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projects ISSN 2595-4245


abstracts

português
A passagem coberta em madeira foi desenvolvida através da modelagem generativa por algoritmos e propõe um sistema construtivo com ripas de maçaranduba, formando elementos estruturais que conformam uma sequência de pórticos.

english
The Wooden Covered Walkway was developed through generative modeling by algorithms and proposes a constructive system with maçaranduba slats forming structural elements that form a sequence of frames.

español
La pasarela cubierta de madera se desarrolló con modelación generativa mediante algoritmos y propone un sistema constructivo con lamas de maçaranduba formando elementos estructurales que conforman una secuencia de pórticos.

how to quote

PORTAL VITRUVIUS. Passagem coberta em madeira. Modelagem generativa por algoritmos. Projetos, São Paulo, ano 21, n. 250.02, Vitruvius, out. 2021 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/projetos/21.250/8563>.


O projeto de um sistema construtivo em ripas de madeira maçaranduba para a realização de uma passagem coberta é fruto da pesquisa realizada ao longo da disciplina Oficina de Projeto Computacional do Programa de Pós-graduação Profissional em Arquitetura, Projeto e Meio Ambiente da Universidade Federal do Rio Grande do Norte — UFRN, em Natal RN. O objetivo da disciplina, cuja turma tinha um perfil de arquitetos e engenheiros atuantes no mercado local, era ensinar fundamentos teórico-práticos do projeto arquitetônico computacional, tendo a modelagem generativa por algoritmos, mediada pelo uso da aplicação Grasshopper, como principal meio de criação. Além das aulas de capacitação na aplicação citada, foi proposta a elaboração do projeto de uma cobertura de forma complexa, que servisse como passagem de conexão entre dois prédios (graduação e pós-graduação) da UFRN. O enunciado da atividade previa o atendimento de uma série de restrições impostas ao livre exercício projetual, tais como: preservação das preexistências (arborização e edificações); recobrimento da estrutura em telhas e por vegetação tipo trepadeiras; uso exclusivo de materiais construtivos disponíveis na universidade; e processo projetual paramétrico desenvolvido nos softwares Rhinoceros, Grasshopper e Karamba 3D.

Campus da Universidade Federal do Rio Grande do Norte — UFRN, edifício da graduação (esquerda) e da pós-graduação (direita) do curso de Arquitetura, Natal RN Brasil, 2019
Foto Alessio Perticarati Dionisi

Dado o exposto, o conceito central do sistema construtivo projetado foi reverter as restrições em potencialidades. A principal delas era a escassez de materiais disponibilizados pela instituição; assim, escolheu-se trabalhar com o de menor valor agregado: a ripa de Maçaranduba. A trivialidade desse material dá coerência conceitual ao projeto, que procurou explorar as características da maleabilidade e esbeltez inerentes dessa madeira de baixo custo.

A utilização da ripa de maçaranduba como principal elemento estrutural de construções não é muito comum, exceto na execução de telhados. A Maçaranduba (pouteria ramiflora) é uma árvore de crescimento moderado com altura entre 15 e 30 m e tronco retilíneo de 40 a 60 cm de diâmetro. Sua madeira é relativamente pesada e dura, com baixa resistência ao apodrecimento.

A concepção do elemento arquitetônico por meio da modelagem generativa com algoritmos é uma alternativa aos tradicionais processos projetuais, cujo benefício reside na rapidez com que formas são geradas sem que, para isso, novos modelos sejam elaborados. Essa ferramenta é uma mudança de paradigma em relação à concepção tradicional, pois o processo inicial de projeto se volta mais aos parâmetros que estabelecem a forma do que ao desenho da forma em si.

Passagem coberta em madeira: modelagem generativa por algoritmos, Campus UFRN, Natal RN Brasil, 2019. Arquitetos Alessio Perticarati Dionisi, Clodoaldo Dino de Castro e Nilberto Gomes de Sousa
Elaboração Alessio Perticarati Dionisi

Logo, buscou-se associar a esse processo de concepção com algoritmos uma inspiração de um modo de construir, sem desenhos prévios, que há séculos traduz a sabedoria dos povos indígenas, transmitida oralmente de geração em geração: a oca. Ao empregar limitados recursos construtivos, ela simboliza o pensamento racional do edificar somente com o essencial.

