O patrimônio arquitetônico é fotográfico. Ao menos é esta a concepção brasileira que se formulou a partir dos anos 1930, através do Iphan de Rodrigo Melo Franco de Andrade, Mário de Andrade, Lúcio Costa e tantos outros. O pretenso estado original do patrimônio nacional, implementado pela política cultural do Ministro Capanema, se valeu da fotografia como documento intrínseco. Até então, a Inspetoria de Monumentos Nacionais, capitaneada pelo Museu Histórico Nacional, se valia de pinturas para representar os monumentos da nação. Com a criação do Iphan, a fotografia é alçada ao patamar de documento essencial aos processos de tombamento, estabelecendo uma mudança radical no regime de visualidade da cultura nacional. Não por menos, é este um dos debates que dominam as cartas trocadas entre Rodrigo Melo Franco de Andrade e Mário de Andrade, nos primeiros anos de atividades do Iphan (1).
A ligação entre a fotografia e o patrimônio se estabeleceu de tal maneira enraizada que, muitas vezes, não se sabe ao certo se o bem tombado pelos órgãos do patrimônio é a arquitetura – em sua materialidade – ou a imagem da arquitetura preservada pela fotografia. Os limites são tênues e difusos. Num exemplo recente, a reconstrução da cidade de São Luiz do Paraitinga, assolada por uma enchente no ano de 2011, foi feita, em grande parte, através de velhas fotografias. Esta prática não se limitou ao Iphan, mas representa uma concepção do patrimônio ou uma metodologia de trabalho, onde se atribui à fotografia um valor de prova, de registro irrefutável das características plásticas e visuais da arquitetura. Muitas vezes, a imagem preservada pela fotografia ocupa o lugar de monumento. Não por menos, as casas bandeiristas restauradas pelo Condephaat preservam uma visualidade inabalável e consagrada por velhas fotografias, ao mesmo tempo em que escondem sob suas paredes caiadas vigas e pilares de concreto (2). Tudo para que a fotografia funcione como prova irrefutável de uma saúde plástica inabalável.
O visível e o invisível na arquitetura brasileira não é, portanto, um livro despretensioso sobre o patrimônio. Ao trazer um texto do historiador da arquitetura e professor titular da FAU USP José Tavares Correia de Lira ao lado de um ensaio fotográfico de Leonardo Finotti, um dos mais importantes fotógrafos brasileiros de arquitetura da atualidade, este livro nasce como uma manifestação contundente e também natural ao seu propósito. A relação que se estabelece entre texto e fotografia dá voz ao funcionamento das instituições dedicadas à preservação, revelando que esta ainda é uma estrutura indispensável aos debates patrimoniais no Brasil. A sua publicação é muito bem vinda. Contribui para que se aprofunde a reflexão em torno das tipologias documentais associadas ao patrimônio, com particular atenção à fotografia. E vale ainda destacar que se trata de uma contribuição ligada ao patrimônio moderno da arquitetura, que, apesar dos sensíveis avanços das últimas décadas, como a realização do Docomomo (3), ainda carece de aprofundamentos e investigações.
Se a estrutura do livro está afinada com as políticas e as estratégias de preservação no Brasil, é preciso identificar qual a medida e qual a efetividade dos discursos apresentados. Ainda que se exponha uma estrutura consagrada e compatível com a lógica dos debates em torno do patrimônio, é preciso identificar quais os avanços e limites da publicação, destacando-se a real contribuição de seu texto, fotografias e também da edição. Tal distinção se faz necessária, pois é possível identificar na própria estrutura apresentada pelo livro uma segmentação, assim como a própria edição traz consigo aspectos relevantes para se pensar a preservação.
