Your browser is out-of-date.

In order to have a more interesting navigation, we suggest upgrading your browser, clicking in one of the following links.
All browsers are free and easy to install.

 
  • in vitruvius
    • in magazines
    • in journal
  • \/
  •  

research

magazines

reviews online ISSN 2175-6694


abstracts

português
Esse texto é o prefácio do livro Richard Neutra e o Brasil, de Fernanda Critelli, publicado em 2022 pela Romano Guerra Editora e Nhamerica Platform.

how to quote

GUERRA, Abilio. Monografias de arquitetos. Resenhas Online, São Paulo, ano 21, n. 251.01, Vitruvius, nov. 2022 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/resenhasonline/21.251/8642>.


Vida e obra entrelaçadas

Durante meu vínculo com o programa de pós-graduação da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie, onde estou desde 2005, tenho orientado diversas monografias sobre arquitetos. Restrinjo aqui o significado de monografia ao estudo de um objeto específico – no caso, as realizações de um personagem –, em geral o conjunto de obras desenvolvidas ao longo de sua atuação, ou com um recorte específico por período ou região. E, se o cenário da atuação tem sido o território nacional, não há restrição à nacionalidade do personagem, pois dentre eles temos estrangeiros que se radicaram ou atuaram no Brasil, mesmo que seja uma atuação restrita à interlocução cultural. Não se trata de uma falta de interesse pela arquitetura desenvolvida no exterior, mas a priorização do conhecimento mais aprofundado da realidade estudada e o acesso facilitado à documentação primária.

Em 2007, a dissertação de mestrado de Liana Paula Perez de Oliveira, minha segunda orientanda, recorta um tema muito específico: a transformação da antiga fábrica de tambores no centro cultural e desportivo Sesc Pompeia pela arquiteta Lina Bo Bardi (1). Lina está também presente na dissertação de Patricia Nahas, de 2009, sobre o Brasil Arquitetura, no papel de mentora dos arquitetos Marcelo Ferraz e Marcelo Suzuki, que ao lado de Francisco Fanucci estão na origem do escritório. Nahas investiga as intervenções em preexistências, desde o Sesc Pompeia, onde Ferraz foi estagiário, até a maturidade conquistada no Museu do Pão, conversão de antigo moinho na cidade gaúcha de Ilópolis (2). Ambas pesquisas contemplam uma abordagem culturalista, onde a experiência de vida e uma visão de mundo particular condicionam as escolhas dos arquitetos.

Trajetória e obra de Rodolpho Ortenblad Filho, formado na Faculdade de Arquitetura Mackenzie em 1950, constituem o objeto de interesse do mestrado de Sabrina Bom, de 2010 (3). Ortenblad, atuante nas décadas de 1950 a 1980, foi diretor da revista Acrópole de 1953 a 1955, alcança alguma notoriedade no meio profissional e acadêmico, e figura no livro sobre residências de Marlene Acayaba com sua casa, de 1957 (4). O resgate do ostracismo de figuras e obras significativas de nossa arquitetura é um dos papéis mais relevantes das pesquisas acadêmicas. Neste caso, o ambiente de formação e os primeiros anos de atuação detalhados pela autora jogam luz sobre questões essenciais do período, caso da residência unifamiliar moderna norte-americana – em especial, o modelo californiano difundido por John Entenza em sua revista Arts & Architecture – como exemplo para os arquitetos paulistas formados na década de 1950.

Figura antípoda a Ortenblad devido ao seu renome internacional, Roberto Burle Marx foi objeto de interesse nas dissertações de Marília Dorador Guimarães e Fernanda Rocha, ambas com recorte regional. A primeira, defendida em 2011, se detém nas participações de Burle Marx em obras paulistanas de autoria de Rino Levi, Marcello Fragelli, Miguel Juliano, Hans Broos e Ruy Ohtake (5). A segunda, defendida em 2015, é fruto do programa Minter da Capes, envolvendo a Universidade Mackenzie e a Universidade de Fortaleza – Unifor, e trata dos jardins projetados por Burle Marx na capital cearense em parceria com os arquitetos Acácio Gil Borsoi, Luiz Fiuza, Delberg Ponce de Leon, Fausto Nilo e os irmãos Francisco e José Nasser Hissa (6). As duas pesquisas demonstram o quanto ainda há a ser revelado sobre a atuação de nosso maior paisagista, em especial sua obra dispersa pelo Brasil e países estrangeiros.

Marcio Cotrim, em seu doutorado defendido na UPC de Barcelona em 2008, aborda a obra residencial projetada por Vilanova Artigas nas duas últimas décadas de sua vida profissional (7). A pesquisa prioriza uma discussão teórica baseada nos documentos originais e nas próprias obras, seguida de cuidadosa análise tipológica de cada residência selecionada. Segundo os orientadores, eu e Fernando Alvarez Prozorovich, Cotrim “visitou e experimentou suas casas, conversou com seus proprietários e recolheu valiosos depoimentos. Além disso, realizou um trabalho de análise metodologicamente impecável no qual se destacou o interesse pela obra e a necessidade de revelar o modus operandi do autor” (8). O doutorado de Marcio Cotrim foi minha primeira orientação no sistema de pós-graduação e o segundo trabalho acadêmico sob minha tutela a se tornar livro.

