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NOGUEIRA, Marcia. Águas urbanas: experiências para a regeneração ambiental de cidades. Resenhas Online, São Paulo, ano 08, n. 090.04, Vitruvius, jun. 2009 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/resenhasonline/08.090/3033>.


O livro Águas urbanas: uma contribuição para a regeneração ambiental como campo disciplinar integrado é uma conseqüência natural do bem sucedido I Seminário Nacional sobre Regeneração Ambiental de Cidades, realizado na cidade do Rio de Janeiro em dezembro de 2005.

Sua edição chega a nós coroada de muitas emoções. A primeira aconteceu em junho de 2005, com a realização da Oficina Projeto Orla-Ilha do Fundão, pelo grupo que já vinha desde o início do ano trabalhando na organização do Seminário. Nesta Oficina foi adotada a metodologia utilizada no Programa de Gerenciamento Costeiro do Ministério de Meio Ambiente, com a inovação de sua aplicação em contexto territorial urbano. Depois de quatro dias de trabalho, chegou-se à definição da faixa de proteção marginal para toda a extensão da orla da Ilha, o que se constituiu no marco para o projeto do Parque da Orla da Ilha do Fundão. Essa experiência inovadora foi um dos tópicos de reflexão no Seminário e está retratada no último artigo deste livro.

Ao longo dos meses que se seguiram, depois de muitos debates conceituais e operacionais por parte da equipe organizadora, produção gráfica, contatos com palestrantes e comunicadores para confirmação do atendimento ao regulamento do Seminário, finalmente em dezembro concretizou-se o Seminário nos salões do Fórum de Ciência e Cultura da UFRJ, campus da Praia Vermelha. Era geral a satisfação ao se confirmar o alto nível técnico do Seminário e a competência da organização, que inclusive garantiu a todos os inscritos, a entrega dos Anais e do CD contendo a síntese dos trabalhos dos palestrantes e debatedores das mesas-redondas, acrescidos das comunicações debatidas nas sessões técnicas e das apresentadas nas sessões de comunicação oral. Só restava comemorar a vitória de um grupo de abnegados que, com parcos recursos financeiros e muito trabalho, conseguiu realizar evento tão significativo para o meio acadêmico e para a comunidade científica, o que também foi feito com muita vibração.

E agora, em setembro de 2008, o coroamento final! Foram quase três anos de exaustivo trabalho de tradução, revisão de textos, catalogação, captação de recursos, para que o livro ficasse pronto. Se para a Comissão Organizadora do Seminário, a edição deste livro foi um clímax, para os organizadores do livro significou transformar um sonho em realidade.

O Seminário, que teve como tema central a reabilitação de ambientes urbanos situados às margens e nos raios de influência de corpos d'água, marítimos e fluviais, incluindo orlas, baías, praias, lagoas, rios e canais, reuniu significativas experiências contemporâneas através de depoimentos e reflexões, às vezes referentes à pesquisa acadêmica, outras vezes relacionados à prática profissional e à gestão urbana. Tendo em vista seu caráter multidisciplinar e sua abrangência, contou com a contribuição de profissionais de renome nacional ligados à regeneração ambiental de cidades e que atuam em campos distintos, incluindo-se entre eles os das ciências humanas, naturais e da saúde.

A partir do foco das águas urbanas, o Seminário se estruturou em três eixos distintos e ao mesmo tempo complementares, sistematizados nas seguintes temáticas: Regeneração de Elementos Naturais, Participação e Capacitação de Comunidades Locais e Reabilitação de Ambientes Construídos.

A relevância dos temas tratados, a qualidade e os resultados das experiências e depoimentos apresentados, justificaram o empenho dos organizadores para a edição deste livro, que foi organizado na mesma linha estrutural adotada no Seminário, ou seja, dividido em três partes com artigos que correspondem às conferências, palestras e alguns trabalhos selecionados pelo comitê científico, de acordo com cada temática.

A primeira parte, relativa ao tema Regeneração de elementos naturais, contem as conferências de Aziz Ab’Saber (FFLCH/USP) – reunindo metodologias e estratégias aplicáveis ao estudo das paisagens brasileiras e referindo-se sempre à importância da aplicação do conhecimento integrado gerado por estudos interdisciplinares, como preconizado no Seminário; Sílvio Soares Macedo (FAU/USP) – com instigante análise do processo de ocupação do litoral brasileiro, destacando os padrões urbanísticos e paisagísticos mais recentes; Ana Luiza Coelho Netto (GEOHECO/UFRJ) – propondo um novo modelo urbanístico que foque sua atenção sobre a zona de vizinhança imediata à floresta, estabelecendo uma faixa de amortecimento dos impactos diretos sobre o ecossistema florestal. Entre as palestras proferidas nas mesas de discussão deste tema, estão no livro os trabalhos de: Antônio Carlos Robert Moraes (FFLCH/USP) – defendendo a idéia de que a organização da base político-institucional para a gestão sustentável das cidades seja um começo para a reestruturação do sistema de planejamento no Brasil; Maria Cláudia Barbosa (COOPE/UFRJ) – discutindo as alternativas técnicas disponíveis para disposição de rejeitos de dragagem de corpos hídricos assoreados em áreas urbanas, tendo como estudo de caso o Canal da Ilha do Fundão; Yuri Tavares Rocha (FFLCH/USP) – preconizando a importância da compreensão das funções da vegetação nas cidades e das formas com que se apresenta como essencial para o planejamento e a gestão urbana; Luis Mauro Sampaio Magalhães (UFRRJ) – destacando a importância dos ecossistemas florestais nas cidades e suas técnicas de manejo, considerando a inserção na paisagem urbana e sua estrutura interna; e equipe de professores de pós graduação do PUC-Rio, Rita de Cássia Montezuma, Luiz Felipe Rego e Adriana Filgueira Leite – trazendo uma proposta integradora Universidade-Comunidade por eles aplicada na avaliação ambiental sobre a ocupação humana na bacia do Rio das Pedras e Rio Negro, na cidade do Rio de Janeiro.

