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projects ISSN 2595-4245


abstracts

português
A Nova Sede Fundação Florestal do Estado de São Paulo acomoda as funções administrativa, operacional, jurídica, ações educativas e pesquisa científica. É parte do programa de recuperação socioambiental da Serra do Mar e dos Mosaicos da Mata Atlântica.

english
The New Florestal Fundation of State of São Paulo accommodates administrative, operational, legal, educational activities and scientific research. It’s part of the socio-environmental recovery program for Serra do Mar and the Atlantic Forest Mosaics.

español
La Nueva Fundação Florestal do Estado de São Paulo alberga actividades administrativas, operativas, jurídicas, educativas y de investigación científica. Es parte del programa de recuperación de la Serra del Mar y de los Mosaicos de la Mata Atlántica.

how to quote

PORTAL VITRUVIUS. Sede Administrativa Fundação Florestal — Juréia-Itatins. Projetos, São Paulo, ano 22, n. 259.02, Vitruvius, jul. 2022 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/projetos/22.259/8558>.


A Nova Sede Administrativa do Mosaico de Unidades de Conservação da Juréia-Itatins — Mucji da Fundação Florestal do Estado de São Paulo acomoda as funções administrativas, operacionais, jurídicas, além de ações educativas e de pesquisa científica. O projeto é parte do programa de recuperação socioambiental da Serra do Mar e do Sistema de Mosaicos da Mata Atlântica e prevê a melhoria da infraestrutura, da capacidade de gestão dos parques, das unidades de conservação e uso sustentável.

A Sede conta com financiamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento — BID, e toda a construção e operação do edifício foi concebida para gerar o menor impacto ambiental possível. A especificação de materiais industriais leves, duráveis e de baixa produção de resíduos permitiu uma obra seca e rápida. A opção pela estrutura com madeira laminada colada — MLC — pré-fabricado leve de origem renovável — reduz o peso sobre as fundações e a geração resíduos de difícil reciclagem, além de garantir controle e agilidade ao processo construtivo.

O programa de atividades foi organizado em três pavimentos para que o edifício pudesse ser construído na clareira já existente no terreno, evitando, assim, o desmatamento de árvores. O nível térreo contém os programas de caráter mais público e de atendimento das comunidades. No primeiro pavimento, por sua vez, estão os principais ambientes de trabalho dos servidores. Já o último piso é uma área de apoio técnico e também uma área de uso livre: um espaço aberto que pode receber atividades e usos diversos, funcionando como um mirante na altura da copa das árvores. A circulação se dá em uma rua interna avarandada, contendo escada, elevador e passarelas, com largura generosa para acomodar os diversos fluxos e encontros.

Sede Administrativa Fundação Florestal — Juréia-Itatins, Peruíbe SP, 2019. 23 Sul Arquitetura
Foto Pedro Kok

O edifício se organiza em duas alas, uma de cada lado da rua interna. Na maior delas estão os ambientes principais de trabalho. Na ala menor estão as salas de reunião, as circulações verticais e os sanitários. A composição volumétrica, portanto, resulta da organização dos espaços fechados dos primeiros pavimentos, dos espaços abertos do terceiro piso e da rua interna. A exposição dos pilares, vigas e caixilharias é fundamental para a estética do conjunto, permitindo uma leitura da coordenação modular e das proporções adotadas. As circulações avarandadas protegidas pelos generosos beirais são agradáveis pontos de encontro protegidos de chuva e insolação excessiva.

Visando a adaptabilidade da edificação, a minimização de desperdícios em obra, o aumento do controle e a agilidade na construção, os ambientes obedecem a uma rigorosa modulação. Foram utilizadas divisórias modulares em sistema autoportante com MDF tratado, caixilhos padronizados em pinus autoclavado com policarbonato alveolar de quatro alvéolos, telhas termoacústicas e assoalhos de painel wall. Em necessidades futuras de reorganização de ambientes, as paredes em sistema autoportante de MDF tratado podem ser realocadas sem impacto na estrutura portante da edificação.

Sede Administrativa Fundação Florestal — Juréia-Itatins, Peruíbe SP, 2019. 23 Sul Arquitetura
Foto Pedro Kok

A principal inovação do projeto foi o uso integral de soluções de madeira industrializada — MLC para todos os componentes estruturais principais (exceto fundações) e estruturas secundárias (caixilhos, escadas e vigamentos secundários). Este foi um dos primeiros edifícios brasileiros de uso público a ser construído integralmente com esta técnica, além de ser um dos primeiros com três pavimentos. Para os acabamentos foram adotados materiais leves e de produção industrializada, priorizando métodos construtivos racionalizados e padronizados. Como consequência disso, é reduzida a produção de resíduos da obra e o tempo de trabalho no sítio. O resultado estético da arquitetura valoriza estes detalhes de encontros dos diversos sistemas e revela na leitura das técnicas e do processo construtivo um de seus grandes interesses.