O mestrado e o doutorado de Fausto Sombra também são monográficos. O primeiro – de 2015, que trata do restauro do Sítio Santo Antônio a cargo de Luís Saia (9) – tem sua explanação organizada em duas partes: o perfil profissional do arquiteto paulista, em especial a produção prática e intelectual sobre intervenções no patrimônio material, marcada pelo convívio com Dina Lévi-Strauss, Mário de Andrade, Rodrigo Mello Franco de Andrade e Lúcio Costa, personagens de proa no estudo e defesa do patrimônio histórico nacional; e o restauro do sítio, propriedade que Mário de Andrade deixa para o Iphan em testamento. A tese de Sombra, defendida em 2020, investiga três pavilhões projetados e construídos por Sérgio Bernardes: o Pavilhão de Volta Redonda no Parque do Ibirapuera, de 1955; o Pavilhão do Brasil na Exposição Universal e Internacional de Bruxelas, de 1957-1958, e o Pavilhão da Feira da Indústria e Comércio, erguido em São Cristóvão, no Rio de Janeiro, entre 1957-1960 (10). Ambas pesquisa priorizam a documentação primária, em grande parte realizada nos acervos do Iphan (São Paulo e Rio de Janeiro) e do NPD da FAU UFRJ.

Quatro pesquisas sob minha orientação trataram de arquitetos estrangeiros que se radicaram no Brasil e aqui desenvolvem sua obra, ou parte significativa dela. O mestrado de Tiago Franco, de 2009, reconstitui a trajetória do francês Jacques Pilon em São Paulo, com um panorama de sua obra e análise mais detida de treze projetos realizados entre 1940 e 1947 (11). O doutorado de Marcelo Barbosa (12) – de 2012, o primeiro sob minha orientação a se tornar livro (13) – analisa a produção arquitetônica do alemão Franz Heep. Após início de carreira em Paris nos anos 1930, como funcionário de Le Corbusier, e da sociedade com Jean Ginsberg, Heep migra para o Brasil, onde contribui de forma efetiva no processo de verticalização de São Paulo, como funcionário de Jacques Pilon, de 1948 a 1952, e com escritório próprio, de 1952 a 1960. A terceira pesquisa é o mestrado de Mariana Puglisi, defendido em 2017, sobre três conjuntos de habitação de interesse social – Conjunto Habitacional Rincão, 1989-1992; Rio das Pedras, Vila Mara, 1989-1998; e Parque Novo Santo Amaro V, 2009-2012 –, concebidos ou desenvolvidos pelo arquiteto uruguaio Hector Vigliecca na cidade de São Paulo entre 1989 e 2016 (14). Por fim, o mestrado de Felipe Rodrigues, de 2018, estuda Aurelio Martinez Flores, arquiteto mexicano que participa dos projetos de interiores dos palácios de Brasília nos anos 1960 e se radica em São Paulo, palco de uma bem-sucedida carreira como arquiteto, arquiteto de interiores e designer (15). Os quatro trabalhos acadêmicos tratam da adaptação ao ambiente cultural brasileiro presente nas trajetórias dos estrangeiros estudados.

Deslocado em termos temáticos dos trabalhos acadêmicos que orientei, Gustavo Lassala recupera em tom biográfico a história de vida e a prática da pichação de Djan Ivson Silva (16). Como a esmagadora maioria dos pichadores, “Cripta Djan” – alcunha que lhe acompanhou até o estrelato – busca a notoriedade arriscando a própria vida ao escalar altos edifícios (17). O texto de Lassala, apoiado em conceitos desenvolvidos por Pierre Bourdieu para estudar grupos sociais, reconstitui a história do personagem revelando os vasos comunicantes que une os âmbitos individual e coletivo, as transformações do fenômeno social da pichação, a migração das matérias jornalísticas sobre o pixo das páginas policiais para os cadernos culturais, e a crescente interação dessa prática urbana com o meio artístico. Surge na trama narrativa um personagem de predicados incomuns, líder de grupos de pichadores, detentor de significativo acervo de documentos e grande conhecimento sobre a história da “pixação”, qualidades que motivam o convite feito pelos curadores Agnaldo Farias e Moacir dos Anjos para participar da 29ª Bienal de Artes de São Paulo (18).

O mestrado sobre João Filgueiras Lima, Lelé (19), e o doutorado sobre Aldary Henriques Toledo (20), ambos de André Marques, são pesquisas monográficas. A dissertação, defendida em 2012, tornou-se em 2020 o terceiro livro baseado em trabalhos acadêmicos sob minha orientação (21). No texto de apresentação comento a argumentação de Marques sob dois pontos de vista: o diálogo intertextual travado com a documentação secundária que antecede e se sucede à pesquisa em questão; e o intenso contato com o material primário disponível sobre as obras estudadas, todas elas visitadas pelo pesquisador (22). Os “diálogos” com Richard Neutra e Jean Prouvé são metáforas que expressam as estratégias bioclimáticas e técnico-construtivas de Lelé, em completa sintonia com duas vertentes fundamentais da arquitetura ocidental dos séculos 20 e 21. A tese é de 2018 e a comentaremos mais à frente.

