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O texto expõe impressões sobre o Museu da Ciencia - MUSE, situado em Trento, projetado pelo arquiteto Renzo Piano. Inaugurado em julho, o museu revela dinamismo e inovações que merecem ser destacadas, além de preocupações com a conservação de energia.

english
The paper exposes impressions of the Museum of Science - MUSE, located in Trento, designed by architect Renzo Piano. Opened in July, the museum reveals the dynamism and innovation that should be highlighted, as well as concerns about energy conservation.

how to quote

LIMA, Fabio Jose Martins de. Museu da Ciência - MUSE. Projetos, São Paulo, ano 13, n. 155.02, Vitruvius, nov. 2013 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/projetos/13.155/4958>.


Os estudos para o novo museu foram motivados pela crescente atividade e ampliação do acervo da municipalidade que geravam exposições em espaços deslocados. O processo para a concretização do projeto do novo museu teve um percurso longo.

Assim, entre os anos 2000 e 2003, foi realizado o “Estudo de viabilidade para o novo museu da Ciência em Trentino” e, em 2005, o Plano Cultural para o novo museu. Participaram destes estudos especialistas nacionais e internacionais, bem como vários cidadãos da província de Trento, que contribuiram para a definição do escopo final do que deveria ser o museu.

Após a aprovação do plano cultural, em 2006, o projeto foi confiado ao arquiteto Renzo Piano. A inauguração do conjunto ocorreu em 27 de julho de 2013, sendo que este se insere em área definida para requalificação urbana com outros equipamentos contíguos ao mesmo, a saber o Quartiere Le Albere, na localidade de Trento.

A solução adotada para o MUSE envolve os visitantes de maneira dinâmica através de percursos interativos e sensoriais, como um convite para a imersão nos diversos temas ligados às ciências. Ar, terra, fogo e àgua, conjugados com a vida animal em ambientes e ambientações apropriadas, imersos em luz... dada a opção pela transparência total no partido adotado. Instalações específicas e tematizadas, com sons, aromas, texturas, dentre outros, ampliam as possibilidades de interação com os temas.

Estruturas mistas (madeira, concreto armado, aço e ferro), com vidro em abundância definem a poética de Renzo Piano. O diálogo em termos de contrastes estabelecidos com o entorno guarda semelhanças com o Beaubourg, em Paris. Este último, inaugurado em 1977, se colocava como concorrência difícil vencida por equipe quase desconhecida, tendo dois italianos e um inglês, além do próprio Renzo Piano, Gianfranco Franchini e Richard Rogers.

No caso do MUSE, a encomenda ao estúdio de Renzo Piano mostrou-se coerente e, certamente, como iniciativa que reconhece o trabalho deste, nos dias atuais, nomeado como Senador da República. A concepção do MUSE teve por princípio a flexibilidade e a adequação aos conteúdos científicos definidos pelo projeto cultural. O partido simula a movimentação das montanhas no entorno, tendo sido utilizados materiais disponíveis na região e bambú (de origem italiana) nas áreas esportivas.

O programa do museu envolve áreas públicas, áreas administrativas e de serviços distribuídas por meio de dois subsolos e cinco pavimentos incluindo térreo e terraço. Assim, a proposta definida, em níveis diferenciados com cores e materialidade expostas, envolve crianças, jovens, velhos e idosos em itinerários diversos, com temas e conteúdos ligados às ciências. O acesso a estes níveis pode ser feito através de escada ou de elevador, transparente e folgado, o que permite visão privilegiada dos vários ambientes. No terraço, um mirante permite a fruição das montanhas no entorno, bem como dos novos edifícios que compõem o conjunto, além de trechos pré-existentes, incluindo arena de jogos.

Suspensos por tirantes, expostos como maquetes, ou mesmo em termos de espaços sensoriais e interativos, os ambientes e conteúdos deste museu “novinho em folha” convidam ao mergulho no conhecimento, com apelo tecnológico e inovador, sem deixar de lado os vários tempos da história da humanidade e da natureza que emoldura tudo. Nada se mostra estático ou mesmo congelado. Pelo contrário, a sensação é de movimento.

Outro ponto importante a ser destacado refere-se ao primor no detalhamento que pode ser percebido, tanto no exterior quanto no interior. Espelhos d’água e cascatas também merecem ser ressaltados como elementos fundamentais na composição de Renzo Piano. Além disso, a questão da conservação de energia que aparece de maneira explícita nos itinerários percorridos, com painéis fotovoltáicos, sondas geotérmicas, dentre outros, tem  o sentido de proporcionar a renovação da energia. O sistema geral é centralizado e mecanizado com sistema energético adequado para alcançar a maior eficiência energética possível. Sensores de temperatura automatizados permitem conforto térmico nos dias quentes e nos dias frios. A iluminação e a ventilação naturais reduzem o consumo e ampliam a sensação de conforto ambiental. Acrescente-se a estes pontos, o aproveitamento das águas de chuva em reservatório apropriado, estas aproveitadas para os serviços higiênicos, para irrigação, ou mesmo para alimentar os aquários e os espelhos d’água que circundam o conjunto.

Do lado de fora e contíguo ao MUSE, há um conjunto edificado, também projetado por Renzo Piano, com salas, apartamentos, pontos comerciais e estacionamento no subsolo. O acesso ao MUSE pode ser feito de diversas maneiras, a começar pela bicicleta, o meio mais sustentável, por assim dizer, e também o trem, o ônibus ou o carro individual e as motocicletas. A visita vale a pena ... voltamos a ser crianças um pouco.

O projeto pode ser consultado no site do estúdio do arquiteto Renzo Piano. Vale ressaltar que esta visita teve o sentido da busca de referenciais para repensar a realidade atual das nossas cidades. E urge que busquemos outros referenciais, por amor às cidades… Além disso, a visita com os arquitetos Silvio Caoduro, Andria Medina e Maribella Mazzillo se insere na continuidade de pesquisas e interlocuções desenvolvidas com a Italia e soma-se às interlocuções internacionais desencadeadas, particularmente no âmbito da Università IUAV di Venezia, e da Università degli Studi di Padova. Tais incursões permitem vislumbrar outros horizontes para as cidades brasileiras, na perspectiva da análise comparada, seja em termos de pensamentos e práticas, seja em termos da própria experiência cotidiana propiciada por centros urbanos distintos.

sobre o autor

Fabio Jose Martins de Lima nasceu em Belo Horizonte, em 02 de setembro de 1961 e fotografa desde 1983. Professor do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade de Engenharia da Universidade Federal de Juiz de Fora, a partir de 1999 é graduado em Arquitetura e Urbanismo pela Escola de Arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais (1989) com Mestrado em Arquitetura e Urbanismo pela Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal da Bahia (1994) e Doutorado em Estruturas Ambientais Urbanas pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (2003). No periodo de 2011 a 2012, desenvolveu Estágio Pós-Doutoral na Università IUAV di Venezia, com o apoio da CAPES, sob a orientaçao dos Professores Donatella Calabi e Guido Zucconi. Em Juiz de Fora coordena o grupo Urbanismomg que desenvolve atividades de pesquisa e extensao com o apoio do CNPQ, FAPEMIG, Min Cidades e Min Cultura.

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