Texto
A reflexão desenvolvida por José Lira faz um balanço conciso e, ao mesmo tempo, elaborado de uma grande variedade de eventos, manifestações, debates e projetos. De formato não convencional para um livro com tais características, o longo texto apresentado é prazeroso pela capacidade de mobilizar temas e debates, assim como pela destreza do autor em percorrer de maneira hábil e deleitosa a fabricação histórica da arquitetura brasileira. Trata-se de um texto fácil ao leitor e, ao mesmo tempo, erudito em seu conteúdo.
O texto abre com uma reflexão cuidadosa sobre o lugar da imagem fotográfica na construção de uma memória visual da arquitetura e seu patrimônio, destacando que foi este um dos suportes privilegiados para a sua organização. O texto é claro ao salientar a importância atribuída à fotografia, dando sentido ao projeto apresentado em O visível e o invisível na arquitetura brasileira. Ao que se segue, o autor expõe alguns dos principais pontos da recepção internacional, sublinhando os agentes mobilizadores e as soluções arquitetônicas. Tais formulações são tomadas como pontos centrais na narrativa, construindo sentidos para a compreensão da arquitetura brasileira, entre as contribuições de estrangeiros, a formulação da escola carioca, seus desdobramentos por todo território nacional e suas dissonantes manifestações. José Lira deixa claro que a arquitetura moderna no Brasil não se resume a manifestações puras e cristalinas, como a historiografia canônica buscou fundamentar, ancorada nos processo de patrimonialização de certos bens arquitetônicos, onde a fotografia desempenhou um papel fundamental. Trata-se, no entanto, de um conjunto plural, híbrido e miscigenado, como apresentado pelo autor.
É também de se destacar que Lira não se limita aos projetos destacados pelo ensaio fotográfico, mas os toma como ponto de partida. Este é ponto essencial da qualidade do texto apresentado, deixando claro que não se trata de uma ode a determinados projetos e arquitetos canônicos, mas sim de meio através do qual o historiador mobiliza toda uma reflexão intelectual. É portanto notável que o texto apresentado traga um debate essencialmente contemporâneo à história da arquitetura e fundamentalmente ligado ao movimento de revisão historiográfica iniciado nos anos 1980 (4). Esta é talvez uma das características de maior latência ao olhar atento do leitor.
José Lira deixa claro que o reconhecimento do contexto sociocultural e, por que não, político inerentes à realização dos projetos arquitetônicos é fator determinante para o entendimento do que se esconde e se revela através de uma arquitetura. O autor não apenas revisita passagens significativas da história, mas as interpela lançando novas interpretações e revisões inerentes ao processo de reavaliação da historiografia da arquitetura brasileira. Isso equivale a dizer que a leitura dos bens apresentados é renovada, contribuindo sensivelmente para a formulação de sentidos em torno de um patrimônio que é cultural.
Edifício por edifício, José Lira apresenta não apenas os seus traços tectônicos particulares, mas os usa como evidência para a reflexão historiográfica, em distintos planos e enquadramentos. O Pavilhão de Verificação de Óbitos de Luiz Nunes, por exemplo, não é apenas o resultado de uma expressão plástica ou formal elaborada a partir do purismo dos cinco pontos da arquitetura de Le Corbusier, que bem se adaptaram à política cultural do Ministro Capanema. É também, como relatado pelo autor, a expressão de “como a montagem de um espaço político e institucional de atuação do arquiteto aliou-se a uma pesquisa construtiva e projetual altamente ambiciosas...” (p. 30). A arquitetura não é, portanto, apenas matéria expressa a partir de linguagens ou resoluções formais, o que por si só já renderia uma boa reflexão. A arquitetura é uma evidência dos debates intelectuais e suas formulações teóricas, das forças políticas e culturais, assim como o resultado dos esforços e desafios da profissão de arquiteto no país, tão cheia de contradições. Não por menos, a reflexão em torno da Vila Serra do Navio, de autoria de Oswaldo Bratke, é menor em relação aos outros projetos. Tal característica se dá não por um suposto valor diminuto do projeto frente à história da arquitetura, mas por ser tema pouco enfrentado pelos historiadores, na elevada complexidade colocada por José Lira (5).