A jaula flexível

Dentre os profissionais das chamadas “ciências humanas”, o historiador é o mais ligado ao episódico. Para ele, o ouro a ser descoberto é o fato, que será depois lapidado na forma de uma explicação. Não é uma passagem tão simples. Um objeto arquitetônico, por exemplo, é tributário de condicionantes externos e internos, pois têm importâncias iguais as circunstâncias históricas que lhe possibilitaram se materializar e a interlocução com objetos análogos, quando os preceitos, procedimentos e valores são constituídos e transmitidos.

Para reconstituir a trajetória de seu personagem, o historiador delineia o campo do possível onde ele se movimenta. Segundo o historiador Carlos Ginzburg, uma singularidade histórica tem “limites bem precisos: da cultura do próprio tempo e da própria classe não se sai a não ser para entrar no delírio e na ausência de comunicação. Assim como a língua, a cultura oferece ao indivíduo um horizonte de possibilidades latentes – uma jaula flexível e invisível dentro da qual se exercita a liberdade condicionada de cada um” (23). Além dos externos, os condicionantes internos – ou intermediários, onde se entrelaçam os âmbitos social e disciplinar (24) – são igualmente determinantes para as qualidades de uma obra. Esta, segundo entendo, é resultado de um polimento permanente de princípios formais e valores estéticos que se dá ao longo do tempo. Assim, o processo artístico que ocorre no âmbito do metiê está em contínuo processo de interação com a sociedade, dela incorporando temas, tensões, dúvidas ou angústias, que lhe são devolvidas de forma cifrada e sublimada.

Do ponto de vista prático, o historiador da arte e da arquitetura precisa desenvolver uma pesquisa que envolva os fenômenos internos e externos à disciplina na esperança de responder às questões básicas que lhe aflige: o que aconteceu e como aconteceu. “O que aconteceu” nos coloca diante do fato ontológico, que teve lugar em um espaço e em um momento específicos (25). O “como aconteceu” demanda uma interpretação, que envolve a capacidade de perceber e articular as forças individuais e coletivas que geram o fato ontológico. Compreender esses âmbitos – que são definidos por uma área específica da filosofia, a epistemologia – é essencial ao historiador.

As premissas de qualquer argumentação são – e devem ser – passíveis de verificação de sua veracidade; um fato pode e deve ser comprovado, sobre sua existência não pode restar dúvida alguma – mesmo que ela seja imaginária –, seja sobre onde se deu, seja quando ocorreu. A pesquisa bem-feita das fontes primárias assegura que a argumentação não irá desmoronar por negligência diante de datas ou situações mais corriqueiras. Por outro lado, não há como afirmar categoricamente que uma argumentação, que concatena as premissas com o objetivo de explicar “como algo aconteceu”, é verdadeira, afinal são muitas as forças atuantes, tanto no âmbito individual, como na estrutura social. Uma argumentação almeja ser aceita por um interlocutor ou pelo coletivo social por ser verossímil; mas ela sempre será passível do contradito, da dúvida, da desconfiança. Assim como a veracidade é do domínio das premissas, a verossimilhança é o limite máximo da argumentação. Esse é um dos motivos que afasta a história da ciência ou, segundo os termos de Carlos Ginzburg, a história, como parte do “grupo de disciplinas que chamamos de indiciárias (incluída a medicina) não entra absolutamente nos critérios de cientificidade deduzíveis do paradigma galileano. Trata-se, de fato, de disciplinas eminentemente qualitativas, que têm por objeto casos, situações e documentos individuais, enquanto individuais, e justamente por isso alcançam resultados que têm uma margem ineliminável de casualidade” (26).

As fontes primárias devem se comportar como segura fundação onde se erguerá o edifício da argumentação. Esta, por sua vez, deve se amparar em teorias compatíveis, que deem conta do entendimento das forças complexas que movem a sociedade. Mas há um complicador que nos afasta de uma visão positivista redutora. Se o fato histórico em si tem uma objetividade singular, o mesmo não ocorre com o documento primário onde está presente o vislumbre de sua existência. O documento está sempre imantado pelas “razões” daqueles que o produziram, assim como estes, por sua vez, exercitam a liberdade condicionada pela “jaula flexível e invisível” na qual habitam. O trabalho do historiador nesse ponto deve ser paciencioso, tentando desenredar os motivos da ação, que não são imediatamente visíveis, pois as pulsões individuais e coletivas, e os interesses de grupos, categorias ou classes sociais estão emaranhados nas várias falas que ecoam no tempo, e que foram parcialmente registradas nas linguagens disponíveis. E o historiador prudente, que se afasta de categorias demasiadamente abstratas e mantém constante seu interesse pelo episódico, vai ter na concretude das linguagens sua matéria-prima predileta. O documento – imagético ou textual – padece dessa ambiguidade: ao mesmo tempo em que atesta a existência do fato histórico, ele guarda em si as tensões e contradições de uma época.

Outro aspecto do documento precisa também ser colocado na mesa, apesar de sua obviedade. O vestígio material do passado expressa o complexo social, cultural e econômico que lhe deu forma e conteúdo. As relações entre as classes, a dinâmica da produção e apropriação de bens, o desenvolvimento tecnológico, o sistema de transmissão do conhecimento, o conjunto de valores, crenças e costumes que sedimentam o aparato ideológico – em suma, o conjunto de fenômenos que partem da materialidade da vida e fermentam a dialética histórica – devem estar à disposição do historiador para suas reconstruções. Mas ao historiador interessa muito mais extrair do materialismo dialético sua capacidade em expor a olho nu o quanto essas forças atuam no episódico, e menos seus desdobramentos teleológicos e esquemáticos.

