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Conheça o projeto de comunicação visual urbana para a cidade de Palmas realizado pelo arquiteto Issao Minami em 2004

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PORTAL VITRUVIUS. Projetos de comunicação visual: exemplos de melhoria na qualidade ambiental. Um sistema de comunicação visual urbana para a cidade de Palmas no Estado de Tocantins. Projetos, São Paulo, ano 10, n. 119.03, Vitruvius, nov. 2010 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/projetos/10.119/3702>.


Onde e como começa Palmas? Como se constrói uma Capital de Estado recém-criado?  O jornalista Salomão Wenceslau Rodrigues do O Jornal de Palmas arrisca um palpite:

...“Sonho, ideal, suor. Perseverança. Amor, muito amor em tudo que faz. Assim começa uma cidade.

A construção é tudo isso e muito mais. Tem trabalho, encontro, encanto e desencanto. Aos poucos as cumeeiras vão surgindo e com elas um novo horizonte. A substituição do cerrado bruto por uma cidade parece um toque de mágica, mas não é feita com uma vara de condão. Desde o sonho, desde os idealistas que traçaram no pensamento uma cidade planejada para a região central de Tocantins, até os dias de hoje, foram muitos...”

Palmas está completando quatorze anos, mas de construção. De sonho e ideal ela é bem mais antiga. Poetas ou sonhadores que um dia a projetaram, a queriam bela e formosa. São 14 anos de efetiva construção.

Palmas, o plano e a qualidade de vida

Apesar dos desafios diários representarem passos importantes na consolidação do plano urbanístico que a despeito da atenção que a capital tem merecido, em nível nacional e internacional, é importante que se ressalte que tudo isso, só foi possível, como um cidade planejada e especialmente, implantada seguindo preocupações com o meio ambiente e qualidade de vida.

De fato é o que preconiza Walfredo de Oliveira Antunes, um dos autores do  seu projeto:

“É com perspectiva animadora a nossa avaliação. Por um lado, tudo isso é demonstrado pela qualidade de todos os profissionais que vêm acertando desde a escolha do local, até a construção da infra e super-estruturas urbanas, que hoje orgulham aos cidadãos palmenses, ao Tocantins e ao Brasil. Da outra parte, confere a todos nós, cidadãos desta nova capital,  a obrigação de cuidar para que seus passos futuros continuem a gerar cada vez melhores condições de vida a todos.”

O arquiteto Oliveira Antunes vive e convive o cotidiano de Palmas desde a sua fundação.

Da Praça dos Girassóis, o coração da nova Capital, à quadras, as unidades de vizinhança.

O cruzamento da Avenida Teotônio Segurado e Avenida Juscelino Kubitscheck é o ponto zero de Palmas, o marco inicial da nova capital, onde se localiza a Praça dos Girassóis. Lá estão implantados os edifícios como o Centro Administrativo do Estado: o Palácio Araguaia; a sede do Executivo, o Palácio João D’Abreu; a sede da Assembléia Legislativo, o Palácio Feliciano Machado Braga; a sede do Tribunal da Justiça e as edificações das secretarias do Estado.


O que mais chama a atenção ao pisar Palmas, à primeira vez, é a grandiosidade deste eixo munumental norte-sul entrecruzando com o eixo leste-oeste. É a maneira de se referenciar e se situar, pois, a partir desta relação espacial permite-se passear por entre todo o restante das grandes avenidas que entrecruzam e formam a malha viária. É um conceito urbanístico que determina a estrututura básica do macro-parcelamento do todo e do específico de cada área, é o micro-parcelamento da quadra que determina a unidade de vizinhança.


A percepção do espaço de Palmas e sua identidade visual

Palmas tem o seu espaço planejado baseado em um Plano Diretor que obedece preceitos de conceitos urbanísticos e arquitetônicos. A espacialização destes através das obras sociais e físicas oferece ao cidadão, bem-estar associado à qualidade de vida. Foi com esta intenção que o Governo de Tocantins e a Prefeitura de Palmas reavaliaram a necessidade de estabelecer uma identidade visual e um sistema de identificação urbana para a cidade como um todo. Isto desde o aspecto do resgate da cidadania ressaltando a importância de situar o cidadão no contexto do seu endereçamento cotidiano, ou seja, da identificação da unidade urbana oferecendo a sua localização física, até a importância de sinalizar os pontos físicos da cidade ressaltando a sua visualidade dentro do contexto de marcos referenciais e a sua importância como potencial turístico. Este é o mote que norteou o projeto de identificação visual de Palmas.


