Ainda que este livro não possa ser descrito como um panorama exaustivo do uso do concreto armado no Brasil e na América Latina, sua abrangência é considerável. Alguns textos tratam de figuras exponenciais da arquitetura moderna brasileira no seu período áureo (Lúcio Costa, Rino Levi, Reidy), e de alguns dos seus seguidores no plano nacional (Lina Bo Bardi, Paulo Mendes da Rocha) e local (a obra de Fayet, Araújo e Moojen), em análises que se concentram em aspectos específicos dessas obras tão importantes.
Outros textos abordam questões mais teóricas, confrontando usos mais sistemáticos do concreto armado com a forma livre característica da arquitetura de Oscar Niemeyer, ou confrontando os sentidos em que Le Corbusier e Lúcio Costa empregaram um elemento tão ligado à arquitetura moderna como o pilotis. Os modos de produção do concreto armado brasileiro – in loco versus pré-fabricação – também passam por análise detalhada.
O uso histórico desse material tão importante, aqui representado por exemplo porto-alegrense do início do século 20, e sua relação com intervenções no patrimônio histórico também são objetos de abordagem cuidadosa.
O ciclo se fecha com a ampliação do campo de investigação para incluir exemplos destacados da arquitetura moderna argentina e uruguaia e de mais além, apresentando algo do que foi feito nas colônias portuguesas na África.
Por tudo o que contém, este volume constitui um importante documento para quem se interessar em estudar o material e as técnicas que talvez sejam as mais características da arquitetura moderna brasileira.
nota
NE
Texto publicado na quarta capa do livro.
sobre o autor
Edson da Cunha Mahfuz é arquiteto e professor titular da Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal do Rio Grande do Sul – FA/UFRGS.



![ICC, maquete. Oscar Niemeyer, 1962<br />Foto divulgação [Módulo, mar. 1963, p. 35]](https://vitruvius.com.br/media/images/magazines/grid_9/6f3c3c46e371_concreto_edson_mahfuz01.jpg)
![ICC, esquema de colocação das vigas. 1. vigas de cobertura; 2. pilares pré-moldados; 3. vigas para apoio das vigas de cobertura. Oscar Niemeyer, 1962<br />Desenho de Oscar Kneipp [UnB, 2000]](https://vitruvius.com.br/media/images/magazines/grid_9/54ec83951b9f_concreto_edson_mahfuz02.jpg)


![Refinaria Alberto Pasqualini, restaurante. Carlos M. Fayet, Cláudio L. G. Araújo, Moacyr Moojen Marques e Miguel A. Pereira, 1962-68<br />Foto divulgação [Acervo Fayet, Araújo & Moojen]](https://vitruvius.com.br/media/images/magazines/grid_9/adc2a7383774_concreto_edson_mahfuz05.jpg)
![Refinaria Alberto Pasqualini, portaria. Carlos M. Fayet, Cláudio L. G. Araújo, Moacyr Moojen Marques e Miguel A. Pereira, 1962-68<br />Foto divulgação [Acervo Fayet, Araújo & Moojen]](https://vitruvius.com.br/media/images/magazines/grid_9/1bbce9aafa6a_concreto_edson_mahfuz06.jpg)
![Refinaria Alberto Pasqualini, montagem de pré-moldados e oficinas. Fayet, Araújo, Moojen e Pereira, 1962<br />Foto divulgação [Acervo Fayet, Araújo & Moojen]](https://vitruvius.com.br/media/images/magazines/grid_9/e73801e6c5b3_concreto_edson_mahfuz07.jpg)