Para escarafunchar as pulsões individuais e coletivas que impregnam uma apreciação estética, uma decisão formal ou qualquer outra manifestação do espírito, devemos supor que está também em ação o fator “demasiadamente humano”, onde ações e ideias são “respostas a pressões internas, sendo, no mínimo em parte, traduções de necessidades instintivas, manobras defensivas, antecipações ansiosas”  (27). Uma visão ampla da psicanálise freudiana, em especial de suas interpretações desenvolvidas nos textos mais históricos, culturais e antropológicos, é um suporte utilíssimo para compreender o quanto de irracional e irrefletido pode habitar decisões apresentadas com lógica irrepreensível. Como confessa Peter Gay, “os documentos estéticos acessíveis em uma sociedade – seus romances, poemas, ou pinturas – revelam, sob as lentes psicanalíticas, a maneira pela qual aquela sociedade procura resolver, ou recusa-se a reconhecer, questões que acha muito delicadas para discutir francamente” (28). Perfeita a afirmação, ainda mais se somarmos na enumeração as “arquiteturas”.

Entrando nas características dos textos monográficos sobre um personagem na área da arquitetura, sua história de vida se entrelaça com o desenvolvimento de sua obra, assim como a consolidação de sua visão de mundo se espelha no amadurecimento (ou aperfeiçoamento) de seus projetos e de suas obras construídas. Mas aqui também temos uma contaminação da história individual ou disciplinar por pressões externas. Exemplifico com trabalhos dos meus orientandos. No desenvolvimento de seu doutorado sobre Aldary Toledo, André Marques vai se apoiar nos conceitos e método analítico desenvolvidos por Pierre Bourdieu ou dele derivados, seguindo as pegadas de Gustavo Lassala no estudo do pichador. Em situação análoga à trajetória de Rodolpho Ortenblad Filho, o relativo ostracismo do arquiteto carioca encerra um período anterior de reconhecimento profissional e acadêmico. No caso de Toledo, ainda maior, pois fez parte da seleção de arquitetos modernos presente na mitológica exposição em 1943 no MoMA de Nova York, Brazil Builds, como também no catálogo que lhe seguiu (29).

Segundo Marques, baseado nos “conceitos antropológicos de Pierre Bourdieu, em seu livro O círculo privilegiado”, o historiador Garry Stevens “explica a construção cultural da arquitetura como profissão. Desmistifica a ideia de gênio criativo ao mostrar que, por trás dos indivíduos de destaque, existe uma rede social que os sustenta e da qual eles também fazem parte” (30). Se o reconhecimento obtido inicialmente por Aldary Toledo – seu “capital simbólico”, nos termos de Bourdieu – reflete sua inserção no grupo de arquitetos cariocas da primeira geração liderada por Lúcio Costa – seu “capital social” –, estes “capitais” não são suficientes para perenizar o reconhecimento do arquiteto ao longo do tempo (31). É um tema que transcende a figura específica de Toledo. O reconhecimento posterior de um arquiteto se dá em geral no âmbito da universidade e das entidades de classe, mas é necessário que periodicamente ele seja realimentado na forma de congressos, seminários, artigos e eventuais novos livros.

Richard Neutra segundo Fernanda Critelli

O meu primeiro interesse pela arquitetura norte-americana no segundo pós-guerra ocorreu durante a leitura do texto de Hugo Segawa, de 1997, que relacionava a obra de Oswaldo Bratke à arquitetura californiana (32). Após cometer o equívoco de ignorar o livro publicado em 2001 por Mônica Junqueira sobre a viagem de Miguel Forte aos Estados Unidos (33), que leria muito tempo depois, em 2002 eu publiquei um interessante artigo de Claudia Loureiro e Luiz Amorim, que tematizava a influência de Richard Neutra no Brasil (34). Nesse período, ampliei meu parco conhecimento do assunto com dois importantes trabalhos da pesquisadora Adriana Irigoyen – o mestrado (35), de 2002, que relaciona a presença do pensamento e obra de Frank Lloyd Wright no Brasil, e o excelente doutorado, de 2005, com o registro de como toda uma geração de arquitetos paulistas, egressos das faculdades de arquitetura do Mackenzie e USP, se formara com os olhos postos na América (36). Entre um e outro, participei em 2003 da banca de doutorado de Paulo Fujioka, que reiterava o interesse de arquitetos paulistas pelo mestre norte-americano (37).

Meia década depois, ao participar de três bancas, constatei que pesquisas com perspectiva similar estavam em expansão. Em 2008, os mestrados de Eduardo Ferroni (38) e Débora Foresti (39) estabeleciam vínculos entre as arquiteturas de Salvador Candia e de José Leite de Carvalho e Silva com as obras de arquitetos dos Estados Unidos, Mies van der Rohe e Frank Lloyd Wright, respectivamente. Mas ainda em 2007, na leitura da tese de Patrícia Pimenta Azevedo Ribeiro sobre a obra de Richard Neutra, constatei o quanto ainda havia a ser feito; a pesquisadora esboçava na introdução uma relação que me parecia vigorosa do arquiteto austríaco com a arquitetura brasileira, que ela acaba não desenvolvendo nos capítulos seguintes (40). Mas foi ao participar em 2008 da banca de defesa de tese da pesquisadora Luz Marie Rodríguez López, que comenta a presença de Richard Neutra em Porto Rico (41), que me senti seduzido a entender melhor sua presença no Brasil.