O texto é, portanto, primoroso e bem evidencia os esforços contemporâneos dos historiadores da arquitetura. Empenho que é coletivo, mas que tem em historiadores como José Tavares Correia de Lira um manifesto singular. Neste sentido, para além de sua narrativa, o texto indica um contexto ainda maior, com significativos avanços nas pesquisas e atividades acadêmicas e também nos pareceres de tombamento. Trata-se, portanto, de uma manifestação contundente das atuais contribuições da história da arquitetura, com profundos desdobramentos para o patrimônio brasileiro.
Fotografias
O Catálogo da exposição Latin America in Construction: Architecture 1955-1980 (6), organizada pelo MoMA, abre com uma sequência de 12 fotografias de Leonardo Finotti. A exposição realizada em 2015 foi um evento de singular importância para a arquitetura latino-americana, comparável com as exposições Latin American Architecture since 1945 e Brazil Builds: Architecture New and Old, organizadas respectivamente pelo MoMA em 1955 e 1943. Isto não é pouco. A presença das fotografias de Leonardo Finotti na exposição do MoMA dá o tom da maturidade do trabalho do fotógrafo, do reconhecimento que obteve por parte da crítica especializada e da projeção por ele alcançada nos últimos dez anos.
Grande parte do reconhecimento do trabalho de Leonardo Finotti pode ser atribuído à projeção que obteve com o projeto que desenvolveu para o centenário de nascimento do arquiteto Oscar Niemeyer. O fotógrafo já realizava trabalhos para escritórios de arquitetura, especialmente na Europa, assim como já havia publicado de maneira expressiva em revistas internacionais de grande relevância como: Domus; Arquitectura Viva; Summa+; Wallpaper; e JA (7). Trata-se, portanto, de um fotógrafo que publica e muito, ainda que possa ser reconhecido dentro de uma geração que deve à circulação promovida pela internet. 100 photos 100 works 100 years, realizada em 2008 no Museu da Electricidade em Lisboa, foi, no entanto, o ponto de giro da trajetória do fotógrafo. Outros trabalhos contribuíram para este reconhecimento, como as fotografias das obras de Roberto Burle Marx, para a exposição na Cité de L’Architecture et du Patrimoine em Paris em 2011, mas foi a repercussão de seu trabalho através da exposição de fotografias das obras de Oscar Niemeyer que deu a ver a qualidade meticulosa da sua produção.
O discurso visual apresentado por Leonardo Finotti é altamente preciso e rigoroso. Trata-se de uma linguagem irremediavelmente tensa, na medida em que dá voz de forma contundente a um narrativa qualificada e enviesada para com a plasticidade e o formalismo da arquitetura. Linhas, volumes e planos são tratados de maneira primorosa, incorporando consagrados discursos da arquitetura moderna, como em “L'architecture est le jeu savant, correct et magnifique des volumes assemblés sous la lumière”, de Le Corbusier (8). Essa sedução pelo discurso formal ganha sentido em diversas fotografias, como na inusitada fotografia do piloti do Pavilhão de Verificação de Óbitos de Luiz Nunes (p. 121) ou na em que retrata o pilar da residência de Walter Moreira Salles, projetada pelo arquiteto Olavo Redig de Campos (p.166). Em ambos os casos, a composição abstrata se descola da arquitetura, constituindo um discurso próprio e independente e organizando um formalismo visual para a arquitetura moderna brasileira. Até mesmo nas fotografias da Vila Serra do Navio, um projeto menos plástico e mais vernáculo, Leonardo Finotti procura por composições que dão sentido a uma saúde plástica da arquitetura.
