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PORTAL VITRUVIUS. 2º Concurso de Ideas en la Red “Construyendo las Ciudades de Todos”. Projetos, São Paulo, año 07, n. 075.02, Vitruvius, mar. 2007 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/projetos/07.075/2776>.


A Fábrica de favelas

Complexo da Maré, Rio de Janeiro, Brasil

"A informalidade, um potencial inexplorado e uma participação popular, a ser resgatada pela democracia e a solidariedade."
Padre Artola

O Complexo de Maré é o maior do Rio de Janeiro com cerca de 130.000 habitantes. Fruto de um aterro feito em 1979, a Vila Pinheiros é uma das 16 favelas que existem no Complexo da Maré. É um antigo conjunto habitacional de baixa renda que se "favelizou". As ruas, calçadas e alinhamentos são respeitados, mas as edificações são feitas pelos próprios moradores sem nenhuma fiscalização oficial como em todas as outras favelas do Rio. É uma favela de fachadas, os moradores investem na fachada de suas casas a um nível de ostentação. A auto-costrução é uma constante e um fato em que o poder público ainda está longe de encontrar uma solução. Então a questão que se coloca agora é, se os moradores das favelas estão fazendo suas próprias casas e vão continuar fazendo, que as façam melhor! A Fábrica de Favelas foi concebida para propiciar a melhoria construtiva e arquitetônica da favela como um todo. Um local aglutinador de todos os profissionais que trabalham com a construção na favela. Um local em que possam trocar suas experiências e ainda ter uma interface com o poder oficial, que pode promover cursos e oficinas para os moradores, um local possível de fazer parcerias com a Universidade estabelecendo uma troca de experiências. Longe da pretensão piegas de se projetar uma favela, a Fabrica de Favelas existe para que o atual promotor e construtor da favela, que é em última instância o morador, tenha melhores condições e facilidades na construção. Além de facilitar, a Fábrica de Favelas pode inserir novos elementos espaciais e construtivos na lógica de favela e que sejam coerentes com sua dinâmica. Desta maneira, as construções podem dar um salto qualitativo através da relação que essas construções e seus construtores podem ter com a fábrica. Para isso foi feito um levantamento de todos os profissionais que trabalham de alguma maneira com a construção civil na área. No mesmo terreno da Fábrica de Favelas já havia 3 fabricantes artesanais de lajes, os "lajeiros" e 2 serralheiros. A idéia é dar suporte para uma atividade existente em abundância e bastante precária. O programa do edifício estava no terreno antes mesmo do próprio edifício.

Inserção de nova tecnologia

A Vila Pinheiro vive uma realidade construtiva muito rígida. Os materiais mais comuns são o concreto e o tijolo de barro cozido, como em várias outras favelas. Está sendo proposto aqui uma pequena subversão desta lógica, introduzindo novos métodos que estejam dentro da lógica de construção do local.O primeiro material escolhido é o Pet. Largamente encontrado se acumulando nas ruas de toda cidade, o Pet pode ser facilmente reciclado e moldado em laminadores nos mais variados formatos, como por exemplo, uma telha ondulada. O segundo é o tijolo de entulho. Restos de obras e demolições se acumulam sem fim nos espaços livres da favela, que são cada vez mais raros. O tijolo de entulho, pode resolver o problema da alocação de restos de obras ao mesmo tempo que se torna um material barato e competitivo. Apesar de estar propondo uma telha de Pet, ela é ultilizada no fechamento exterior, em uma dupla camada, aparafusada na estrutura. Esse espaço gera um colchão de ar que garante o resfriamento natural no interior do edifício quando o sol aquece o ar que está meio o forçando a sair por convecção. Todas as instalações, elétricas e hidráulicas passam neste colchão facilitando sua manutenção, mesmo as janelas são uma estrutura independente, que pode ser instalada ou retirada apenas trocando as telhas aparafusadas. É um edifício mutante, que pode adequar-se as necessidades do utilizador, seguindo a lógica da favela.

O meio como fim

A própria informalidade a qual ela esta sujeita confere à favela uma temporalidade diferente de um prédio na "cidade formal". A Fábrica de Favelas incentiva a mutação urbana e arquitetônica aonde for inserida. Ela incentiva esta transformação, dialoga com ela, promove, influencia, mas não a modifica na sua essência. Portanto se na Vila Pinheiros prevalece a informalidade respeitosa, isso não vai mudar. E se o ordenamento urbano seguir uma forma mais 'rizomática', isso também será otimizado. Ao mesmo tempo que a Fábrica de Favelas pode ser na escala urbana um elemento que tenha características positivas, ela pode ser um marco visual e simbólico da Vila Pinheiros. Implantada dando as costas a Linha Vermelha, uma via expressa que bloqueou o acesso ao mar, o prédio terá grande visibilidade. Ainda, ao deixar espaço no quarteirão vazio para urbanização, A Fábrica de Favelas espera que construções se agreguem ao seu corpo no decorrer do tempo. Ela produz o mesmo material de que é feita. Desta maneira, pode estar sempre em expansão/mutação, assim como a favela em volta.

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Equipe premiada

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075.02 Concurso
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Organização do Concurso
Montevidéu Uruguai

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075

075.01 Concurso

Concurso Público de Projetos para a Sede do IPHAN em Brasília

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