1 – Centro de Tiro Esportivo (CTE)
O Centro de Tiro é a instalação de maior impacto do Complexo, por suas proporções e implantação privilegiadas. Com mais de 50.000m2 de área projetada, o CTE foi implantado em uma gleba vazia de aproximadamente 150.000m2 disponibilizada pelo Exército na porção norte da Vila Militar, às margens da Av. Brasil e de costas para um conjunto de morros típicos da região.
Seguindo a setorização do Masterplan, temos uma implantação extremamente linear e horizontalizada, com os diversos campos de prova sendo conectados ao longo de um grande eixo de circulação no sentido leste-oeste composto por corredores e rampas ao longo de quase 500m de extensão.
O acesso principal do público se dá a partir da marginal da Av. Brasil, por meio de uma longa e suave rampa no sentido norte-sul, que se conecta perpendicularmente ao grande eixo de circulação geral, chegando no segundo pavimento da edificação principal. A partir dessa entrada, temos a leste o campo de provas das finais de Tiro ao Alvo e a oeste a seqüência de campos de qualificação e as finais de Tiro ao Prato.
Com exceção do campo de 10m, que tem que ser totalmente coberto e condicionado, todos os demais (25m, 50m, Finais e pedanas de Tiro ao Prato) são voltados para o sul, para que os atletas não atirem contra o sol. Dessa forma, o acesso principal de público se dá exatamente na direção dos tiros que partem dos campos de prova. As grossas paredes de concreto e a sólida malha de vigas de concreto revestida de madeira (pára-balas) que cobrem a área externa dos campos são calculadas para evitar que qualquer projétil atinja algo do lado de fora.
Nesta instalação, talvez os cortes sejam mais esclarecedores do que as plantas. Os diversos desníveis foram induzidos pela topografia,na intenção de se compensar os volumes de corte e aterro e também pela necessidade de separação das áreas de atletas (nível inferior) das áreas de público (nível superior). Esses fluxos nunca se cruzam, mesmo quando ocorrem no mesmo nível (no caso do acesso para as Pedanas de Tiro ao Prato).
O acesso de atletas e serviço se dá a leste, a partir da via interna que se desenvolve atrás da instalação, em um nível abaixo do acesso do público. Rampas auxiliares passando por fora da edificação conectam os pavimentos, permitindo uma maior segurança e controle das operações, já que mantém as instalações do pavimento inferior restrita apenas aos atletas e delegados.
À oeste temos as pedanas de Tiro ao Prato, ao ar livre, sendo duas classificatórias e uma para as Finais (incluindo uma arena coberta para 1.200 pessoas, similar à do Centro de Hipismo). Em função da topografia, implantamos a pedana das Finais e as Classificatórias de Tiro ao Prato em níveis escalonados, otimizando o movimento de terra necessário para a execução do aterro dos platôs ao mesmo tempo em que criamos uma diferenciação espacial que corresponde à hierarquia das funções. Para vencer a sucessão de desníveis, a circulação vertical é complementada com rampas de acesso junto a planos soltos de parede, que passam a funcionar também como arrimos em determinados pontos, guarda-corpos em alguns, ou são meramente esculturais em outros, fazendo as conexões dos espaços de uma maneira mais fluida, quase como uma extensão dos eixos de circulação horizontal, conectando visualmente essas instalações externas ao corpo principal da edificação de Tiro ao Alvo.
Foram também criados platôs adjacentes à edificação para que pudessem ser instalados os diversos espaços necessários para complementar as operações do evento de forma temporária. Essas áreas abertas são plenas de infra-estrutura para abrigar tendas, containers e demais instalações temporárias, com conexão direta para a edificação principal, que abriga principalmente os espaços funcionais e de apoio dos atletas e do público.