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architexts ISSN 1809-6298


abstracts

português
Texto baseado em comunicação ocorrida no Painel 3 – “O problema da difusão” do Seminário Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo – V SeNAU.


how to quote

GUERRA, Abilio. Sobre revistas e livros. A avaliação das publicações na área de arquitetura e urbanismo. Arquitextos, São Paulo, ano 18, n. 211.05, Vitruvius, dez. 2017 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/18.211/6865>.

As revistas em geral e as de arquitetura em particular podem ser vistas, observadas e comentadas das mais variadas formas. Do ponto de vista de sua natureza conceitual, de seus objetivos, do seu público, da sua relação com o meio de produção, com o público especializado ou leigo. São tantas as nuances que seria mais oportuno abordarmos a questão de forma sistemática, mas para isso até uma conferência conteria tempo insuficiente; um curso talvez fosse mais adequado, o que nos leva à simples constatação que uma comunicação de vinte minutos nos permite apenas alguns comentários rápidos para questões fundamentais (1).

Uma revista pode ser comparada a um envelope ou pacote: é um receptáculo que guarda conteúdos diversos e os transporta de um lugar a outro. Alguém selecionou os objetos e os acondicionou segundo suas possibilidades e critérios; outro a receberá a encomenda, abrirá o recipiente e se deparará com seu conteúdo, usufruindo de suas qualidades conforme suas próprias capacidades de absorção.

O ato de embrulhar segue rituais do armazenamento, onde a coleção realizada obedece critérios e objetivos os mais diversos. Contudo, não se trata de guardar coisas para uso futuro, uma precaução diante da escassez, mas uma disposição de compartilhamento, de consumo imediato por outro. Estamos diante de uma ambivalência estrutural, onde alguém reúne coisas para que outra pessoa a consuma. Para que funcione, precisamos de ao menos duas entidades: alguém que se disponha a reunir; outro a consumir. O que chamamos de difusão é justamente essa interação específica entre guardar, compartilhar e consumir.

Assim, as revistas podem ser entendidas e classificadas segundo diversos critérios, que combinam justamente estes dois aspectos: como se faz a coleção e como ela é disponibilizada para consumo. São muitos os dilemas que devem ser enfrentados pelos editores de periódicos: faço uma revista de tendência ou uma revista de variedade? Opto por uma de caráter acadêmico-científico ou de divulgação? É melhor um enfoque mais crítico e contemporâneo, uma perspectiva histórica, uma aproximação técnica ao objeto, uma ponderação mais social sobre as motivações de sua existência, ou um mix de duas ou mais possibilidades? Ou quem sabe uma revista pluralista e multifacetada?

Diante da combinação da presente mesa – onde estou sentado ao lado de dois dos mais importantes editores de arquitetura e urbanismo da América Latina, Fernando Diez, editor da argentina Summa+, e Miquel Adrià, editor da mexicana Arquine, ambos à frente de revistas ditas “comerciais” e voltadas para público de arquitetos praticantes – me parece adequado assumir o ponto de vista do editor acadêmico, que embrulha artigos que se originam de teses, dissertações, pesquisas individuais, grupos de pesquisa, aulas etc.

Detalhe da capa do jornal Folha de S.Paulo, de 21 de fevereiro de 1988, com chamada da matéria sobre os improdutivos da USP
Imagem divulgação [Acervo Folha]

Há um fator determinante na produção de textos acadêmicos atuais: a voga neoliberal da “produtividade”, cujo marco simbólico pode ser considerado a divulgação, há três décadas, da lista de “intelectuais improdutivos” pelo jornal Folha de S.Paulo. Na edição de 21 de fevereiro de 1988, um domingo, o jornal paulista, naquele momento o maior e mais importante periódico diário do Brasil, divulgou os nomes de professores e pesquisadores da Universidade de São Paulo – USP que não teriam escrito ou publicado no período de 1985 a 1986. A lista é acompanhada de artigos do jornalista Paulo Francis e de três professores da própria USP – José Goldemberg, Paul Singer, Rogério Cezar de Cerqueira Leite –, todos defendendo a avaliação individual dos professores. Em edições seguintes a Folha apresenta uma série de textos de outros professores da instituição, que se posicionam contrários à divulgação da lista – Marilena Chaui, Francisco Weffort, Modesto Carvalhosa, Nicolau Sevcenko, Carlos Guilherme Mota, Antonio Candido, José Arthur Giannotti, Florestan Fernandes e Nestor Goulart Reis Filho –, mas que aceitam de forma passiva a avaliação em si.

