O desejo inicial por privacidade e a consideração das condicionantes locais orientaram o projeto desta residência, fechada para fora, mas aberta para um grande vazio interno de três pavimentos com o objetivo de estabelecer riqueza espacial com variedade de pés direitos, grandes volumes de ar e conseqüente melhor conforto ambiental.
Vídeo Joana França
O volume criado explora ao máximo os parâmetros que regulamentam as construções do condomínio: recuos mínimos de cinco metros na frente, quatro metros no fundo, dois metros nas laterais e máximo de sete metros e meio de altura a partir do nível do primeiro pavimento (desde que este esteja a uma altura máxima de um metro e vinte e cinco centímetros a partir do nível do terreno natural).
Deste modo foram criados três pavimentos. No subsolo (semi enterrado) encontram-se garagem e ateliês; ao nível térreo (semi elevado), as áreas sociais e de convívio; e elevadas, as áreas íntimas.
Na busca deliberada por maior variedade espacial e melhor acondicionamento do programa ao volume procurou-se variar o desenho dos pisos ao invés de simplesmente empilhá-los. Sobre o vazio erguem-se os demais pavimentos. No térreo elevado duas lajes se estendem no sentido transversal da construção de uma face lateral até a outra, interligadas por uma passarela. A laje que se volta para a rua abriga salas de estar e tv/cinema. Na laje do fundo, integradas ao quintal, encontram-se sala de jantar, cozinha e área de serviço. No segundo pavimento as lajes se estendem no sentido longitudinal desde a frente até o fundo, interligadas por uma passarela transversal, abrigando quartos e banheiros.
A construção teria como primeiro passo a escavação do solo e sua contenção por um muro de arrimo, gerando o espaço necessário para a futura ocupação. Sobre este vazio ergue-se o volume da residência, com pilares e lajes em concreto armado e cobertura em telhas metálicas sobre estrutura metálica. Por fim, os planos de fechamento e vedações externas em vidro e tijolos maciços são agregados a essa ossatura, conferindo o aspecto final da residência.
A paginação diferenciada dos tijolos estabelece pequenas aberturas na fachada que permitem a iluminação e ventilação dos espaços internos. Para garantir maior conforto térmico criou-se na parte mais alta da casa uma faixa de ventilação permanente e janelas junto ao chão, proporcionando o efeito Venturi.
ficha técnica
obra
Residência KS
arquitetura
Arquitetos Associados
autores
Alexandre Brasil, Paula Zasnicoff e Raquel Araujo
colaboração
Douglas Silva
local
Vila dos Lagos, Natal RN
datas
Início do projeto: 2012
Início da obra: 2014
Término da obra: 2016
áreas
Terreno: 435,00 m2
Construída: 410,35 m2