No início da nova década, publiquei o livro de Marcello Fragelli (42), em 2010, e tomei conhecimento dos mestrados de Valeria Ruchti e Fernanda Ciampaglia, que se detêm sobre as obras de seus pais Jacob Ruchti (43) e Galiano Ciampaglia (44), importantes arquitetos mackenzistas. Mesmo não sendo o cerne dos textos, o ponto em comum é a relação estabelecida entre as obras dos arquitetos brasileiros e a arquitetura norte-americana. Mas nesse momento já estava em curso minha primeira incursão sobre o tema, na orientação do já mencionado mestrado de Sabrina Bom Pereira sobre o Rodolpho Ortenblad Filho. Na falta de tempo e determinação necessários à empreitada de uma pesquisa de fundo, percebi que eu poderia acompanhar a ampliação e aprofundamento das pesquisas sobre o tema na condição de orientador.

É nesse período que a sorte bateu à porta. Fernanda Critelli, jovem estudante de arquitetura na FAU Mackenzie, me convidou a orientá-la na iniciação científica. Corria o ano de 2012 e o nome de Richard Neutra foi de consenso (45). Iniciamos assim uma parceria que já dura uma década. Desde então começamos a compartilhar os interesses e as descobertas, como a leitura dos livros do historiador Antonio Pedro Tota, que mesmo não tratando diretamente de arquitetura, estruturam todo um pano de fundo sobre os interesses norte-americanos no Brasil (46); ou as primeiras descobertas de pesquisa nos acervos do Masp e das famílias de Gregori Warchavchik e Henrique Mindlin. A natural relevância do meu papel no início foi diminuindo e passei a ocupar a confortável e privilegiada posição de primeiro leitor das novas e constantes descobertas que se ampliaram na pesquisa de mestrado, em especial quando Fernanda foi contemplada com bolsa da Fapesp para pesquisar a vida e a obra de Richard Neutra nas bibliotecas e nos acervos norte-americanos. A excelência do trabalho final, defendido em 2015 (47), a motivou a continuar a pesquisa no doutorado, ampliando o escopo para a América Latina e arriscando interpretações sobre a presença da arquitetura brasileira na obra do arquiteto austríaco (48).

A aprofundada pesquisa documental sobre a presença de Richard Neutra no Brasil – cartas, mensagens, fotografias, desenhos, documentos oficiais, jornais, revistas etc. –, resultante de pacienciosa investigação em acervos institucionais e pessoais, no Brasil e no exterior, contou em seu início com a generosa colaboração de Adriana Irigoyen, que nos emprestou seu rico material de pesquisa. E as muitas referências à presença da arquitetura norte-americana no Brasil, relatadas em artigos, dissertações, teses e livros, foram compiladas, permitindo um panorama mais preciso da questão. O cruzamento dessas informações possibilitou o registro das viagens de Neutra ao Brasil e à América Latina, as instituições norte-americanas e brasileiras envolvidas, os principais interlocutores, a repercussão da sua presença em nosso território e os desdobramentos nos Estados Unidos. Contudo, esse material primoroso permite responder a contento sobre “o que aconteceu”, mas não é suficiente para compreender “como aconteceu”. A interpretação final de Fernanda Critelli abarca diversos aspectos que dão inteligibilidade ao tema, em especial nos três pontos que apresento de forma sumária.

O primeiro se refere às várias visitas de Richard Neutra à América Latina. Elas são motivadas pelos interesses do governo norte-americano, que via Departamento de Estado e Office of the Coordinator of Inter-American Affairs, chefiado por Nelson Rockefeller, colocam em prática a política da boa-vizinhança com os países “ao Sul do Rio Grande”, envolvendo intelectuais e artistas dos dois hemisférios. O que a argumentação de Critelli demonstra, de forma convincente, é que o interesse pessoal de Neutra na interlocução com seus pares latinos foi mudando de chave ao longo do tempo, a ponto de ultrapassar os interesses diplomáticos e estratégicos do governo dos EUA. Para além do protocolar, surge um genuíno interesse pela arquitetura da região, em especial a brasileira, que se revela em artigos que destacam qualidades de nossa arquitetura, assim como seu convite a Roberto Burle Marx para trabalhos conjuntos.

Essa ambiguidade detectada na postura de Neutra, um dos pontos altos desse livro, se desdobra na disponibilidade de Neutra em se deixar influenciar pela arquitetura brasileira. A apresentação desta hipótese – e de sua comprovação – é o segundo momento especial da argumentação. Segundo Critelli, por se tratar de um arquiteto maior, ao incorporar elementos arquitetônicos típicos da arquitetura moderna brasileira, Neutra os reinterpreta segundo um modo particular de ver o problema. Assim, a incorporação dos brises, abóbodas, painéis artísticos e paisagismo se dá com um certo distanciamento de atributos mais característicos da brasilidade, mas sem que eles percam por completo os liames com sua origem.

