Esse projeto reflete uma estratégia de recuperação para uma área em processo de degradação por meio da construção de um lugar com significado cultural associado. A fim de construirmos um novo ambiente propusemos um edifício cultural em uma das testadas da praça, retirando-a da condição de isolamento pelas vias, objetivando torná-la um agregador social. Portanto, a grande motivação foi responder a um problema genérico importante nos processos de renovação urbana: O projeto de equipamentos culturais em áreas públicas onde, através do edifício possa-se “irradiar” um processo de renovação e revitalização, ou seja, a construção de um “lugar” efetivo, com nova identidade e uso.
O programa prevê biblioteca convencional, eletrônica, telecentro e escola de informática, geridos pela Prefeitura Municipal de São Caetano do Sul.
A ocupação da face principal da praça através de um edifício de aproximadamente 89 x 12,5 metros, grande parte sobre pilotis, serve como porta e transição para um novo ambiente distinto da via com fluxo intenso. A chegada se faz por uma pequena praça com um café reforçando o caráter agregador do lugar. Da criação de um rebaixamento de aproximadamente 3,5m surge outra pequena praça abaixo do nível da via, tratada com espelho de água que dá suporte a um volume de formas irregulares, como uma “pedra flutuante”, algo paradoxal, que conclui a composição gerando diversos espaços e visuais inesperadas.
No subsolo encontra-se um volume destinado a escola de informática. O teto deste volume, tratado com espelho de água também, é um novo recinto externo, ligado à topografia por pequenas pontes e que compõe um terceiro lugar para contemplação e pequenas apresentações de música ao vivo, projeções e outras expressões. Surge sobre esta, associada ao edifício, uma grande lâmina metálica que protege os pequenos eventos previstos.
A estrutura em concreto armado moldado in loco, se desenvolve na “barra longitudinal” (biblioteca convencional e eletrônica) em módulos de 12,5 X 6,25 metros gerando balanços de aproximadamente 3,5 e a sensação de um volume suspenso sob um pórtico arquitetônico, visto que nas extremidades encontram-se as áreas de circulação vertical, sanitários e shafts. Um volume distinto sob o mesmo pórtico define as áreas de tele centro e um terraço protegido pela cobertura metálica, para atividades múltiplas incluindo leitura.
A cobertura, técnica, abriga todo o sistema de ar condicionado e outras especialidades.
O encontro destes volumes com a topografia gera uma série de taludes e um grande arrimo que define a praça rebaixada., também em concreto armado. Elementos de ligação (passarelas) e peitoris em aço objetivam leveza e contemporaneidade ao conjunto.