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PORTAL VITRUVIUS. Concurso Público Nacional de Anteprojetos de Arquitetura para a construção do edifício-sede do Crea Mato Grosso. Projetos, São Paulo, ano 08, n. 095.01, Vitruvius, set. 2008 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/projetos/08.095/2928>.


Memorial

A concepção deste projeto para a sede do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Mato Grosso tem como objetivo responder simultaneamente às demandas urbanísticas que se impõem a partir do contexto e aos aspectos arquitetônicos pretendidos. Justamente por este motivo, o que se apresenta é um conjunto arquitetônico – e não apenas um edifício – que considera as seguintes condicionantes:

  • Ênfase máxima nas espacialidades das áreas predominantemente públicas do conjunto;
  • Perfeito funcionamento das atividades internas ao conselho, o que se coaduna com a flexibilidade dos espaços requerida no edital;
  • Obtenção do máximo desempenho ambiental e de economia do conjunto.

Todo o conjunto proposto desenvolve-se a partir da articulação dos três principais blocos criados, e da relação de vazios entre estes. Os vazios gerados possuem grande importância espacial na medida em que o acesso principal dá-se por uma espécie de praça coberta, a partir da qual se desdobra uma série de espacialidades com percepções de escalas variadas para as pessoas que ali estão. Entende-se desta maneira que a implantação proposta contribui para a criação de uma desejável área de socialização, gerando uma relação diferenciada com o entorno. Com esta ação projetual, funda-se o acolhimento aos cidadãos, caráter desejável no conselho.

É de suma importância num conjunto como este a observância ao fator de expressão arquitetônica.  O resultado desta expressão está diretamente vinculado às decisões projetuais tomadas no sentido de se conceber um projeto com forte caráter racional. Tal racionalidade opera na idéia de possibilitar usos mais corretos da edificação, a promoção de uma obra construtivamente mais econômica e o uso cotidiano racional dos espaços propostos.

Com relação à topografia, procurou-se respeitar ao máximo o terreno existente em função do programa a ser ali implantado.  A locação dos acessos principais (de automóveis e pedestres), bem como de uma praça/mirante na cota mais elevada do terreno é uma resposta à necessidade de manutenção de visadas para a cidade, o que contribui para a inserção urbana coerente do conjunto. A condição de se passar pela praça para acessar a sede do CREA-MT contribui para a manutenção da vida constante neste ponto público dos elementos propostos.

Desta maneira, este projeto busca reforçar o caráter público de uma instituição da importância do CREA-MT, além de enfatizar a sua presença no campo da urbs e da polis cuiabanas, ou seja: a criação de espaços em que não apenas os engenheiros, arquitetos e agrônomos possam encontrar representação e apoio profissional, mas que a população como um todo possa identificar como pertencente à cidade.

Da implantação como norteadora das ações projetuais

Partimos, nesta proposta, da premissa de expressão arquitetônica como expressão da técnica. Nada mais coerente com um conjunto que pretenda representar os engenheiros, arquitetos e agrônomos do nosso estado do Mato Grosso.

Todo o atendimento ao programa solicitado está condicionado aos vazios criados. O espaço do saguão – articulador de todas as funções do conjunto – é conectado ao acesso pela praça criada na laje de teto do auditório e do plenário. A edificação do saguão possui ainda espaços de atendimento direto aos engenheiros, arquitetos e agrônomos. Contígua à edificação do saguão localizam-se os espaços de trabalho de serviço interno do CREA-MT. Os espaços de estacionamento, por sua vez, dividem-se em cobertos e descobertos. Conforme solicitado pelo edital, o estacionamento coberto – para os funcionários do conselho – possui 80 vagas e localiza-se sob o foyer do auditório/plenário, com fácil acesso às estações de trabalho pelo ponto de circulação vertical proposto. O estacionamento descoberto localiza-se em nível abaixo do coberto, na cota inferior do terreno, mas pelo mesmo acesso, por uma guarita controlada, promovendo uma desejável economia de controle de acesso de veículos.

Com relação aos espaços relativos às estações de trabalho, foi pensada uma modulação espacial que atenda a diferentes arranjos, minando um engessamento espacial danoso a uma instituição que pretende ter facilidade para mudar equipes e atividades vinculadas aos espaços.

A conexão de todos os espaços do conjunto é possibilitada pela criação de um núcleo rígido de escada com dimensões generosas e de espaço para elevadores. A premissa básica na concepção deste núcleo de circulação vertical foi a de marcar visualmente este ponto, que será inevitavelmente utilizado por todos os que pelo conjunto circularem.  É fundamental salientar a premissa projetual de aumento do deslocamento horizontal ao longo das estações de trabalho em detrimento da circulação vertical, no sentido de reduzir o consumo energético com utilização dos elevadores.

Da inserção urbana como valorização do caráter público do CREA-MT

A praça/mirante sob a cobertura metálica auxilia na criação de uma transição entre a rua e o conjunto arquitetônico proposto, criando um espaço visual que representa semanticamente a mediação entre espaço construído e natureza, como representação das profissões dos engenheiros, arquitetos e agrônomos. Este espaço permite a fruição da vista do Parque Massairo Okamura, além de possibilitar o caminhamento das pessoas rumo à entrada do CREA-MT, localizada num nível inferior. A continuação da calçada em pedra portuguesa – a ser proposta também no passeio público – é um dos fatores demarcadores da continuidade do espaço público junto ao conjunto do CREA-MT.