É esta a grande contribuição das fotografias de Leonardo Finotti para o patrimônio moderno. É a força abstrata das linhas modernas da arquitetura, destacadas debaixo de sombras e luzes, texturas e volumes, e delineadas de maneira aquilatada pelos mecanismos de controle de perspectiva da lente tilt and shift que dão voz ao discurso moderno. Ainda que reserve espaço para referências da iconosfera (9) da arquitetura moderna – como na fotografia da Casa de Vidro (p. 181), numa alusão explícita à fotografia de Chico Albuquerque, ou na da Casa de Baile (p. 130), que dialoga com uma fotografia de Kidder Smith para o livro Brazil Builds – sua contribuição está nestas composições organizadas com rigor.
Edição
A qualidade do material impresso em papel de gramatura compatível com um livro de arte, o que suas capas duras não deixam dúvidas, marca positivamente a publicação de O visível e o invisível na arquitetura brasileira. Ainda que certas reservas possam ser feitas, o livro é um ótimo contributo para a reflexão em torno do patrimônio moderno. E vale aqui destacar a presença da Editora DBA neste circuito, o que não tem se mostrado corriqueiro nos últimos anos para o campo da arquitetura. De forte atuação nos anos 1990, especialmente através de livros de arte e fotografia, a Editora DBA se credenciou no mercado de arte. Mas algumas ponderações são importantes para a compreensão do livro e sua relação com o patrimônio.
A narrativa visual apresentada por Leonardo Finotti é apenas uma de tantas outras possíveis em torno do patrimônio moderno. É preciso insistir neste alerta ao desatento leitor, pois, caso contrário, o debate empreendido por José Tavares Correia de Lira, alçado a contrapelo à história do discurso único, perderia o seu sentido. O esforço historiográfico que se iniciou nos anos 1980, tão providente para a renovação das reflexões no Brasil, aparece subjugado frente ao discurso ajuizado apresentado pelas fotografias de Leonardo Finotti. Reside ai uma contradição delineada entre o texto primoroso e as lapidadas fotografias. É preciso dizer: a narrativa do pensamento único também não cabe mais à fotografia de arquitetura. E este não é um problema de Leonardo Finotti, que cumpre com louvor o papel do bom e necessário fotógrafo de arquitetura. Trata-se, no entanto, de um ruído que reside na própria edição do livro.
Ao selecionar um único fotógrafo com uma produção tão característica, nota-se que a narrativa visual adquire justamente aquilo que o texto do historiador procura desconstruir. É certo que não cabe a uma única edição esta tarefa inglória de trazer uma variedade capaz de mostrar também na visualidade seus discursos dissonantes e contraditórios. No entanto, é estranha esta correlação de narrativas sem um alerta ao leitor, especialmente pela escolha da edição que optou por separar o texto das fotografias.
Vale ainda algumas ponderações que não contribuem com discurso do texto e também com o das fotografias. Não é reservada uma única fotografia ao brise-soleil do Palácio Gustavo Capanema, destacado como o tour de force da arquitetura moderna brasileira no texto de José Lira, assim como pela crítica internacional. É certo que Leonardo Finotti possui diversos registros deste tão comentado brise, mas a edição parece não ter se preocupado com tal questão. O texto primoroso de José Tavares Correia de Lira tende a perder com tal descuido. De maneira semelhante é notável que a edição, em alguns momentos, interfira no rigor da construção formal das fotografias de Leonardo Finotti. Especialmente nas páginas que apresentam fotografias sangradas, a edição acaba por prejudicar o discurso visual, como: na fotografia de abertura do Edifício Caramuru (p. 144), que tem o vértice de sua fachada cortada; ou na fotografia da Casa de Baile (p. 130), que não permite que a linha sinuosa da exuberante marquise de Oscar Niemeyer encontre o vértice da página do livro. Nota-se que, em outras fotografias apresentadas com um certo espaçamento em relação ao limite da folha de papel, estes problemas não aparecem e as composições rigorosas de Leonardo Finotti não perdem seu sentido, como se pode observar na fotografia da Casa do Baile (p. 131) ou na fotografia do MAM-RJ (p. 192), onde se preservam a composição completa do quadro fotográfico.