Por fim, o terceiro ponto de destaque é o embate com a crítica e historiografia norte-americanas, que entendem as obras tardias de Neutra como decorrentes de um desfibramento e empobrecimento de sua arquitetura. A partir de interessante adaptação do conceito freudiano “Unheimlich”, ou o “estranho” na sua tradução mais usual para o português, Fernanda Critelli confronta Barbara Lamprecht e Thomas Hines – dois dos mais importantes estudiosos do arquiteto austríaco – apontando que aquilo que lhes parece ininteligível, ou mesmo estranho, na arquitetura tardia de Neutra, a ponto de lhe atribuir um valor menor, revela-se um recalque promovido pelos dois intelectuais das indesejáveis influências de uma arquitetura menor. A crítica que se vende isenta e preocupada exclusivamente com o objeto arquitetônico oblitera o sentimento de superioridade estético-cultural, um processo de ocultamento tão eficaz que deixa de ser visível aos próprios autores.

A apresentação desta pesquisa, a quarta que oriento a se transformar em livro, é mais uma manifestação que faço sobre o valor da investigação universitária, marcada pela dimensão coletiva da pesquisa e pela intertextualidade dos relatos finais. Mas também reitero aqui o enorme orgulho de ter participado de um labor de extremo empenho pessoal e poder manifestar em público o enorme apreço pelo texto que começa a seguir, produto de uma década de trabalho árduo.

notas

NE – Esse texto é o prefácio do livro aqui comentado, Richard Neutra e o Brasil, de Fernanda Critelli.

1
OLIVEIRA, Liana Paula Perez de. A capacidade de dizer não. Lina Bo Bardi e a Fábrica da Pompeia. Orientador Abilio Guerra. Dissertação de mestrado. São Paulo, FAU Mackenzie, 2007.

2
NAHAS, Patricia Viceconti. Brasil Arquitetura: memória e contemporaneidade. Um percurso do Sesc Pompéia ao Museu do Pão (1977-2008). Orientador Abilio Guerra. Dissertação de mestrado. São Paulo, FAU Mackenzie, 2009.

3
PEREIRA, Sabrina Souza Bom. Rodolpho Ortenblad Filho: estudo sobre as residências. Orientador Abilio Guerra. Dissertação de mestrado. São Paulo, FAU Mackenzie, 2010.

4
ACAYABA, Marlene Milan. Residências em São Paulo 1947-1975. RG facsimile, volume 1. São Paulo, Romano Guerra, 2011, p. 95-100.

5
GUIMARÃES, Marília Dorador. Roberto Burle Marx: a contribuição do artista e paisagista no Estado de São Paulo. Orientador Abilio Guerra. Dissertação de mestrado. São Paulo, FAU Mackenzie, 2011.

6
ROCHA, Fernanda Cláudia Lacerda. Os jardins residenciais de Roberto Burle Marx em Fortaleza: entre descontinuidades e conexões. Orientador Abilio Guerra. Dissertação de mestrado. São Paulo, Minter Mackenzie/Unifor, 2015.

7
CUNHA, Marcio Cotrim. Construir a casa paulista: o discurso e a obra de Vilanova Artigas entre 1967 e 1985. Orientadores Fernando Alvarez Prozorovich e Abilio Guerra. Tese de doutorado. Barcelona, ETSAB/UPC, 2008.

8
ALVAREZ PROZOROVICH, Fernando; GUERRA, Abilio. Construindo a casa paulista. In: COTRIM, Marcio. Vilanova Artigas. Casas paulistas 1967-1981. São Paulo, Romano Guerra, 2017. Texto também disponível na revista Resenhas Online, do portal Vitruvius: ALVAREZ PROZOROVICH, Fernando; GUERRA, Abilio. Construindo a casa paulista. O rigor e a clareza de Marcio Cotrim na análise da obra de Vilanova Artigas. Resenhas Online, São Paulo, ano 19, n. 220.02, Vitruvius, abr. 2020 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/resenhasonline/19.220/7695>.

9
SOMBRA JUNIOR, Fausto Barreira. Luís Saia e o restauro do Sítio Santo Antônio: diálogos modernos na conformação arquitetônica paulista. Orientador Abilio Guerra. Dissertação de mestrado. São Paulo, FAU Mackenzie, 2015.

10
SOMBRA JUNIOR, Fausto. SOMBRA, Fausto. Três pavilhões de Sérgio Bernardes: Volta Redonda, Bruxelas e São Cristóvão. Contribuição à vanguarda arquitetônica moderna brasileira em meados do século 20. Orientador Abilio Guerra. Tese de doutorado. São Paulo, FAU Mackenzie, 2020. A tese foi base da exposição “Três pavilhões de Sérgio Bernardes”, curadoria de Abilio Guerra e Fausto Sombra. Centro Histórico e Cultural Mackenzie, São Paulo, de 18 de setembro a 14 de novembro de 2019.

11
FRANCO, Tiago Seneme. A trajetória de Jacques Pilon no Centro de São Paulo. Análise das obras de 1940 a 1947. Orientador Abilio Guerra. Dissertação de mestrado. São Paulo, FAU Mackenzie, 2009.