Os elementos de identificação

O sistema de identificação urbana de Palmas incorpora, portanto, os seguintes elementos:

  • Identificador da avenida e direcional de quadras e vias próximas;
  • indicador de entrada da quadra;
  • Sinalizador de logradouros internos (alamedas) da quadra;
  • Identificador da unidade urbana final.

A identificação da avenida


O nó viário mais característico de Palmas é, sem dúvida, a rótula que constitue a rotatória nas avenidas. O seu posicionamento junto às vias, o torna um ponto estratégico e de tomada de decisão para orientar a indicação da próxima avenida, da quadra onde se localiza ou da próxima quadra.

O suporte do elemento visual identificador da avenida é uma estrutura metálica com três placas verticais em alumínio pintadas e com aplicação de películas refletivas. Tem a dimensão de 4,00 metros de altura e 0,50 metros de largura dispostos na avenida à uma distância que varia de 40 a 60 metros antes da rotatória.  Traz na parte central a identificação da denominação da via onde se encontra e na parte superior a orientação e indicação cromática da quadra e a orientação para a próxima via.

Na parte inferior traz espaço para mensagem institucional

O totem de indicação da quadra


O totem de entrada da quadra é um elemento visual com  a dimensão de 4,40 metros de altura e 0,80 metros de largura. É disposta no canteiro separador da via de entrada da quadra. Tem estrutura metálica com três placas em alumínio pintadas com aplicação de películas refletivas.

Traz a indicação, na sua parte superior, do número da quadra e o setor e o código cromático onde se localiza. Na parte central é disposto um mapa da cidade com a indicaçÃo cromática dos setores, das avenidas e a nomenclatura de todas as quadras, além dos principais marcos referenciais de orientação.

Na parte inferior traz espaço para mensagem institucional.

O conjunto sinalizador do logradouro interno à quadra

Dentro da quadra é identificado a alameda que compõe a quadra interna. É uma placa de alumínio 0,30 X0,60 metros disposta em altura de 3,50 metros em suporte metálico de perfil quadrado.

Disposto no cruzamento de alamedas identifica o nome da alameda e os números das unidade urbanas localizadas nesta alameda. A placa assume a cor do setor onde se encontra a quadra.


Considerações finais

A implantação de projetos urbanos governamentais e não governamentais, naturalmente só se concretiza se houver vontade política, firme propósito e objetivos concretos. Tanto a Avenida Angélica, quanto o complexo Turístico Itaipu e também Palmas,  persistiram, por  insistência coletiva de múltiplos interesses.

O projeto de identidade visual da Avenida Angélica foi proposto porém a sua implementação não se tornou necessária (por enquanto), com a despoluição visual efetuada só isto bastou para que a comunidade local  respirasse aliviada e pudesse ter o direito de ver a paisagem.

O projeto do sistema de identificação urbana de Palmas foi por nós elaborado no período de janeiro a maio de 1997, é fruto de muitas discussões amadurecidos entre o então Excelentíssimo Governador do Estado de Tocantins, José Wilson Siqueira Campos; o Arquiteto de Palmas, Walfredo de Oliveira Antunes; vários colaboradores dos governos estadual e municipal ; a imprensa local e a população em geral. Foi executado o projeto piloto do Sistema de Identificação Urbana de Palmas, em maio de 1997, pelo Grupo Plamarc da Capital de São Paulo  A implantação do mesmo ficou a cargo da Secretaria de Obras da Prefeitura de Palmas.

Palmas em maio de 2004.


nota1
Projeto contemplado com menção honrosa na categoria: Comunicação Visual Projeto Implantado da Premiação Anual -1996 do Instituto dos Arquitetos do Brasil Seção São Paulo – IAB-SP em julho de 1997 e na III Bienal Internacional de Arquitetura 1998.

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