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projects ISSN 2595-4245


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A reforma e restauro do Centro Universitário Maria Antonia, projeto do Una Arquitetos, busca adaptar o conjunto – edifícios Rui Barbosa e Joaquim Nabuco – ao novo uso cultural, afirmando o caráter público que historicamente marcou esse patrimônio da USP.

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PORTAL VITRUVIUS. Centro Universitário Maria Antonia. Projetos, São Paulo, ano 17, n. 202.03, Vitruvius, out. 2017 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/projetos/17.202/6745>.


A rua Maria Antônia é uma referência na história da Universidade de São Paulo – USP e um marco na vida cultural e política da cidade. Torna-se catalisadora de discussões acadêmicas e sociais com a instalação da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras no nesse endereço em 1949.

Após a violenta invasão do edifício por um grupo de estudantes de direita, acompanhados pela polícia, em 1968, a Faculdade de Filosofia foi transferida para a Cidade Universitária. A relevância desses acontecimentos definiu a razão de tombamento do edifício Rui Barbosa, construção principal do conjunto, pelo órgão estadual de preservação, o Condephaat.

Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras na rua Maria Antônia, conflitos políticos em 1968
Foto divulgação [Acervo Centro Universitário Maria Antônia]

O projeto de reforma e restauro procura adaptar o conjunto – edifícios Rui Barbosa e Joaquim Nabuco – ao novo uso, um núcleo de arte contemporânea que aglutina espaços expositivos, salas para cursos teóricos e práticos, o teatro da universidade (TUSP) e tem como questão central, afirmar o caráter público que historicamente marcou esse patrimônio da USP. A proposta inclui o restauro das fachadas principais e mantém intacta a volumetria dos dois edifícios, mas propõe uma nova relação do conjunto com a cidade. A área livre entre os dois prédios ganha a dimensão de espaço público, conformando uma pequena praça. No nível da rua, essa praça é o alargamento natural da calçada e define um acesso convidativo ao conjunto. No nível inferior, interligado à calçada por rampas e uma passarela, um pátio arborizado realiza a conexão entre os dois edifícios, criando, para o teatro, um lugar de apresentações ao ar livre. Requalificar os espaços livres, oferecendo uma ligação generosa do conjunto com a cidade, é a contribuição do projeto para a memória do movimento acadêmico, cultural e político que teve sede à rua Maria Antônia.

O edifício Rui Barbosa

A proposta de intervenção para este edifício valoriza a continuidade espacial no interior do prédio, inexistente em seu uso original (sede do Liceu Rio Branco e residência do diretor). O edifício abriga diversas atividades didáticas: cursos, oficinas e seminários acadêmicos ou abertos a comunidade. O Teatro da USP continuará ocupando o pavimento inferior; imaginou-se um teatro flexível, com diversas configurações para montagem de espetáculos. Foi proposto um novo sistema de circulação mantendo as duas alternativas de acesso ao teatro: pelo ed. Rui Barbosa e pela praça. Uma nova torre de circulação vertical foi prevista, com elevador e escada de segurança.

O edifício Joaquim Nabuco

As intervenções neste edifício, na área envoltória de tombamento do ed. Rui Barbosa, buscam adaptá-lo ao uso como espaço expositivo. No térreo estão as salas de exposições, uma delas com amplas aberturas para a rua Maria Antonia. E no primeiro andar, mais três salas de exposição (inicialmente ocupadas pelo Instituto de Arte Contemporânea), de dimensões distintas. O nível inferior é ocupado por depósito e reserva técnica, além do café, sala de dança e música. O projeto mantém a organização espacial do prédio, caracterizada por uma escada central e três salões de tamanhos distintos. A abertura da varanda lateral revelou a parede original da construção primitiva do edifício, da primeira década do século 20. O salão maior, voltado ao interior do lote, não possuía laje, tanto no térreo como no primeiro pavimento; seu piso era constituído de barrotes e assoalho de madeira, totalmente comprometido pela ação de fungos e cupins. Essa estrutura foi substituída por peças metálicas e laje de concreto, dimensionada de acordo com seu novo uso, possibilitando exposição de obras com carga concentrada. Como consequência, a fachada lateral, absolutamente inexpressiva, passa a revelar essa intervenção e requalifica o plano que se volta ao novo espaço público. O brise, que ocupa grande parte dessa fachada, é um filtro industrial composto por fios de aço inox. Os painéis vieram modulados da fábrica e parafusados na estrutura metálica.

O projeto explicita os diversos tempos dos edifícios e as reformas que acompanharam seus diversos usos. Articula os espaços remanescentes, o fundo de lote e os edifícios que estão diretamente ligados ao conjunto. Assim foram desenhadas praças, passarela, torres de concreto, a nova construção metálica, junto aos dois edifícios, Rui Barbosa e Joaquim Nabuco. O Centro Universitário Maria Antônia não é, portanto, um edifício, mas fragmentos interligados, partes articuladas de um centro urbano densamente ocupado. O conjunto é utilizado especialmente por estudantes mas também por uma grande diversidade de pessoas, característica marcante do centro de São Paulo.

O projeto da Maria Antonia é uma reflexão sobre intervenções na cidade consolidada, sobre ações de reocupar. Um exercício de construir a partir de um patrimônio frágil nas suas qualidades arquitetônicas, sobre suas relações com a memória urbana e as transformações necessárias na região central de São Paulo.

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Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras na rua Maria Antônia, conflitos políticos em 1968
Foto divulgação [Acervo Centro Universitário Maria Antônia]

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202.03 projeto institucional
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Una Arquitetos
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202

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