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PORTAL VITRUVIUS. Concurso Cultural Morar na Metrópole. Projetos, São Paulo, ano 05, n. 053.02, Vitruvius, maio 2005 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/projetos/05.053/2484>.


O conceito

O projeto tem como premissa promover a consciência do morador em relação ao local que habita. Na rotina usual, o habitante de grandes cidades passa grande parte do seu tempo confinado em espaços limitados, empilhado em seu apartamento ou escritório, alienado da cidade e do seu meio natural. O próprio sistema viário da cidade, com seus túneis e viadutos, contribui para esta alienação, que é uma das causas do estresse urbano. Indo contra esta tendência, o projeto adota o princípio da horizontalidade, permitindo que cada habitação tenha contato direto com o solo, a rua e a vizinhança. Por traz desta alternativa está a procura pela qualidade de vida.

No entanto, há a questão da supervalorização do solo, que incentiva a verticalização. A solução para este impasse foi alcançada através de uma profunda investigação sobre como viver no menor espaço habitável. E como resposta, foi adotado o conceito da transformabilidade: espaços transformáveis, que possam ser utilizados de infinitas formas, fazendo com que a arquitetura se adeqüe às vontades do morador, e não o contrário. No projeto, o princípio da transformabilidade foi radicalizado e aplicado a todos os elementos: desde ao conjunto como elemento urbanístico até ao menor item do mobiliário. Tudo se torna flexível!

Arquitetura transformável

A mutabilidade é uma condição inevitável em edificações sujeitas ao tempo, às necessidades do dia a dia e às mudanças dos próprios moradores, e sua importância cresce, uma vez que a intensificação das mudanças sociais e urbanas mostra que se deve aproveitar melhor cada mínimo espaço de moradia. O espaço mutável deve se adaptar a diversas variáveis: ao ambiente urbano, à vontade dos moradores, ao bioclima, às necessidades diárias...

 

Hoje somos todos transformáveis. Cirurgiões plásticos oferecem gratificação instantânea e liberdade do peso daquilo que não gostamos. Simultaneamente, cientistas mapeiam o genoma humano, determinando a vasta gama de combinações genéticas que determinam nosso destino e talvez até nossas predileções e fraquezas. A medicina mescla o corpo humano à máquina. Porém, na medida em que nos tornamos cada vez mais digitais, e o arame para nossos sofridos e análogos egos se dissolve, o potencial da tecnologia para a transformação oferece possibilidades tentadoras demais para serem negadas para sempre.

Durante a década de 1990, o crescente uso da tecnologia e o efeito que isto promoveu na prática da arquitetura reabriram este debate. Nos últimos anos, o antes impensado poder da computação se tornou disponível para os praticantes privados, possibilitando complexos avanços teóricos embasados no aprofundamento da análise dos dados, incluindo o movimento, o volume e o uso da energia. A tecnologia, de qualquer forma, nunca será suficiente.

A transformabilidade pode transcender o convencional – rejeitando os padrões do estilo de vida tradicional e promovendo argumentos a favor de uma fluidez que aceite e acolha a mudança e diferença. Transformabilidade é uma reavaliação de como escolhemos viver. É a tentativa de coletar elementos arquitetônicos dispersos a fim de agrupar, fundir os aspectos do design que validam o potencial de uma aberta, cinética, fluída e, acima de tudo, transformável arquitetura.

O projeto

A casa, através de painéis móveis, consegue mudar totalmente um ambiente: uma área interna que, se transforma radicalmente em área externa de lazer. A casa abrindo e fechando-se, consegue proporcionar espaços variados no mesmo espaço físico. Assim o morador desfruta-se de todo um aparato tecnológico, que tem por objetivo a sua qualidade de vida. É a “máquina de morar”.

A arquitetura se desprende de valores regionais, para atingir uma universalidade. Essas casas, por permitir tamanha flexibilidade, pode ser implantada em qualquer grande cidade do mundo, e até mesmo no campo ou na praia. Ela pode se fechar completamente, e virar um cubo sem aberturas. O outro extremo, é a casa totalmente aberta, isenta de paredes e de obstrução visual. Assim se pode andar por qualquer caminho, dar festas ao ar livre, mesmo estando dentro dela, fazendo do lar o seu resort particular.

Foram propostas quatro tipologias de casas, com metragens diferentes. Estas casas estão encaixadas em valas, dentro das quais podem se movimentar verticalmente, através de elevadores em coluna (sistema utilizado em empilhadeiras). Elas ainda possuem um jardim na cobertura, de forma que, quando abaixadas, o conjunto se transforma em um grande parque público. Assim, mesmo quando o morador deseja recolhimento, ele ainda estará dando algo para a cidade. Isso tudo mostra toda uma interação e respeito entre homem e meio.

No projeto, os carros circulam por cima do terreno, e não em estacionamentos subterrâneos, integrando-se aos pedestres, fazendo com que os motoristas vejam o que acontece. É possível, inclusive, que os moradores guardem seus carros dentro da própria casa ou sob ela.

O sistema hidráulico da casa é feito através do sistema PEX (polietileno reticulado), que utiliza mangueiras flexíveis, ao invés, de tubos rígidos.

Sustentabilidade

Para adequar a proposta ao conceito de sustentabilidade, optou-se por radicalizar a exploração do “lixo urbano” – principalmente o esgoto gerado pelas casas – retirando dele aquilo que seria prejudicial à cidade, e também aproveitando seu potencial para a eficiência do conjunto. Desta forma, foi usado um sistema de equipamentos simples e que, ao serem integrados, promovem não só o tratamento de esgoto, mas também a produção de energia elétrica (para suprir os gastos energéticos do próprio sistema, viabilizando-o), coleta do gás metano (para aquecimento de água das casas) e produção de adubo natural.

Todo este equipamento foi locado no grande talude que separa a área de moradias da linha do metrô. Tal talude foi criado utilizando-se a terra retirada para a construção das valas onde são encaixadas as casas, minimizando assim o impacto da obra no tráfego da metrópole, uma vez que não é necessário transporte de terra. Trata-se de uma estrutura coberta em uma das faces por uma superfície de painéis fotovoltaicos, que, além de produzir energia, é usada para captação de água pluvial, no sistema de “captação por encosta”. É usada a lagoa de purificação botânica, recurso barato e eficiente no tratamento do esgoto, além de decantadores, filtros e um gerador de energia a partir do próprio esgoto.

Sistema construtivo

As necessidades da sociedade moderna vão moldando os avanços tecnológicos, e em se tratando de estruturas inovadoras, cabe a arquitetura a função de forçar a evolução.

Portanto tentamos fazer com que tudo que projetamos dialogue em uma linguagem universal, aplicável a toda a humanidade, compreensível em termos do passado e do presente e profético em relação ao futuro. Tentamos quebrar paradigmas relacionados com a estrutura pré-fabricada, e com a rigidez da estrutura. Tentando mostrar uma aplicação de mobilidade, no que antes era “estável”.

O que torna os nossos sonhos tão atrevidos”, disse certa vez Le Corbusier, “é que eles podem ser realizados”.

ficha técnica

Autor
Débora Vieira e Igor Macedo (Belo Horizonte, MG)

Orientadores
Alexandre Brasil e Carlos Alberto Maciel

source
Equipe premiada
São Paulo SP Brasil

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053.02 Concurso
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original: português

source
Lívia Pedreira
São Paulo SP Brasil

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053.01 Concurso

Concurso de Idéias de Arquitetura na Rede

053.03 Profissional

Hotel Unique, São Paulo SP

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