Your browser is out-of-date.

In order to have a more interesting navigation, we suggest upgrading your browser, clicking in one of the following links.
All browsers are free and easy to install.

 
  • in vitruvius
    • in magazines
    • in journal
  • \/
  •  

research

magazines

projects ISSN 2595-4245


abstracts

how to quote

PORTAL VITRUVIUS. Concurso Público Nacional de Arquitetura e Urbanismo do Complexo de Desporto e Lazer da Unisinos. Projetos, São Paulo, ano 04, n. 041.03, Vitruvius, maio 2004 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/projetos/04.041/2331>.


Concluída a 1ª etapa do Concurso Público de Anteprojetos para o Complexo de Desporto e Lazer da Unisinos e visto o teor da ata do júri decidimos ser nossa meta, nesta 2ª etapa, reiterar os princípios já adotados e expostos, aprofundar as resoluções e demonstrar ser possível a construção por partes e, portanto, realizar numa primeira etapa o programa solicitado.

Fique também claro que encaramos esta 2ª etapa como sendo em nível de estudo preliminar pois julgamos que para avançar até o anteprojeto seria fundamental o diálogo com o cliente pois decisões fundamentais teriam (e terão) que ser tomadas em conjunto.

Escolhas que não mudam a essência do projeto tais como acabamentos, pisos, revestimentos, equipamentos especiais, etc., têm variabilidade de custos muito grande. Viabilizar construtivamente um projeto requer um diálogo intenso entre cliente e arquiteto sendo conjuntas as decisões.

Reiterando princípios

Um desenho integrador, modelo para ações sobre o existente.

Existe infelizmente em nosso meio dificuldades de discussão de propostas arquitetônicas de forma madura e profissional. Via de regra quando isto começa a acontecer logo descamba para o terreno pessoal o que inviabiliza um resultado positivo. Este fato é em parte culpado pelo não avanço da teorização conseqüente e com resultados positivos sobre a produção arquitetônica. Agora, no presente caso, temos de novo um caso típico. Existe um campus universitário de porte, consolidado, e um plano de expansão do mesmo. Como fazer esta expansão sem discutir o existente?

O desenho proposto por nossa equipe evidentemente tenta propor algumas normas que reencaminhem e redirecionem a forma do campus da Unisinos. Sob nossa ótica existe um sítio com qualidades evidentes de topografia e vegetação que foi ocupado através de um conjunto de prédios. Este conjunto obedeceu a um traçado talvez mais adequado a um sítio plano, com os prédios colocados dentro de um paralelismo indesejável. Ao mesmo tempo os espaços abertos são apenas resultantes, residuais. Julgamos de suma importância conscientizar o cliente das possibilidades abertas através de análises e críticas deste teor, pois é possível por meio de operações simples e de baixo custo requalificar o espaço aberto existente.

Nos limites da presente proposta o desenho apresentado tem intenção de ser exemplo para intervenções futuras. Pensamos também serem estas intervenções ponto fundamental para o estabelecimento de condições onde possam frutificar os objetivos de UNICIDADE expostos em texto anexo ao regulamento do concurso.

Ao invés de ressaltar desenhos ímpares e exóticos para prédios isolados, ênfase na noção do “todo” considerado como objeto passível de assim ser visto por meio de um desenho unificador.

O Centro Esportivo é um objeto –arena + piscinas + praça + edifício poliesportivo – e este objeto se liga a outro, o Centro de Lazer junto ao lago, por meio de trajeto peatonal e pequenas praças. Este conjunto, por sua vez, se liga ao Campus.

A idéia de trajetos peatonais protegidos – pisos, iluminação, vegetação, pérgulas, mobiliário urbano – pontilhados por pontos de encontro e lazer, pequenas praças. Valorização dos espaços abertos, hoje apenas colcha de retalhos, espaços residuais.

O modelo formal adotado para o Centro Esportivo prioriza a horizontalidade e a curva. A horizontalidade reiterada pela grande esplanada fundindo arena, piscinas, praça e poliesportivo. A curva como forma de concordância com a topografia e com o desenho de perimetral existente.

Em texto anexo ao regulamento do concurso encontra-se a idéia de explorar o potencial plástico da cobertura da arena. Nossa análise indica que o Centro Esportivo se encontra em ponto elevado do campus e que, em conseqüência, a visibilidade desta cobertura é limitada e feita de pontos em cota inferior. Centramos então nossa atenção nas visuais, a partir do usuário do campus. Assim, por exemplo, do ponto de vista de quem chega ao complexo vindo do centro do campus, a “cara” do conjunto é dada pela plataforma e pelo prédio poliesportivo assim como quem chega a partir do estacionamento de ônibus tem a forma arredondada da piscina como primeiro plano.