12
BARBOSA, Marcelo Consiglio. Franz Heep. Um arquiteto moderno. Orientador Abilio Guerra. Tese de doutorado. São Paulo, FAU Mackenzie, 2012.

13
BARBOSA, Marcelo. Adolf Franz Heep. Um arquiteto moderno. São Paulo, Monolito, 2018.

14
PUGLISI, Mariana de Carvalho. Habitação e cidade – espaços coletivos na habitação de interesse social. Análise das obras do arquiteto Hector Vigliecca em São Paulo 1989 a 2016. Orientador Abilio Guerra. Dissertação de mestrado. São Paulo, FAU Mackenzie, 2017.

15
RODRIGUES, Felipe de Souza Silva. Aurelio Martinez Flores: a produção do arquiteto mexicano no Brasil (1960-2015). Orientador Abilio Guerra. Dissertação de mestrado. São Paulo, FAU Mackenzie, 2018.

16
LASSALA, Gustavo. Em nome do pixo. A experiência social e estética do pixador e artista Djan Ivson. Orientador Abilio Guerra. Tese de doutorado. São Paulo, FAU Mackenzie, 2014.

17
Para mais informações sobre Djan Cripta, ver a entrevista: LASSALA, Gustavo; GUERRA, Abilio. Cripta Djan Ivson, profissão pichador. "Pixar é crime num país onde roubar é arte". Entrevista, São Paulo, ano 13, n. 049.04, Vitruvius, mar. 2012 <https://bityli.com/g0R8k9>.

18
DE LUCCA, Guss. Responsáveis pelos ataques ao evento de 2008 ganham espaço na próxima edição para debater o “pixo”. iG, São Paulo, 15 jun. 2010 <https://bityli.com/L3wuhW>.

19
MARQUES, André. A obra de João Filgueiras Lima, Lelé: projeto, técnica e racionalização. Orientador Abilio Guerra. Dissertação de mestrado. São Paulo, FAU Mackenzie, 2012.

20
MARQUES, André. Aldary Toledo – entre arte e arquitetura. Orientador Abilio Guerra. Tese de doutorado. São Paulo, FAU Mackenzie, 2018.

21
MARQUES, André. Lelé: diálogos com Neutra e Prouvé. São Paulo/Austin, Romano Guerra/Nhamerica Platform, 2020.

22
GUERRA, Abilio. Como se escreve uma dissertação. In: MARQUES, André. Lelé: diálogos com Neutra e Prouvé. São Paulo/Austin, Nhamerica Platform, Romano Guerra, 2020. Texto também disponível no portal Vitruvius: GUERRA, Abilio. Como se escreve uma dissertação. Resenhas Online, São Paulo, ano 19, n. 227.03, Vitruvius, nov. 2020 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/resenhasonline/19.227/7945>.

23
GINZBURG, Carlo. O queijo e os vermes: o cotidiano e as ideias de um moleiro perseguido pela Inquisição. São Paulo, Companhia das Letras, 1987, p. 27.

24
Entendemos ser impossível delimitar a autonomia da arte, pois o seu próprio estatuto é definido socialmente, conforme se vê em trecho precioso e preciso de Bourdieu: “A distinção entre as obras de arte e os demais objetos elaborados e a definição (dela indissociável) de maneira propriamente estética de abordar os objetos socialmente designados como obras de arte, vale dizer, objetos que exigem e merecem ser abordados segundo uma intenção propriamente estética, capaz de reconhecê-los e constituí-los enquanto obras de arte, impõe-se com a necessidade arbitrária de fatos normativos cujo contrário não é contraditório, mas simplesmente impossível ou improvável”. BOURDIEU, Pierre. Os modos de produção e modos de percepção artísticos. A economia das trocas simbólicas. Coleção Estudos n. 20, 3a edição. São Paulo, Perspectiva, 1992, p. 271.

25
Um fato materialmente inexistente, mas com consistência no imaginário social, pode ser tão eficaz como outro qualquer. No caso, sua existência se dá nos âmbitos simbólico, ideológico ou psicológico, e a partir dessas circunstâncias deve ser estudado. “A relevância histórica de tais eventos, que nunca aconteceram, é baseada em sua eficácia simbólica: ou seja, pelo modo com que eram percebidos por uma multidão de anônimos”. GINZBURG, Carlo. Controlando a evidência: o juiz e o historiador. In: NOVAIS, Fernando A.; SILVA, Rogerio F. da (Org.). Nova história em perspectiva. Volume 1 – propostas e desdobramentos. São Paulo, Cosac Naify, p. 346.

26
GINZBURG, Carlo. Sinais: raízes de um paradigma indiciário. Mitos, emblemas, sinais – morfologia e história. São Paulo, Companhia das Letras, 1989, p. 156.

27
GAY, Peter. Freud para historiadores. São Paulo, Paz e Terra, 1989, p. 16.

28
Idem, ibidem, p. 153.

29
Residência Hermenegildo Sotto Maior, Fazenda São Luís, Estado do Rio de Janeiro, projeto do arquiteto Aldary Henriques Toledo, 1942, publicado em: GOODWIN, Philip. Brazil Builds: Architecture New and Old 1652-1942. Fotos de G. E. Kidder Smith. Nova York, MoMA, 1943, p. 176 <https://bityli.com/XxF6eK>.

