Ainda que este livro não possa ser descrito como um panorama exaustivo do uso do concreto armado no Brasil e na América Latina, sua abrangência é considerável. Alguns textos tratam de figuras exponenciais da arquitetura moderna brasileira no seu período áureo (Lúcio Costa, Rino Levi, Reidy), e de alguns dos seus seguidores no plano nacional (Lina Bo Bardi, Paulo Mendes da Rocha) e local (a obra de Fayet, Araújo e Moojen), em análises que se concentram em aspectos específicos dessas obras tão importantes.
Outros textos abordam questões mais teóricas, confrontando usos mais sistemáticos do concreto armado com a forma livre característica da arquitetura de Oscar Niemeyer, ou confrontando os sentidos em que Le Corbusier e Lúcio Costa empregaram um elemento tão ligado à arquitetura moderna como o pilotis. Os modos de produção do concreto armado brasileiro – in loco versus pré-fabricação – também passam por análise detalhada.
O uso histórico desse material tão importante, aqui representado por exemplo porto-alegrense do início do século 20, e sua relação com intervenções no patrimônio histórico também são objetos de abordagem cuidadosa.
O ciclo se fecha com a ampliação do campo de investigação para incluir exemplos destacados da arquitetura moderna argentina e uruguaia e de mais além, apresentando algo do que foi feito nas colônias portuguesas na África.
Por tudo o que contém, este volume constitui um importante documento para quem se interessar em estudar o material e as técnicas que talvez sejam as mais características da arquitetura moderna brasileira.
nota
NE
Texto publicado na quarta capa do livro.
sobre o autor
Edson da Cunha Mahfuz é arquiteto e professor titular da Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal do Rio Grande do Sul – FA/UFRGS.