Propomos a construção de um anexo provisório para abrigar as atividades mais afetadas pelo restauro da FAU. Com ele pretende-se livrar os estúdios e salas de aula – pisos mais próximos dos reparos da cobertura e empena. Com uma construção em estrutura metálica, piso elevado e fechamentos leves, pode-se rapidamente erguer um pavilhão para receber os calouros de 2014.
Pode-se argumentar acerca de impeditivos à proposta, como implicações orçamentárias, técnicas ou jurídicas da empreitada. Repondemos que, diante dos fatos, não temos escolha. Arquitetos podem conviver na precariedade?
As respostas dadas até o momento para a situação são conciliadoras, mas não alcançam o cerne da questão: trata-se de um restauro pesado, com procedimentos nocivos e que, eventualmente, vão nos forçar à medidas mais drásticas. É certo que soluções pontuais de limpeza intensiva e umidificação dos ambientes pode viabilizar a presença de uma parte da comunidade no prédio. Os estúdios e salas de aula, no entanto, ficarão no limite do utilizável.É preciso não medir esforços para que os alunos, professores e funcionários passem por este período de obras não só com salubridade, mas também com o acesso, sem interrupção, às coisas feitas com arquitetura.
Um anexo provisório resolve os principais problemas advindos deste processo de restauro, e não só, vira o jogo nos modos como enfrentamos a história do prédio desta faculdade: usa as lições de seu espaço para desenhar a realidade. Atuar no real, com todas as ferramentas que temos, é levar ao extremo a aspiração de se fazer um amplo restauro da FAU.
notas
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Veja também: SARAIVA, Pedro Paulo de Melo. Proposta para Sobre-Cobertura do Edifício Vilanova Artigas, sede da FAU-USP | Arquiteto Pedro Paulo de Melo Saraiva.Projetos, São Paulo, ano 09, n. 101.03, Vitruvius, maio 2009 <http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/projetos/09.101/2957>.