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PORTAL VITRUVIUS. Merritt+Pardini Headquarters – Merit Award da AIA American Institute of Architects. Projetos, São Paulo, ano 04, n. 039.01, Vitruvius, mar. 2004 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/projetos/04.039/2279>.


Entre 1999/2000 a Merritt+Pardini Architects, empresa americana prestadora de serviços nas áreas de Arquitetura, Urbanismo e Interiores com escritórios localizados na região de Seattle, costa oeste dos Estados Unidos, foi incorporada pela Parametrix, Inc., corporação de capital aberto, prestadora de serviços nas áreas de Engenharia e Planejamento, também com sede na região de Seattle e escritórios espalhados por todos os Estados Unidos.

Esta incorporação possibilitou à M+P Architects, além de acesso a novos recursos técnicos, financeiros e de consultoria, a sua inserção em novos mercados e considerável ampliação de seu portfolio.

Por volta de Julho de 2001 a empresa se encontrava em pleno processo de expansão, havia dobrado seu número de funcionários e acabara de ganhar importantes concorrências para outros 2 projetos de grande porte.

Houve, assim, necessidade urgente de ampliação das instalações físicas da empresa.

Espaço Histórico

Entre várias possibilidades, optou-se pela transfência da sede da empresa para o centro histórico de Tacoma – cidade localizada a 30 Kms ao sul de Seattle e onde vem se desenvolvendo, nos últimos 10 anos, um dos mais bem sucedidos processos de revitalização de centros históricos dos Estados Unidos.

O espaço escolhido foi a cobertura (15° / 16° andares) de uma das mais importantes edificações históricas da virada dos séculos XIX e XX naquela região dos Estados Unidos, com vistas privilegiadas para um braço do Oceano Pacífico (Puget Sound) e uma das maiores montanhas de origem vulcânica da América do Norte (Mount Rainier).

Apesar das aparentes vantagens que este espaço apresentava, entre elas:

– relativo baixo custo por m²;– cabos de comunicação (telefone/acesso à Internet) por fibra óptica;– sistemas de controle térmico (ar-condicionado/aquecimento) e segurança (sprinklers/sistemas de emergência) instalados e em bom funcionamento.

O espaço histórico também apresentava desafios, entre eles:

– pé-direito relativamente baixo e agravado pelo forro artificial;– sistemas elétrico e hidráulico a serem recuperados;– impossibilidade, por questões de segurança, de se usar a escada central, original do edifício, para circulação; criando assim a necessidade de se abrir a laje e criar nova circulação interna.

Programa

Por questões práticas, inerentes ao funcionamento da empresa, notou-se que o programa poderia ser dividido da seguinte forma:

1. áreas de grande circulação e/ou acesso público necessário

– recepção;– salas de reunião;– biblioteca principal;– impressão;– copa;– studios reservados aos departamentos de marketing e administrativo.

2. áreas de acesso restrito

– studios reservados às diversas áreas de atuação da empresa;– biblioteca auxiliar;– maquetaria.

As áreas de acesso público foram alocadas no 16° andar – elevadores de acesso abertos ao público – e os diversos studios profissionais alocados no 15° andar – elevadores, de uso restrito aos funcionários, acionados por cartões eletrônicos.

No entanto, um dos objetivos/desafios estéticos do projeto foi, ao contrário do que o programa indicava, estabelecer a unidade visual entre os 2 pisos através de fortes elementos arquitetônicos.

Partido

A nível administrativo, uma das vantagens da incorporação da M+P Architects pela Parametrix foi a mudança de um sistema administrativo tradicional, centralizado para um sistema administrativo não-tradicional, transparente – pré-requisito essencial para empresas de capital aberto.

Esta questão da abertura/transparência administrativa viria a se tornar um dos pilares da produção arquitetônica da empresa e, a nível conceitual, uma das questões centrais a serem expressadas pelo projeto para a nova sede.

Tanto os espaços de acesso público quanto os de acesso restrito foram projetados de forma ampla, contínua e não-hierárquica.

As estações de trabalho são posicionadas junto às aberturas externas, tirando partido das vistas.

Os studios individuais são posicionados de forma a possibilitar a criação de áreas destinadas a reuniões informais de trabalho, vitais ao desenvolvimento/coordenação de projetos em equipe.

Seguindo esta mesma linha de raciocínio, foi feita a opção por se retirar as diversas camadas de revestimentos encobrindo as paredes/colunas estruturais acumulados através das décadas e optou-se, ainda, pela retirada do forro em placas de gypsum; liberando o pé-direito e expondo ao máximo as características originais do espaço.

A raiz histórica desta opção em manter e expor as características originais do espaço está, sem dúvida, relacionada à premissa básica moderna de trabalhar/expor a essência ou verdade dos materias.

Neste projeto, entretanto, o diálogo que se procura estabelecer está mais vinculado a uma das questões centrais do design contemporâneo que é a tensão entre opostos e/ou extremos: presente x passado, novo x antigo, ocidente x oriente, rústico x ‘high-tech’.

A nível de novos materias introduzidos, procurou-se reforçar o partido e estabelecer esta tensão com o espaço histórico através da utilização de soluções e materias não-tradicionais:

– aço-inoxidável;– divisórias suspensas em aço bruto;– policarbonatos translúcidos;– mobiliário contemporâneo.

Quanto à questão da unidade visual entre os 2 pisos, ela se dá, entre outras formas, através da re-afirmação dos elementos centrais de circulação:

Escada antiga em concreto – o volume da escada antiga foi reforçado através das ripas horizontais em madeira reciclada que vão do piso do pavimento inferior até a laje do pavimento superior.

As ripas em madeira servem, também, a uma outra função prática: aumentar o índice de absorção acústica, comprometido com a retirada do forro em placas de gypsum.

Escada nova em estrutura metálica – trabalha em conjunto com o plano contínuo em policarbonato translúcido que vai do piso do pavimento inferior até a laje do pavimento superior, reforçando o partido inicial.

O plano translúcido proporciona, ainda, privacidade às bibliotecas dos 2 pavimentos permitindo, no entanto, a passagem de luz.

ficha técnica

Projeto
Merritt+Pardini Headquarters

Arquitetura
Merritt+Pardini Architecture

Arquiteto responsável
Marcelo Rocha

Local
Seattle, WA, Estados Unidos

Data
2001-2002

Metros construídos
4.000 m2

Prêmio
2002: Merit Award / AIA American Institute of Architects – Olympia, WA, Estados Unidos

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039.01 Prêmio
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original: português

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Marcelo Rocha
Olympia, WA Estados Unidos

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039

039.02 Concurso

Ideenwettbewerb 2002 – Buddenturm Münster

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