Quando eu trouxe esse tema à debate há poucos anos atrás, fiz o seguinte balanço sobre tais pronunciamentos públicos: “mesmo com visões e propostas diferentes, a maioria absoluta das manifestações aceitava a ideologia da avaliação, o que acabará implicando em consequências inesperadas tanto no futuro imediato como a médio e longo prazo: privilégio do quantitativo, a avaliação como fim em si, distanciamento da sociedade, o desprestígio das pesquisas nas áreas das humanidades etc.“ (2). Alinhava-me assim à voz solitária e vigorosa de Maria Sylvia de Carvalho Franco, que recusa o próprio sistema de avaliação em seu artigo “Invectiva contra bárbaros – 2” (3), onde aponta para a “rapidez, superficialidade, falta de estudo, ânsia de êxito”. Sua pergunta final – “quem avalia o avaliador?” – ecoa como um prognóstico oracular até os dias atuais. Assim, mesmo sendo um aspecto externo ao processo de elaboração intelectual, aos poucos os mecanismos de avaliação se tornaram normativos e determinantes pela pressão que exercem sobre o coletivo, onde não se destaca o residual estímulo positivo, mas a preponderante ameaça punitiva (afinal, que quer ser publicamente classificado de “improdutivo”?). O resultado não poderia ser outro: ao longo do tempo foram se tornando cada vez mais raros os trabalhos de fôlego, que necessitam de anos ou décadas de pesquisa, reflexão, desenvolvimento, elaboração e redação.

Em anos mais recentes, a tão propalada “internacionalização” entra dentro deste pacote como uma das exigências do sistema de avaliação. Um valor que surge a partir de uma perspectiva aparentemente neutra, “científica”, onde a colaboração entre pesquisadores de países diferentes redundaria em trocas e aperfeiçoamentos, que por sua vez impulsionariam o desenvolvimento de uma dada área de saber. Contudo, subjacente ao processo, se estabelece uma diferença fundamental: os países mais ricos e desenvolvidos entram com tecnologia e infraestrutura infinitamente mais desenvolvidas, enquanto os países mais pobres e subdesenvolvidos entram com seus pesquisadores mais brilhantes e promissores. A tendência da absorção desses talentos nos coloca diante da assimetria do arranjo, pois a simples permanência do pesquisador do país pobre no centro de pesquisa do país mais desenvolvido coloca a perder os benefícios do acordo para o lado mais fraco. Assim, se justifica a preocupação de órgãos brasileiros de fomento em exigir o retorno do pesquisador ao país de origem após o término do período de pesquisa, estancando ao menos pelo período acordado em contrato o desperdício dos investimentos no pesquisador. É possível notar que a base do desequilíbrio, que se encontra no desnível econômico e social dos países envolvidos, se desdobra no desequilíbrio dos benefícios, que acaba por reforçar os mecanismos de dominação via propriedade hegemônica da tecnologia derivada das pesquisas – em regra protegida por patentes. Os benefícios dos países pobres é menor, às vezes residual e – com o risco futuro de evasão de seus cérebros – sem arraigamento na sua estrutura científica e produtiva.

Os mecanismos de avaliação foram se acomodando em todas as instâncias do sistema de ensino superior: nas universidades – em todas as peças da hierarquia, dos programas de pós-graduação até a reitoria – e no sistema oficial de ensino controlado por ministério governamental e agências oficiais de fomento e controle. No que diz respeito às publicações, há uma indução para procedimentos específicos, que podem ser sintetizados a partir de artigo de Hugo Segawa: uma revista de caráter acadêmico-científico deve relevar os seguintes aspectos:

  • Perfil da publicação: predomínio de artigos originais; avaliação por pares; autores de várias instituições, abrangência estadual, nacional e internacional, não evidenciar interesses econômicos e/ou conteúdo publicitário ou patrocínio comercial nos trabalhos publicados; não levantar dúvidas quanto à objetividade do material publicado.
  • Qualidade do conteúdo: artigos devem tem atualidade; originalidade; validade científica; contribuição analítica e interpretativa; abordagem de aspectos filosóficos, éticos ou sociais relacionados à área.
  • Conselho editorial: composição pública e estável; especialistas reconhecidos, de origem nacional e internacional, e identificados quanto à origem institucional e nacionalidade.
  • Seleção dos trabalhos publicados: critérios e procedimentos claros para a aprovação de artigos; arbitragem exclusiva pelo conselho editorial, por consultores externos ou por ambos.
  • Bases de dados, indexação e indicadores de impacto: há uma sensível transformação na última década, pois houve uma aproximação entre indexação e indicadores de impacto, com a presença de corporações internacionais capitaneando o processo; há por parte do sistema oficial de ensino brasileiro de sistemas de indexação internacionais, onde invariavelmente há um desprestígio das línguas e culturas latinas (4).