30
MARQUES, André Felipe Rocha. Aldary Toledo – entre arte e arquitetura (op. cit.), p. 26-27.

31
Os conceitos de Pierre Bourdieu – bem simbólico, campo, capital social, habitus etc. – se mostram especialmente operativos nas duas teses de doutorados referidas. Ver: BOURDIEU, Pierre. A economia das trocas simbólicas.

32
SEGAWA, Hugo; DOURADO, Guilherme Mazza. Oswaldo Arthur Bratke. São Paulo, Pro Editores, 1997.

33
FORTE, Miguel. Diário de um jovem arquiteto: minha viagem aos Estados Unidos em 1947. São Paulo, Editora Mackenzie, 2001.

34
LOUREIRO, Claudia; AMORIM, Luiz. Por uma arquitetura social: a influência de Richard Neutra em prédios escolares no Brasil. Arquitextos, São Paulo, n. 02.020, Vitruvius, jan. 2002 <https://bityli.com/g0R8k9>.

35
IRIGOYEN DE TOUCEDA, Adriana Marta. Frank Lloyd Wright e o Brasil. Orientador Hugo Segawa. Dissertação de mestrado. São Carlos, EESC USP, 2000. Ver também: IRIGOYEN TOUCEDA, Adriana Marta. Wright e Artigas: duas viagens. São Paulo, Ateliê Editorial, 2002.

36
IRIGOYEN TOUCEDA, Adriana Marta. Da Califórnia a São Paulo. Orientador Paulo Bruna. Tese de doutorado. São Paulo, FAU USP, 2005.

37
FUJIOKA, Paulo Yassuhide. Princípios da arquitetura organicista de Frank Lloyd Wright e suas influências na arquitetura moderna paulistana. Orientador Lúcio Gomes Machado. Tese de doutorado. São Paulo, FAU USP, 2003.

38
FERRONI, Eduardo Rocha. Aproximações sobre a obra de Salvador Candia. Orientadora Regina Meyer. Dissertação de mestrado. São Paulo, FAU USP, 2008.

39
FORESTI, Débora Fabbri. Aspectos da arquitetura orgânica de Frank Lloyd Wright na arquitetura paulista: a obra de José Leite de Carvalho e Silva. Orientador Renato Anelli. Dissertação de mestrado. São Carlos, IAU USP, 2008.

40
RIBEIRO, Patrícia Pimenta Azevedo. Teoria e prática. A obra do arquiteto Richard Neutra. Orientador Adilson Macedo. Tese de doutorado. São Paulo, FAU USP, 2007.

41
RODRÍGUEZ LÓPEZ, Luz Marie. ¡Vuelo al porvenir! Henry Klumb y Toro-Ferrer: proyecto moderno y arquitectura como vitrina de la democracia – Puerto Rico, 1944-1958. Orientador Fernando Álvarez Prozorovich. Tese de doutorado. Barcelona, ETSAB UPC, 2008.

42
FRAGELLI, Marcelo. Quarenta anos de prancheta. São Paulo, Romano Guerra, 2010.

43
RUCHTI, Valeria. Jacob Ruchti: a modernidade e a arquitetura paulista (1940-1970). Orientador José Eduardo de Assis Lefèvre. Dissertação de mestrado. São Paulo, FAU USP, 2011.

44
CIAMPAGLIA, Fernanda. Galiano Ciampaglia. Razões de uma arquitetura. Orientador Paulo Bruna. Dissertação de mestrado. São Paulo, FAU USP, 2012.

45
CRITELLI, Fernanda. Richard Neutra no Brasil. Orientador Abilio Guerra. Monografia de iniciação científica. São Paulo, FAU Mackenzie, 2012.

46
TOTA, Antonio Pedro. O amigo americano: Nelson Rockefeller e o Brasil. São Paulo, Companhia das Letras, 2014; TOTA, Antonio Pedro. O imperialismo sedutor: a americanização do Brasil na época da Segunda Guerra. São Paulo, Companhia das Letras, 2000.

47
CRITELLI, Fernanda. Richard Neutra e o Brasil. Orientador Abilio Guerra. Dissertação de mestrado. São Paulo, FAU Mackenzie, 2015. Em 2014, Fernanda obteve a Bolsa de Estágio de Pesquisa no Exterior da Fapesp, com a qual permaneceu três meses nos Estados Unidos pesquisando nas bibliotecas Llilas Benson – Coleções e Estudos Latino Americanos e de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Austin, sob tutela de Fernando Luiz Lara, e na Biblioteca de Pesquisa Charles E. Young da Universidade da Califórnia em Los Angeles. Durante este período, Fernanda Critelli visitou as obras de Neutra e conversou com Dion Neutra e Thomas Hines.

48
CRITELLI, Fernanda. Richard Neutra: conexões latino-americanas. Orientador Abilio Guerra. Tese de doutorado. São Paulo, FAU Mackenzie, 2020.

comments

resenha do livro

Richard Neutra e o Brasil

new

Richard Neutra e o Brasil

Fernanda Critelli

2022

251.01 livro
abstracts
how to quote

languages

original: português

share

251

251.02 filme

Problemas da arquitetura no dito Metaverso

Diogo Augusto Mondini Pereira

newspaper


© 2000–2024 Vitruvius
All rights reserved

The sources are always responsible for the accuracy of the information provided