Não se trata, portanto, de preciosismo, mas do discurso inerente às fotografias apresentadas por Leonardo Finotti para o patrimônio moderno da arquitetura. Editar um livro de fotografias de arquitetura não é tarefa fácil, especialmente no caso do trabalho de Leonardo Finotti que demanda atenção máxima ao editor (10). André Tavares, em seu primoroso ‘Uma anatomia do livro de arquitetura’, demonstra que o bom livro de arquitetura é resultado de uma urdida formulação qualificada aos discursos da própria arquitetura (11). O diálogo próximo entre autor e editor é equação inescapável à construção de uma narrativa contundente para a arquitetura.
Ainda que traga pequenos ruídos ao longo de sua edição, O visível e o invisível na arquitetura brasileira é uma manifestação de grande relevo para os debates patrimoniais da arquitetura moderna brasileira. Sua presença no campo da arquitetura é um sinal positivo de que os livros impressos continuam a ocupar um papel significativo em nossa cultura e que estes são objetos essências à formulação de questões e à organização de debates para a cultura brasileira e, especialmente, para a cultura patrimonial da arquitetura.
sobre o autor
Eduardo Augusto Costa é arquiteto e pós-doutorando no Departamento de História do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Unicamp.
notas
1
ANDRADE, Mário de. Mário de Andrade: cartas de trabalho – correspondência com Rodrigo Mello Franco de Andrade, 1936-1945. Brasília, Secretaria do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional/Fundação Pró-Memória, 1981.
2
MAYUMI, Lia. Taipa, canela-preta e concreto. São Paulo, Romano Guerra, 2008.
3
Ver: Website Docomomo Brasil <http://docomomo.org.br>.
4
Para tanto, ver: GUERRA, Abilio (og.). Textos fundamentais sobre história da arquitetura moderna brasileira – parte 1. Coleção Bolso RG, n. 1 e n. 2. São Paulo, Romano Guerra Editora, 2010; Desígnio – Revista de História da Arquitetura e do Urbanismo, n. 11/12. São Paulo, Annablume, 2011.
5
Exceção à regra é o trabalho de Paulo Tavares: TAVARES, Paulo. ‘Modern Frontiers: Beyond Brasília, the Amazon’. In: DEL REAL, Patricio; GYGER, Helen. Latin American modern architectures: ambiguous territories. New York: Rutledge, 2013.
6
BERGDOLL, Barry; COMAS, Carlos Eduardo; LIERNUR, Jorge Francisco; DEL REAL, Patricio. Latin America in Construction: Architecture 1955-1980. Nova York, MoMA, 2015.
7
A lista de publicações é enorme e pode ser verificada no website do fotógrafo: <www.leonardofinotti.com/publications>.
8
LE CORBUSIER. Vers une Architecture. Collection de L’Esprit Nouveau. Paris, Édition Crès, 1923.
9
MENESES, Ulpiano Toledo Bezerra de. Fontes visuais, cultura visual, história visual: Balanço provisório, propostas cautelares. Revista Brasileira de História, São Paulo, v. 23, n. 45, 2003, p. 11-36.
10
A estratégia adotada por André Tavares, em Leonardo Finotti: Uma coleção de arquitetura Moderna na América Latina, ainda que de parecença conservadora, parece a mais adequada para o trabalho de Leonardo Finotti. Destaca-se ainda a qualidade do trabalho por André Tavares frente a Dafne Editora. Sem sombra de dúvidas, uma das mais importantes editoras contemporâneas de arquitetura. FINOTTI, Leonardo. Leonardo Finotti: uma coleção de arquitetura moderna na América Latina. Lisboa, Dafne, 2016.
11
TAVARES, André. Uma anatomia do livro de arquitetura. Porto/Zurich, Dafne/Canadian Center for Architecture, 2016.