A arena é parte de um conjunto. O projeto existente e com parte de sua estrutura concretada unia os prédios apenas por contigüidade, canchas cobertas, arquibancada, arena, piscinas cada um com sua forma, independentes. Partimos do oposto, um objeto formado por vários espaços complementares e interdependentes e onde o elo formal é a curva.

A grande esplanada, adaptada ao sítio, além de unificar é ponto de encontro, local para eventos informais e grande foyer para os prédios ao redor.

A criação de prédio poliesportivo resolve vários problemas. Primeiro, afasta da arena um conjunto construído de porte e difícil de com ela se coordenar. A proximidade é indesejável e a competição inevitável. Segundo ,resolve o problema de estacionamentos cobertos colocados no térreo deste prédio. Por fim e talvez o aspecto mais importante, permite pensar a construção por etapas independentes. A arena, com as piscinas, pode ser uma etapa, a plataforma outra e o poliesportivo, conforme desenhos, em duas etapas.Como vantagem adicional esta conformação dá independência de fluxo para a arena,permitindo sua locação para eventos.

O Centro Esportivo, a Arena

Decisão fundamental foi o estabelecimento de princípios norteadores para o desenho da Arena:

Encarar o volume gerado como parte do todo, integrado, mimetizado;

Tentar manter com o mínimo de alterações as arquibancadas já concretadas.

Um grupo de pilares, independentes da estrutura existente e apoiada sobre estes pilares uma cúpula composta por treliças metálicas concêntricas;

Esta cúpula com sua forma pura está de acordo com o princípio de um todo composto por formas puras;

Vistas as diversas funções que o espaço deve abrigar optamos pela tradicional forma foyer-platéia-palco. A conformação existente das arquibancadas permitia este arranjo e foi possível inserir dois blocos nos extremos – foyer e palco – com dimensões adequadas. As vantagens desta decisão são, por um lado, ter um palco fixo com toda a infra-estrutura necessária: coxias, camarins, doca, e por outro lado, um foyer com dimensões adequadas a eventos sócio-culturais, shows, formaturas, festivais, ainda aumentado pela aba da grande marquise.

Parece-nos obvia a adequabilidade desta solução à necessidade de eventos simultâneos. Poder-se-á, sem maiores problemas, ter uma competição esportiva à tarde, por exemplo, e um show à noite, com palco pronto, equipado, independente da cancha.

Equipe especializada – arquitetos Carlos Nicolini e Clarice Bleil de Souza – fez aprofundada análise (ver caderno A3) com vistas à otimização de iluminação e ventilação naturais assim como de acústica.Esta decisão de avançar no processo em relação a estes tópicos deve-se aos problemas normalmente encontrados em ginásios esportivos, notadamente em Porto Alegre, e nossa intenção de não repetir estes erros.Algumas soluções indicadas por estes estudos já foram incorporadas ao desenho arquitetônico como, por exemplo, as placas (forro) sob a cobertura, com função de refletir a luz e de absorção sonora assim como a cumeeira da abóbada com função de ventilação natural e iluminação.

O prédio poliesportivo

Dimensionalmente este prédio foi pensado como um rebatimento (em comprimento e altura) da arquibancada existente. Esta ação permite a criação de espaço aberto entre os dois lados, seqüência da grande praça de acesso, ao mesmo tempo em que através de ligações/passarelas interconecta o novo prédio às dependências sob a arquibancada.

A curva da fachada fronteira à perimetral concorda com a geometria geral do conjunto e atenua a percepção do comprimento do prédio para quem circula pela rua.

A execução em duas etapas é facilitada pela posição das canchas cobertas (2ª etapa).

Os brises, além de sua função protetora acentuam a horizontalidade.

Decisões contrutivas

A concepção do projeto, propositadamente, evita o uso de tecnologias inovadoras ou não encontráveis facilmente em nossa região. A proposta se sustenta pelo desenho do conjunto e não utiliza recursos tecnológicos como ponto de apoio;

Esta decisão deverá implicar obrigatoriamente em economia de custos; a cobertura da arena é tecnicamente trivial e utiliza treliças em aço a partir da constatação de que no sul do Brasil é grande o número de indústrias capazes de executá-la e comparativamente à outras tecnologias é mais econômica;

A cobertura da arena é pensada em telhas de alumínio pré-pintadas, branco, do tipo sanduíche com funções de refletir o calor e abafar o provável ruído da chuva. A ventilação natural por meio de aberturas neste telhado é feita por módulos que compõem o desenho geral;

A grande plataforma é feita por meio de laje de cerca de 25cm de espessura, sem vigas, apoiada sobre pilares com capitel e com vãos aproximados de 10m;

A passagem de nível ligando o campus ao centro esportivo por baixo da perimetral, em função dos custos pode ser executada a posteriori.