A rampa localizada nesta praça permite – como explicitado – o caminhamento rumo à entrada do conjunto, num passeio arquitetural que possibilita a fruição não apenas da vista, mas de todo o conjunto projetado. O acesso rampado ao saguão permite a conexão visual com o espaço de foyer que atende simultaneamente ao auditório e ao plenário. Para que o controle da segurança se dê de maneira satisfatória, porém, esta conexão só será possível fisicamente a partir do saguão.

Consideramos uma das grandes qualidades deste projeto no tocante à inserção urbana a grande abertura da visada proporcionada pelo vazio resultante da implantação do bloco de estações de trabalho longitudinalmente ao terreno, ladeando a praça/mirante criada sobre o bloco auditório/plenário. Criando um nicho com alta qualidade espacial que une os espaços públicos propostos ao bloco de estações de trabalho, o conjunto acaba por representar de maneira contundente a instituição que abriga, preocupada com a qualidade das intervenções na cena urbana. Contrastando com as densas massas edificadas contíguas, esta proposta para a sede do CREA-MT evita uma ocupação pouco generosa com o entorno, ao mesmo tempo em que – justamente por esse motivo – adquire visibilidade.

A singularidade formal do conjunto é assegurada ainda pela composição criada pela diferença de espaçamento entre os quebra-sóis locados como proteção da insolação direta e como colchão de ar. A idéia central para a concepção deste projeto foi a de criar um conjunto arquitetônico que seja expressão da união entre a excelência construtiva e a cultura local do estado do Mato Grosso.

O projeto para o conjunto atende a todas as exigências solicitadas: os condicionantes da legislação urbana, altimetria, taxa de ocupação e de permeabilização; as solicitações do programa de setorização interna do CREA-MT; a criação de áreas de estacionamento que atendessem ao montante demandado; a flexibilidade na utilização dos espaços e os cuidados para garantir um aproveitamento máximo de luz com o maior conforto térmico. Além do atendimento a todas essas questões, o que se pretendeu foi criar um edifício com uma imagem significativa, uma expressividade formal que marcasse a presença do CREA-MT na paisagem urbana.

Da setorização funcional como elemento a garantir a independência dos espaços

Foram concebidos três blocos que podem ser construídos de maneira independente, e cujos usos diferenciam-se:

  • Auditório/plenário – uso completamente público da laje superior como uma praça/mirante – bem como dos espaços internos – coadunando-se ao ideal do CREA-MT como instituição aberta ao público.  A criação de um bloco articulado com uma praça sob a cobertura de estrutura metálica e vidro permite criar um micro-clima favorável à apropriação desta entrada do conjunto, colaborando no atendimento à sua função eminentemente pública;
  • Bloco do saguão – uso semi-público – servindo de articulação para todo o conjunto, o saguão possui como extensão o foyer do auditório/plenário. Logo, o saguão possui duas funções principais: articular todo o fluxo de entrada e saída do conjunto arquitetônico, bem como servir de apoio ao plenário e do auditório;
  • Estações de trabalho – uso semi-privado – na concepção destes espaços houve a preocupação de criar locais em que o dia-a-dia de trabalho se faça da maneira mais salubre possível, assegurando o conforto térmico, bem como a manutenção de visadas interessantes para quem ali trabalha.

A disposição apresentada permite maior autonomia para utilização dos espaços não necessariamente vinculados ao conselho, como a praça/mirante, o foyer do auditório/plenário (cujo acesso pode ocorrer pelo saguão, sem interromper as atividades internas ao conselho) ou mesmo o estacionamento descoberto. Isso promove a possibilidade do funcionamento simultâneo de várias atividades sem o comprometimento de qualquer uma delas.

A posição do auditório/plenário garante acesso em nível com o saguão, que se apresenta como um desdobramento do foyer. Ali, como solicitado, podem ocorrer exposições abertas aos freqüentadores do conselho. No bloco contíguo ao do saguão, as áreas de palco do auditório e do plenário ficam voltadas para um mesmo ponto. Essa estratégia projetual permite assegurar os usos individuais e simultâneos ou mesmo a supressão de painéis acústicos que separam os dois para a criação de uma única arena, em eventos maiores. Há ainda uma bilheteria e a cantina, que pode ser usada cotidianamente pelos funcionários do CREA-MT e servir de lanchonete/bombonière/apoio a coquetéis quando houver eventos diversos. Esse conjunto de fatores favorece a sustentabilidade da instituição, na medida em que permite o aluguel destas salas para eventos esporádicos ou constantes, à escolha do CREA-MT.

Logo após o acesso pelo saguão, há o núcleo de circulação vertical que permite a conexão com os outros pavimentos do conjunto. Nestes pavimentos, o dimensionamento das áreas de trabalho foi definido de modo a atender a demanda do programa de necessidades. Toda a organização levou em consideração a relação entre os setores e as gerências, possibilitando a criação da edificação linear, a permitir o fluxo de pessoas predominantemente num mesmo pavimento, minimizando os custos de manutenção do conjunto com transporte vertical.

ficha técnica

Local
Cuiabá, Mato Grosso do Sul

Arquitetos
Eduardo França e Letícia de Azevedo

Colaborador
Hernan Espinoza (EAUFMG)

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Equipe premiada
Belo Horizonte MG Brasil

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095.01 Concurso
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original: português

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Organização do concurso
Cuiabá MT Brasil

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