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reviews online ISSN 2175-6694


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português
Resenha apresenta o livro Oscar Niemeyer e o modernismo de formas livres no Brasil, de David Underwood.

english
Review presents the book Oscar Niemeyer and free-form modernism in Brazil, by David Underwood.

español
Reseña presenta el libro Oscar Niemeyer y el modernismo de forma libre en Brasil, de David Underwood.

how to quote

FERNANDES, Luiz Gustavo Sobral. Oscar Niemeyer, arquiteto brasileiro. Resenhas Online, São Paulo, ano 22, n. 255.02, Vitruvius, mar. 2023 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/resenhasonline/22.255/8766>.


É sempre objeto de discussão, nos cursos de graduação e pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo das universidades brasileiras, a recorrente ausência da crítica ou de uma mínima matriz interpretativa da arquitetura brasileira que possa fornecer novas balizas e discussões.

Niemeyer é, certamente, o maior dos nossos arquitetos. Em um país que viu o relativo recente afloramento de personagens como Lina Bo Bardi e Paulo Mendes da Rocha, arquitetos que conquistaram um espaço em mostras, premiações e que entraram para um seleto rol de arquitetos que todos, em qualquer lugar do mundo conhecem, Niemeyer permanece com um reconhecimento muito especial e com um lugar na história da arquitetura brasileira que nenhum outro arquiteto jamais terá.

Isso porque Niemeyer, além de personagem astuto e talentoso, parece ter estado, ao longo de toda sua vida, sempre no lugar e na hora certa – e com amigos e companheiros que sempre foram uma base de bons trabalhos. Ter crescido e estudado no Rio de Janeiro em um período onde as ideias por lá floresciam certamente contribuiu para uma imagem profissional que se misturou não apenas com a arquitetura brasileira, mas com toda a cultura do país do século 20 – como a música, as artes plásticas e a literatura. Niemeyer, além de arquiteto, figura como um dos símbolos da cultura brasileira mesmo para quem não é arquiteto e não possui proximidade com a profissão, o que não é pouca coisa.

A existência deste personagem tão poderoso traz, no entanto, a dificuldade de como interpretar seu trabalho como arquiteto de forma consistente. A verdade é que faltam leituras e narrativas sobre Niemeyer, e o que prevalece é, em grande parte, uma leitura que o próprio arquiteto criou de sua própria obra. Um exemplo disso é a sempre presente e mencionada ‘curva’ como algo que tornaria a arquitetura moderna brasileira singular. Se isso é verdade, e se as linhas curvas de Niemeyer fizeram este arquiteto conhecido mundo afora, é verdade que Niemeyer também projetou edifícios de muitas técnicas construtivas, inclusive com componentes pré-fabricados e com soluções também muito interessantes.

É por este motivo que devemos considerar Oscar Niemeyer e o modernismo de formas livres no Brasil, livro de David Underwood, leitura obrigatória. Não para o termos como cartilha, mas para, em primeiro lugar, compreendermos o estado da arte de certa crítica e, ai sim, avançarmos em outras possíveis leituras.

Ao longo do texto, que está estruturado em três partes (Um intinerário carioca, O natural, o surrealista e o belo e O impulso utópico), o autor faz uma leitura já muito difundida da obra de Niemeyer. Em determinado trecho, o autor comenta:

“Talvez mais do que qualquer outro arquiteto moderno, Oscar Niemeyer tenha feito valer a liberdade em arquitetura – a liberdade sem amarras de expressar-se contra as limitações impostas pela história; a liberdade cultural de pronunciar-se em alto e bom som contra as injustiças de uma realidade colonial persistente e contra as banalidades da tradição acadêmica europeia; a liberdade instintiva de tirar suas ideias da topografia brasileira e de traçar projetos de acordo com suas curvas. A arquitetura de Niemeyer é antes de tudo uma vigorosa celebração do tropical e do erótico, das paisagens mágicas e do sensual modo de vida do Rio de Janeiro em que nasceu” (p. 19).

No ano de 2002 o arquiteto Otavio Leonidio publicou uma resenha na revista Bravo! sobre o livro de Underwood, posteriormente republicado no portal Vitruvius. Nesta ocasião ele afirmou: “É verdade, não se trata, nesse caso, de um grande livro” (1). Esta parece ser uma posição correta, vide a citação acima, repleta de generalidades e informações tiradas não de documentos e análises mais aprofundadas e sim das falas do próprio Niemeyer. Mas também parece importante reforçar que este é um livro merece sua leitura, principalmente para criticá-lo – já que no texto há muitas lacunas e brechas evidentemente frágeis e de onde podem surgir pesquisas e outras matrizes interpretativas do trabalho de Niemeyer.

nota

1
LEONIDIO, Otavio. Um lugar para Niemeyer. Resenhas Online, ano 01, n. 009.01, São Paulo, Vitruvius, set. 2002 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/resenhasonline/01.009/3235>.

sobre o autor

Luiz Gustavo Sobral Fernandes é Arquiteto (FAU Mackenzie, 2014) e geógrafo (FFLCH USP, 2019), mestre (IAU USP São Carlos, 2019) e doutorando (ETSAB UPC, Barcelona). É professor substituto do curso de Arquitetura e Urbanismo da FCT Unesp (Presidente Prudente).

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Oscar Niemeyer

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