Diretrizes de Sustentabilidade

1. Captação e utilização de água da chuva

Os estudos feitos indicam que a utilização de água da chuva para consumo requer equipamentos de tratamento que tornam economicamente inviável o sistema.É, porém eficaz para outros usos, em nosso caso nas descargas dos vasos sanitários, na recarga das piscinas e nas torneiras de jardim.

Embora a análise do índice pluviométrico local, aproximadamente 105,9 mm/mês, e a capacidade de captação feita pelas calhas da arena e do edifício poliesportivo, em torno de 1.000.000 m3/mês,é recomendada a ligação,por segurança,à rede de água potável.

Uma estimativa inicial, a ser melhor estudada, feita levando em conta o custo e benefício levou a um pré-dimensionamento do reservatório de aproximadamente 500.000 litros para uma demanda mensal em torno de 800m3. Usa-se, pois a reservação para compensar a irregularidade das chuvas.

2. Escolha de materiais

Alguns parâmetros ligados ao conceito de “pegada ecológica” foram levados em consideração;

localidade: visto o alto custo energético agregado ao material pelo transporte os materiais escolhidos são usuais no sul do Brasil.

desperdício: o desenho final, de execução deverá ser pensado com vistas a este tópico;

potencial de reciclabilidade: as escolhas levaram em conta tabelas existentes indicando esta capacidade dos materiais.

algumas escolhas já feitas baseiam-se nestes princípios;o uso de pisos externos que evitem a impermeabilização do solo,pedra portuguesa,basalto, blocrete,etc.,e o uso de grama na cobertura da grande plataforma com reflexos no índice de conforto térmico e de retenção de águas da chuva auxiliando a evitar alagamentos.

3. Energia

A questão energética em edifícios diz respeito à fase de utilização dos mesmos.

Energia para climatização

O Partido Geral adotado levou em conta, com ênfase, os dados relativos à climatização natural. O prédio poliesportivo em sua fachada para a via existente é protegido por um sistema de quebra-sois que, ao mesmo tempo, marca a horizontalidade desejada e conforma o edifício. A cobertura da Arena é feita por meio de sanduíche de chapas de alumínio mais isolante térmico e um sistema de “furos” nesta cobertura faz a retirada do ar quente ascendente interno ao mesmo tempo em que ilumina. Pensa-se que na fase de viabilização do projeto a escolha de vidros espessos ou duplos, a boa vedação das esquadrias, paredes duplas com isolamento em chapas de off-set usadas (a R$ 1,00/ m2 fornecidos pela CORAG) são algumas das medidas possíveis e necessárias para uma boa conservação de energia.

Energia para aquecimento de piscinas e chuveiros

O sistema de captação de energia solar, embora o custo inicial mais elevado, vai resultar em economia à médio e longo prazo. O necessário sistema complementar deverá ter estudo econômico para a escolha – gás natural, biomassa ou GLP. O detalhamento deverá levar em conta o bom isolamento – paredes, esquadrias, cobertura – para conservação da energia.

Energia elétrica

Não sendo a energia elétrica usada para aquecimento de água e tendo em vista o cuidado com os fechamentos e as proteções solares o que resulta em economia com condicionamento artificial é de se estimar razoável economia que pode ser a aumentada com a cuidadosa especificação de luminotécnica.

ficha técnica

Autores
Arquitetos Cesar Dorfman; Andreoni Prudencio; Carlos André Soares Fraga e Rodrigo Adonis Barbieri

Colaboradores
Acadêmicos Bernardo Generosi e Marina Basso

Estrutura
Projetak / Engenheiro José Júlio A. Tavares
Condicionamento Natural (Iluminação/Ventilação) e Acústica Arquitetos Carlos Nicolini e Clarice Bleil de Souza

Sustentabilidade
Arq. Cristiano Viegas Centeno

Orçamento
Engetak / Engenheiro Clovis Araújo

Maquete
Casa Concreta / Arquitetos Cristian Illanez e Hilton Fagundes

source
Equipe premiada
Porto Alegre RS Brasil

comments

newspaper


© 2000–2024 Vitruvius
All rights reserved

The sources are always responsible for the accuracy of the information provided