Capas de revistas acadêmicas e profissionais brasileiras
Imagem divulgação

O sistema oficial de avaliação vai definindo ao longo dos anos um conjunto de itens que servirão de base para as notas dos periódicos, atualmente sendo estes quatro os principais:

1) Normalização: instruções para os autores quanto à normalização, formatação de textos e apresentação de originais; referências bibliográficas; filiação do(s) autor(es) e das fontes de financiamento; registro no ISSN (International Standard Serial Number); sumário na língua original ou bilíngüe; anúncio da periodicidade.

2) Periodicidade: pontualidade; duração da publicação.

3) Difusão: distribuição, venda em banca, assinaturas, permuta e doação são formas de se levar a publicação impressa até seu público. As publicações digitais podem disponibilizar seus conteúdos de forma aberta ou fechada.

4) Alcance: a qualificação de uma revista deve ser medida em função do público atingido, proporcional quanto à circulação e acolhimento institucional, nos âmbitos estadual, nacional e internacional.

Nos anos recentes, com as exigências crescentes de “internacionalização” por parte do sistema oficial de ensino superior, que se reproduz no interior das universidades, a “difusão” e o “alcance” foram entendidos como publicar em língua estrangeira, em especial em inglês. O idioma inglês se tornou a língua universal no meio acadêmico e científico durante o século 20 e é a partir dessa premissa que o discurso oficial dos órgão de fomento justificam a prioridade das publicações nessa língua. No processo, nem sempre ficam explícitos os mecanismos de submissão ao poder central do capital ao se reforçar idiomas, temas e universos culturais específicos em detrimento de outros.

Contudo, não é tão óbvio assim que o melhor caminho para a internacionalização colaborativa seja a adoção universal da produção intelectual prioritariamente nessa língua, mesmo considerando sua inevitabilidade e importância. No caso específico da nossa área, é fácil imaginar que diversos dos temas cruciais da arquitetura e do urbanismo atuais são regionais. Cidades históricas como Ouro Preto, Recife ou São Luís poderão ter ganhos substanciais ao estudar o caso de Quito, capital do Equador, em especial o trato de seu patrimônio arquitetônico e sua conversão em atrator turístico. Para São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Salvador e outras grandes cidades brasileiras discutir transporte público, urbanização de favelas, habitação social e equipamentos públicos à luz das realizações das colombianas cidades de Bogotá e Medellin, ou dos problemas análogos vividos por Lima e Cidade do México, pode ser muito mais adequado e produtivo do que mirar em experiências do Novo Urbanismo norte-americano. E não podemos deixar de alertar que no processo de globalização um pouco da pobreza foi dividida e temos claros focos de indigência e penúria em países ricos (5), o que significa que o enfrentamento deste tipo de problema nessas regiões nos coloca diante da inversão de quem detém a expertise.

Tais exemplos nos mostram que é possível entender a “internacionalização” a partir de conteúdos e políticas sociais e não de formas e procedimentos padronizados, que muitas vezes se bastam e se esgotam em si próprios. É bom que se diga que muitos dos mecanismos de verificação são assimilados pelas universidades e programas de pós-graduação de forma acrítica, adotando-se de forma rígida as normas e indicações de procedimentos, sem considerar suas motivações, muitas vezes baseadas em critérios válidos e boas intenções. Contudo, é fato que as regras atuais da tão propalada internacionalização riscam da lista de prioridade a maioria absoluta dos países latino-americanos. Como por detrás dessas regras se escondem as verbas e as facilidades institucionais, se coloca de forma imperiosa ao pesquisador a pergunta fatal: para que fazer grupos de pesquisas com colegas ou publicar em revistas desses países estigmatizados? Melhor apostar nos países que contam, da América do Norte e Europa, mesmo que nossos temas de interesse sejam referentes às condições urbanas e arquitetônicas de países periféricos.