As fachadas com policarbonato alveolar permitem a entrada de luz natural filtrada, de modo a evitar o ofuscamento. Além disso, as fachadas laterais são dotadas de caixilhos com duas faixas horizontais centrais fechadas com vidro em toda sua extensão, o que proporciona aos ambientes, além da entrada de luz natural, uma vista agradável do entorno de mata atlântica. Todas as fachadas são protegidas de insolação direta pelos grandes beirais da cobertura e pela vegetação densa do entorno. Portanto, o projeto permite a iluminação natural filtrada estrategicamente e a consequente redução significativa do uso de iluminação artificial no período diurno.

Sede Administrativa Fundação Florestal — Juréia-Itatins, Peruíbe SP, 2019. 23 Sul Arquitetura
Foto Pedro Kok

A exacerbada umidade local prejudica o funcionamento e a durabilidade dos equipamentos eletrônicos. Assim, foi previsto de forma complementar o uso de condicionamento de ar nas salas administrativas. Visando contornar a questão do consumo energético demandado por estes aparelhos, foram instaladas placas fotovoltaicas na cobertura (que alimentam a sala das baterias) que suprem o sistema de ar-condicionado e proporcionam a autossuficiência energética. As soluções visam a eficiência energética aliada ao conforto ambiental, objetivando, sobretudo, a autossuficiência elétrica com os painéis fotovoltaicos, o reaproveitamento de águas pluviais, o tratamento de efluentes e o controle de resíduos.

Toda a edificação foi planejada de modo a prever condições ideais de sombreamento e ventilação natural dos ambientes. Para isso, foram previstas aberturas em todas as fachadas, permitindo a configuração simultânea em fachadas opostas e ventilação cruzada. Os caixilhos são protegidos pelo avanço dos beirais em todas as fachadas e podem permanecer abertos mesmo em dias de chuva. A solução com a circulação central aberta e a cobertura elevada acima do piso técnico promove o fluxo de ar facilitado e favorece a exaustão por convecção. As circulações avarandadas protegidas pelos generosos beirais são agradáveis pontos de encontro resguardados de chuva e insolação excessiva.

Além disso, o próprio programa e o objetivo do projeto visam, por si só, a recuperação socioambiental, a melhoria da infraestrutura e da capacidade de gestão dos parques e unidades de conservação. Dessa forma, a edificação em si e sua obra limpa são referências de sustentabilidade.

Sede Administrativa Fundação Florestal — Juréia-Itatins, Peruíbe SP, 2019. 23 Sul Arquitetura
Foto Pedro Kok

O novo edifício substituiu a construção existente de dois pavimentos que já era utilizada pelo corpo técnico e se encontrava em situação precária de conservação. Com tal demolição, a construção nova foi pensada para ocupar exatamente a mesma clareira na mata existente, evitando qualquer impacto na vegetação do entorno.

O edifício foi implantado elevado em relação ao nível natural do terreno e permite a passagem da água de chuva e da fauna local sob a edificação. A aplicação do policarbonato pode ser destacada ao evitar o choque de aves, que é bastante comum na região quando se faz o uso de vidros. Além disso, o paisagismo usa exclusivamente espécies na­tivas adequadas a cada ecossistema, assim como recompõe trechos da vegetação nativa. Dessa forma, a edificação se insere no local de forma integrada com a natureza, tanto no cuidado com a preservação do entorno existente quanto na organização espacial e das visuais a partir dos espaços de circulação e permanência.

Sob o ponto de vista social e urbanístico, a construção cria espaços públicos nos acessos à edificação, assim como áreas de convivência internas para uso das comunidades. O prédio, portanto, passa a ser um ponto de apoio na manutenção das reservas e parques florestais, e também uma referência de equipamento sustentável. Funciona como espaço de encontro e de reflexão para as comunidades que habitam historicamente as reservas, de modo a contribuir decisivamente no exercício da função social das unidades.

Em suma, a própria construção se apresenta como uma instituição de referência social e de sustentabilidade. O prédio simboliza os valores e a responsabilidade social que caracterizam o Mucji e o programa da Fundação.

Sede Administrativa Fundação Florestal — Juréia-Itatins, Peruíbe SP, 2019. 23 Sul Arquitetura
Foto Pedro Kok

ficha técnica

projeto
Sede Administrativa Fundação Florestal — Juréia-Itatins

local
Peruíbe SP

área
588m²

ano
2019

arquitetura
Arquitetos Gabriel Manzi Frayze Pereira, Ivo Magaldi, Luís Pompeo, Luiz Ricardo Florence, Moreno Zaidan, Tiago Oakley, André Sant’anna da Silva, Lucas Girard, Leonardo Klis, Anelise Bertolini Guarnieri e João Miguel Alves de Moura e Silva (autores) / 23 Sul Arquitetura

cliente
Fundação Florestal — Governo do Estado de São Paulo

estrutura madeira
Carpinteria / Rewood

estrutura concreto
GDPE

instalações
Ramoska & Castellani / Jovic

paisagismo
Oficina 2mais

fotos
Pedro Kok

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