A segunda parte, relativa ao tema Participação e capacitação de comunidades locais contém a conferência de Kenneth Tamminga (The Pennsylvania State University, USA) – trazendo três projetos (Don River e Rouge Park em Toronto e Nine Mile Run em Pittsburg) pioneiros na promoção da restauração do patrimônio verde e da integridade ecológica urbana, tendo sido primordiais para estimular mudanças de paradigma no campo da literatura sobre ecologia urbana e regional. Entre os palestrantes que discutiram esse tema nas mesas-redondas, estão no livro os trabalhos de: Jean Paul Gazeau (IFU-Paris VIII) – informando sobre uma experiência inédita na França de ensino com participação comunitária; Jonathas Magalhães Pereira da Silva (FAU/USP) – apresentando o trabalho que coordenou de consultoria a onze municípios do Espírito Santo, situados em sua maioria na Grande Vitória, para o desenvolvimento de Planos Diretores, contando com representantes da sociedade organizada, do poder executivo e do poder legislativo de cada município; Mônica Bahia Schlee (PCRJ), Darcílio Fernandes Baptista (Fiocruz) e Kenneth Tamminga (The Pennsylvania State University, USA) – introduzindo valiosa metodologia a ser usada como ferramenta para o diagnóstico participativo das condições ambientais e paisagísticas em bacias hidrográficas urbanas; Ricardo Almeida Voivodic (Ibam) – trazendo sua experiência de implementação do Projeto Orla, vinculado ao Ministério do Meio Ambiente e Ministério do Planejamento, nos municípios situados na zona costeira brasileira, destacando as conseqüências dos conflitos de competência institucional nas três esferas de poder; e Jorge Baptista Azevedo (UFF) – propondo um processo de reeducação ambiental que possa repensar as atuais e futuras relações com as águas, revendo antigos paradigmas, tendo em vista as múltiplas e complexas implicações do elemento água para os significados de nossas arquiteturas, urbanismos e modos de vida.

A terceira parte, relativa ao tema Reabilitação de ambientes construídos contem a conferência de Fernando Chacel (CAP-RJ) – apresentando proposta paisagística ambiental para a APA de Marapendi, defendendo-a como pólo internacional de ecoturismo da cidade do Rio de Janeiro. Entre os participantes das mesas redondas deste tema, estão no livro os trabalhos de: Cêça Guimarães (Proarq/UFRJ ) – avaliando as condições que contribuiram para o significado e a importância da preservação das águas urbanas, analisa algumas formas sob as quais o Iphan identificou e protegeu certos exemplos de bens que poderiam ser classificados nessa categoria; Carlos Terra (EBA/FRJ) – analisando as conseqüências da implantação do programa de embelezamento da cidade do Rio de Janeiro no século XIX, toma como estudo caso o Canal do Mangue; Rogério Ribeiro de Oliveira (PUC-Rio) –discutindo as relações da cidade do Rio de Janeiro com a Mata Atlântica e o abastecimento de água sob o enfoque da História Ambiental; Rubens de Andrade (EBA/UFRJ) e Flávia Teixeira Braga (EBA/UFRJ) – debatendo a relação entre a lógica conceptiva e o modus operandi nas intervenções paisagísticas em áreas privadas da Barra da Tijuca; Rosa Grena Kliass (ABAP) – apresentando seu projeto para o Mangal das Garças, parque urbano em Belém (PA), que requalificou uma área degradada às margens do Rio Guamá; Eduardo Barra (ABAP) – trazendo uma experiência prática decorrente da aplicação de medidas compensatórias pela inundação de parte do município de Salto da Divisa, às margens do Rio Jequitinhonha, para formação do reservatório da usina hidroelétrica Itapebi; Vera Regina Tangari (FAU/UFRJ), Maria Ângela Dias (FAU/UFRJ) e Flávia Amorim (FAU/UFRJ) – apresentando a aplicação do Projeto Orla na Ilha do Fundão, conforme referido no início deste texto.

Trabalhos de tal envergadura não poderiam ficar restritos ao âmbito do Seminário. Era necessário que seu produto fosse divulgado.

Se o Seminário foi “um marco de articulação das pessoas que tratam do tema águas urbanas, com os enfoques mais diversos, demonstrando a importância e premência de nos unirmos para construção de um processo nacional”, esse livro contribui para registrar as reflexões de especialistas de campos disciplinares diversos sobre o tema Águas Urbanas.

O nosso muito obrigado portanto a Vera Regina Tângari, Mônica Bahia Schlee, Rubens Andrade e Maria Ângela Dias pelo primoroso trabalho do qual resultou este livro.

sobre o autor

Marcia Nogueira Batista, arquiteta paisagista, nos anos 1970 trabalhou no Departamento de Parques e Jardins de Brasília, nos anos 1980 dirigiu a Superintendência de Parques e Jardins de Salvador. Nos anos 1990 e 2000, vem trabalhando como consultora em meio ambiente e paisagismo no Rio de Janeiro. É coordenadora do Núcleo Rio da ABAP

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