O conceito
No início do novo milênio um artefato humano aspira a eternidade. Um edifício monumento guarda a história de uma civilização. Um legado a arqueologia do futuro. O passado na visão do presente unidos num só testemunho. Uma esfinge cibernética as avessas responde perguntas sobre o passado, sublinhando as conquistas do presente . Mais do que contar a história do Egito um museu no Cairo é uma reflexão sobre a civilização que criamos.
O edifício de aparência sólida emerge da areia quase ruína. Reverencia os monumentos que chegaram antes, estabelece com eles um parentesco e apenas sinaliza com discrição a sua presença. A bordo de uma máquina do tempo atravessamos uma zona de transição rompendo as ligações com a memória recente e com o espaço urbano. O monumento então mostra sua face interior. Grandioso, o edifício denuncia sua pretensão à permanência. O grande hall explica as opções de percurso. À direita o Egito mostra-se traduzido pelas objetos que nos deixaram. Através deles mergulhamos em sua história de maneira didática e sequencial. Ao centro o grande hall de exibições temporárias confere um caráter dinâmico às exibições.
Um monumental painel de imagens e som transmite ininterrupto e atualiza as informações disponíveis. O Egito virtual na mesma escala e grandiosidade de sua civilização. A esquerda a apropriação tecnológica e contemporânea do passado. Áreas comerciais, laboratórios de pesquisa, áreas de lazer e convivência. É possível ainda acessar através do hall as áreas abertas de visitação localizadas no nível do platô. Um imenso play-groud temático para adultos e crianças coloca a informação erudita ao alcance de todas as pessoas de maneira informal e didática. Por fim e possível contemplar através do mirante o Egito na sua expressão mais eloquente. As pirâmides e a esfinge. O último membro completa finalmente a tríade que testemunhará o milagre da civilização para a eternidade.
O projeto
O acesso ao museu se dá em dois níveis. O primeiro no subsolo através das áreas de estacionamento. O segundo acesso se dá no nível térreo através de uma área de desembarque. Entre a entrada principal e o grande hall uma passarela irá cruzar um espaço de transição, esse espaço visa preparar o visitante para a chegada ao grande hall isolando o espaço urbano e anunciando o monumental espaço interno, abaixo da passarela uma grande maquete reproduzirá todo o planalto das Pirâmides em terreno natural.
Todo o programa do museu desenvolve-se em três níveis:
No nível 0.00m localiza-se o grande hall, seviços gerais, exposições especiais, exposições temporárias e áreas comerciais.
O grande hall visa conferir ao museu um caráter dinâmico , propiciando a montagem de exibições de diversas naturezas. Todo o museu ocorre em torno desse vazio. Além das exposições temporárias esse espaço é dotado de um imenso painel que transmitirá ininterruptamente imagens e sons pertinentes as exibições. Através da utilização dos vários recursos tecnológicos o espaço se multiplica em dimensões virtuais ampliando o número de informações para além do acervo.
No nível -12.00M estarão localizados as áreas de convenções, conservação, arqueologia, segurança e serviços gerais e um grande hall através do qual se tem acesso a grande maquete.
De qualquer um dos níveis descritos é possível acessar uma torre de circulação vertical que levará o visitante até o nível das exposições abertas e ao mirante.
Essa é a área de maior complexidade funcional do edifício. A necessidade de efetuar cruzamentos entre as diversas rotas de visitação solicitadas pelo concurso impôs a busca de uma solução mais criativa. As exibições ocorrem em dois níveis como forma de reduzir os deslocamentos horizontais contínuos. Uma rede aérea de circulação é acessada através de circulação vertical a partir das rotas constituindo-se de um túnel translúcido que permite visualizar as demais rotas.