Em um mundo cada vez mais complexo os desafios do designer são cada vez mais profundos. Neste livro, Rafael Cardoso atualiza a discussão em torno do papel do design na sociedade, revendo noções básicas como forma, função e significado, demonstrando como nossa relação com as coisas é definida pela mutabilidade. Ao enfrentar os dilemas colocados pela contemporaneidade, este livro é uma poderosa ferramenta teórica, elaborada de maneira clara tanto ao leigo quanto ao estudioso.
Design para um mundo complexo atualiza a discussão proposta por Design para o mundo real, publicado há quarenta anos, em 1971. Seu autor, o designer norte-americano Victor Papanek, alertava para a perda de sentido do design de matriz modernista crescente e perversamente estetizado em face de um mundo assolado pela miséria, violência e degradação, e conclamava os designers a saírem de seu universo autoreferente para projetarem soluções para o mundo real.
Constatando que os problemas apontados por Papanek tornaram-se ainda mais profundos, Rafael Cardoso procurou realizar ao mesmo tempo .uma homenagem e uma revisão crítica. à publicação original, aprofundando o ataque à noção modernista de função e atualizando o .mundo real. de então, cuja materialidade passou definitivamente a ser envolvida e permeada por uma camada de informação e imaterialidade.
Segundo Cardoso, para que o design possa ter qualquer efetividade sobre esta realidade, precisará necessariamente considerar sua complexidade, entendida como .um sistema composto de muitos elementos, camadas e estruturas, cujas inter-relações condicionam e redefinem continuamente o funcionamento do todo..
Se muitos autores se contentam em exaltar a busca pela simplicidade como forma de ser do design (afinal de contas, .o design nasceu com o firme propósito de por ordem na bagunça do mundo industrial.), são efetivamente poucos os que se dispõem a enfrentar os desconcertantes dilemas colocados pela complexidade das aparências, das formas e dos significados.
sobre o autor
André Stolarski é designer formado em arquitetura pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo. Dirigiu o departamento de design e museografia do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro de 1998 a 2000. É sócio-diretor da Tecnopop, onde desenvolve diversos projetos nas áreas editorial, expositiva e de identidade visual. Concebeu e desenvolveu o volume Depoimentos sobre o design visual brasileiro: Alexandre Wollner e a formação do design moderno no Brasil e adaptou para o português o livro Elementos do estilo tipográfico, do poeta, ensaísta e tipógrafo canadense Robert Bringhurst, ambos editados pela Cosac Naify em 2005.