onde se faz necessário a cobertura de maiores vãos (no auditório), optamos pelo uso de treliças metálicas, que fazem a transição das cargas dos módulos superiores. As passarelas são sustentadas por estruturas treliçadas, e .as rampas se desenvolvem adjacentes ao módulo linear, tendo como solução estrutural um misto de apoios e pendurais metálicos, que também dão sustentação e travamento ao grande painel de caixilhos de vidro que faz a vedação em frente a elas.

As lajes utilizadas seriam do tipo steel deck, e as vedações externas em painéis de concreto pré-moldado alveolar, com acabamento aplicado previamente. As alvenarias internas seriam em painéis de gesso cartonado do tipo dry-wall, inclusive nas instalações sanitárias, dotadas de shafts para descida de prumadas hidráulicas.

Sobre as lajes do último pavimento, a cobertura se dá por telhas metálicas termo-acústicas ocultadas por platibandas, o que facilita a adaptação para expansões verticais futuras do edifício, previstas como novos andares sobre a ala linear de modulação 9x9 metros. Existe a possibilidade de subir aproximadamente mais cinco andares além dos já projetados, atendendo-se aos requisitos da LUOS de Belo Horizonte, mantendo-se os afastamentos adotados originalmente (como o terreno possui somente afastamentos frontais, estes não se alteram com a inclusão de novos andares). As telhas metálicas são, portanto, facilmente transportáveis para a última laje a ser definida, no caso de expansões futuras. Por fim, a cobertura vazada do átrio se dá por perfis metálicos alinhados, soldados numa malha de treliças metálicas que proporciona sombreamento homogêneo e destaca a edificação como referencial urbano.

As caixas d’água previstas para o prédio seriam pré-moldadas em fibrocimento, estando dispostas ao longo de toda a ala linear, entre a última laje de teto e a cobertura em telhas metálicas. Deste modo, também poderiam ser facilmente transportadas, no caso de expansões futuras.

O elevador previsto é do tipo Mono Space, possuindo motorização acoplada à cabine, o que permite a eliminação da casa de máquinas no topo da edificação. Isto é bastante desejável no nosso caso, uma vez que está prevista a expansão vertical da edificação. Caso a expansão demande, pode-se também locar um elevador adicional no hall de circulação vertical, sem prejuízo das disposições dos andares inferiores.

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Equipe premiada
Belo Horizonte MG Brasil

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009. Concurso
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Organização do concurso
Belo Horizonte MG Brasil

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