Podemos apontar ainda alguns paradoxos e distorções presentes neste arranjo geral das chamadas revistas científicas: ao mesmo tempo em que se critica o conteúdo publicitário ou patrocínio comercial das revistas de divulgação profissional, temos a conformação de uma estrutura corporativa privada, com enorme impacto econômico, controlando a produção científica mundial, monopolizada por empresas anglo-saxãs (6). A salutar participação de elementos externos nos Conselhos Editoriais das revistas acadêmico-científicas indicada pelo sistema de avaliação não impede, contudo, a estruturação de um circuito fechado, altamente endógeno, com a circulação das informações intramuros universitários, apartada da realidade cotidiana do arquiteto projetista. A necessidade imperiosa da repercussão e impacto da publicação muitas vezes leva a procedimentos que podem ser considerados antiéticos, como a citação hegemônica ou exclusiva de artigos de um circulo de amigos e companheiro – afastando o contraditório e as visões alternativas, silenciando o debate – ou a assinatura coletiva de artigos produzidos individualmente, com o intuito de multiplicar artificialmente a produção.

O produto em si de nosso interesse – a arquitetura, o urbanismo e o design – são totalmente desprestigiados em prol de sua interpretação através da mais variadas metodologias de análise ou por mecanismos ainda mais sutis que redirecionam a interlocução, nos colocando para conversar com quem não nos interessa ou que não se interessam por nós. Em alguns casos limites, detecta-se uma postura colonizada, de quem não sabe onde está no mundo. A distorção é flagrante: os pesquisadores acadêmicos têm sua produção valorada em revistas que obedecem servilmente os critérios de produtividade onde pouco ou nada vale seu rebatimento na sociedade. Enquanto isso aos arquitetos é oferecido o espaço academicamente desprestigiado das revistas de circulação comercial. Esse curto-circuito entre produção e pensamento crítico é altamente danoso ao desenvolvimento não só da cultura arquitetônica, mas de toda a área de ciências humanas, aplicadas ou não. Felizmente a situação não é mais trágica graças a um número expressivo de intelectuais que, na contracorrente e mesmo contra as diretrizes dos seus programas de pós-graduação, insistem em publicar em revistas de maior impacto na realidade social, ou seja, aquelas que pulam os muros universitários da especialização.

Entendo que a valorização da produção dos pesquisadores não pode ser esquizofrênica, alienada da realidade. Evidentemente, a avaliação séria não pode ceder às pressões de facilitações, de rebaixamento do pensamento, da seriedade do argumento; contudo, não pode ser mais realista do que o rei, não pode se desviar de ao menos duas questões essenciais: a) a razão de ser fundamental da universidade é servir à sociedade; b) a essência do curso de arquitetura e urbanismo (e design) é formar profissionais habilitados a produzir condições objetivas de melhor qualidade de vida para os cidadãos. Tais princípios não estão presentes de forma adequada e legível no sistema de avaliação e, principalmente, em sua aplicação. Em geral, as avaliações induzem à endogenia intramuros universitários, ao distanciamento do ensino profissional, à recusa de conversar com o público leigo, a princípio destinatário prioritário das pesquisas universitárias. Isso está correto?

Ao contrário das chamadas ciências duras, onde temos a paulatina substituição das verdades aceitas pela comunidade científica, nas chamadas ciências humanas e ciências humanas aplicadas nós temos sobreposições e convivências das argumentações. A oposição grega entre episteme e doxa – entre a “filosofia” que desvenda a natureza e a “opinião” que domina o mundo sublunar – mantém-se em alguma medida até os dias de hoje, mesmo diante do enorme esforço das humanidades em conferir cientificidade às suas teorias e métodos. Contudo, se a teoria da evolução darwinista ainda vale com algumas correções, se a teoria da relatividade vale em qualquer parte do mundo e do universo, uma burka significa muito diferente quando usada no Oriente Médio ou em Paris. No caso específico da arquitetura, estamos submetidos às vicissitudes da cultura e do meio natural, que impõem especificidades nas respostas de como construir e de como habitar. Mesmo considerando as forças de homogeneização do mundo globalizado, é muito difícil imaginar que essas diferenças um dia desaparecerão (e, constato, para horror de alguns e felicidade de outros tantos).

Tal situação tem um curioso desdobramento no valor das publicações profissionais ou comerciais, pois elas são difusão das últimas notícias do front da pesquisa (textos) ou da produção profissional (edificações), mas – com o passar do tempo – se tornam lembranças calorosas do passado. Elas contrabandeiam para o futuro os modos de vida presentes nas vestes, nos objetos, nas arquiteturas, nas cidades. Não há obsolescência total, pois as experiências materiais podem a qualquer tempo servir de inspiração, de iluminação e exercer uma influência no futuro, estabelecer uma interlocução unindo épocas apartadas por décadas ou séculos.