A estabilidade das ocas deriva do arqueamento de um pontalete fincado na terra, ou seja, o comportamento estrutural do material condiciona a forma obtida. De modo análogo, partiu-se de um modelo parametrizado e concebido por algoritmos de um pontalete em maçaranduba para investigar as possibilidades arquitetônicas formais e estruturais.

Croquis da construção de uma oca Bakairi no Xingu
Elaboração Alessio Perticarati Dionisi

Passagem coberta em madeira: modelagem generativa por algoritmos, croquis, Campus UFRN, Natal RN Brasil, 2019. Arquitetos Alessio Perticarati Dionisi, Clodoaldo Dino de Castro e Nilberto Gomes de Sousa
Elaboração Alessio Perticarati Dionisi

Além disso, outras questões foram consideradas, sobretudo, o ônus da nova passagem coberta em relação ao tripé formado pelos parâmetros sociais, econômicos e ambientais que definem o conceito de sustentabilidade segundo o Relatório Our Common Future, da Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (1). Desse modo, e objetivando uma proposta de baixo impacto, esses parâmetros acompanharam pari passu a espinha dorsal do projeto (reversão das restrições em potencialidades), da seleção dos materiais à concepção, ao desenvolvimento e à definição das etapas construtivas. Buscou-se, ademais, utilizar soluções de simples execução, de modo que os próprios funcionários da universidade pudessem construir a passagem por meio de instruções básicas e com as ferramentas disponíveis na instituição.

Passagem coberta em madeira, sequência construtiva, Campus UFRN, Natal RN Brasil, 2019. Arquitetos Alessio Perticarati Dionisi, Clodoaldo Dino de Castro e Nilberto Gomes de Sousa
Elaboração Alessio Perticarati Dionisi

Após os diversos ensaios de modelagem do pontalete arqueado por meio dos algoritmos, optou-se pela solução do pórtico constituído por dois arcos de diferentes alturas. Das distâncias entre pórticos testadas, a que melhor se adaptou em relação às preexistências (terreno, árvores, canteiros, entre outros) foi a de 70cm. Depois, sucedeu-se a simulação desse pórtico com a finalidade de entender seu comportamento estrutural. Com o auxílio do software Karamba 3D, determinou-se a curvatura máxima dos elementos em relação ao módulo de elasticidade da madeira utilizada, bem como a resistência das suas seções. As simulações apontaram, ainda, a necessidade de criar arcos duplos, paralelos, afastados por tarugos de travamento. Essa duplicidade propiciou o enrijecimento necessário à estrutura, assim como a possibilidade de haver um travamento para manter o pontalete arqueado. Dividiu-se cada arco em 6 pontos de travamento por tarugos (ou nós com furos oblongos), que, somados às diagonais entre pórticos, contraventam o conjunto. O resultado formal conferido pelos arcos em madeira promove um contraponto aos volumes prismáticos existentes no entorno. Isso introduz novas percepções volumétricas e outras relações de luz e sombra, de materiais e de texturas.

Por fim, a diferença de altura entre os arcos de cada pórtico permite que a cobertura tenha a inclinação necessária para o escoamento das águas pluviais. As telhas em fiberglass, único material disponibilizado pela universidade para esse fim, são atirantadas por barras roscadas às vigas de cobertura, e um pergolado de ripas é proposto sobre as telhas transparentes para reduzir a incidência solar direta. Todos os elementos de madeira receberiam três demãos de impregnante tipo Stain para diminuir os efeitos agressivos do meio ambiente.

Passagem coberta em madeira: modelagem generativa por algoritmos, Campus UFRN, Natal RN Brasil, 2019. Arquitetos Alessio Perticarati Dionisi, Clodoaldo Dino de Castro e Nilberto Gomes de Sousa
Elaboração Alessio Perticarati Dionisi

nota

1
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. Report of the World Commission on Environment and Development: Our Common Future. Nova York, UN, 1987.

ficha técnica

projeto
Passagem coberta em madeira: modelagem generativa por algoritmos

ano
2019

local
Campus da Universidade Federal do Rio Grande do Norte — UFRN, Natal RN Brasil

arquitetura
Arquitetos Alessio Perticarati Dionisi, Clodoaldo Dino de Castro e Nilberto Gomes de Sousa

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