Páginas editoriais e de publicidade de número 256 da revista Acrópole, especial sobre Brasília, de fevereiro de 1960
Imagem divulgação [Website FAU USP]

Uma revista de arquitetura deste tipo estará sempre viva, mesmo quando fenece e fecha as portas. Como curiosidade para ilustrar a questão, podemos recordar que de 1971 (final da revista Acrópole) a 1977 (início da revista Projeto, hoje Projeto Design), temos um vácuo na difusão periódica da arquitetura brasileira em meio especializado, com desdobramentos na área de pesquisa histórica, em especial da vertente moderna. Para esse período ficamos reféns de seleções realizadas por compiladores como Alberto Xavier e Marlene Milan Acayaba, sendo que essa abarca apenas parcialmente o período (7). Pesquisar a produção do período torna-se algo mais difícil, com a ausência das marcações e pistas que uma revista periódica sempre deixa. A moral dessa história pode ser trágica para as revistas acadêmicas: com o afastamento do objeto em detrimento da interpretação corremos o risco de no porvir ocorrer uma inversão completa entre o que é importante e desimportante, com as chamadas revistas comerciais se tornando muito mais atrativas para o pesquisador do futuro.

Tela da pesquisa no website do Qualis Capes, destaque do autor
Imagem divulgação [Website Capes]

Fazendo uma rápida pesquisa no sistema Qualis da Capes para periódicos pude encontrar apenas uma revista brasileira com A1, a nota maior. Trata-se da famosíssima e especializadíssima Revista Brasileira de Reumatologia. Como não há na tabela a identificação do país de origem, talvez tenha me escapado alguma outra publicação nacional, mas tal possibilidade não esconde o absurdo da questão. Quando observamos a tabela com as revistas nota A2, temos um número um pouco maior de revistas, mesmo assim de circulação restrita e pouco conhecidas no meio profissional e mesmo acadêmico. É fácil deduzir que aceitamos em nosso sistema as boas avaliações dos periódicos feitas por outras áreas, mas nos recusamos em nossa a valorizar revistas que realmente contam com impacto e internacionalização. Dentre as de nota B1, aceitável para alguns programas de pós-graduação, aparecem revistas brasileiras mais conhecidas do público especializado em geral. A revista que dirijo, Arquitextos, está posicionada aqui, no terceiro degrau da hierarquia, ao lado de uma homônima Arquitextos online, que aparece duas vezes e usa de forma abusada o ISSN do jornal Folha de S.Paulo, um evidente equívoco que espero não ser a tônica da lista como um todo.

Tela da pesquisa no website do Qualis Capes, destaque do autor
Imagem divulgação [Website Capes]

Considerando a premissa que um curso de pós-graduação deve se relacionar de forma orgânica com a graduação equivalente e que esse campo articulado que abriga ensino, pesquisa e extensão deve servir à sociedade – o que, no caso específico da arquitetura, urbanismo e design significa “formar profissionais habilitados a produzir condições objetivas de melhor qualidade de vida para os cidadãos” – caberia agora perguntar se o sistema atual de avaliação induz a uma produção que mantém vasos comunicantes com outros campos e realidades que não seja o recorte estrito da pós-graduação. Trata-se de uma questão que não proponho responder aqui em toda sua abrangência, pois seria necessária uma ampla pesquisa que não estou mobilizado a realizar. Contudo, é possível especular a partir de alguns indicadores dentro da realidade universitária que o cumprimento de nosso papel social pode estar longe de se cumprir.

Os dois últimos exames do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes – Enade, um verificador abrangente ao se propor a avaliar periodicamente os alunos de último ano de diversos cursos superiores, apresentam-se como bons exemplos. Um olhar rápido pelas provas sinaliza que os examinadores que montam estas provas não parecem preocupados com o sistema Qualis da Capes. Para o exame de 2014 – sobre esse fiz um estudo um pouco mais aprofundado a pedido da direção da minha escola – temos o seguinte balanço dos textos citados ao longo da prova: oito livros, que passam por áreas de interesse, autores e gêneros muito distintos, que oscila de Milton Santos a Juan Luís Mascaró, passando por Amy Dempsey e Richard Rogers (8); duas revistas impressas que circulam em banca, apenas uma delas especializada (9); e oito textos acadêmico-científicos, na forma de teses, dissertações e artigos, com destaque para a revista Arquitextos, com três artigos citados – a publicação conta com nota B1 há alguns anos, mas que chegou a ser rebaixada para B2 em uma avaliação intermediária de 2016. Além dessa, outra revista que dirijo – Minha Cidade, igualmente baseada no portal Vitruvius – merecedora de uma reles nota C, a pior de todas, é também citada. Mais uma revista B1 –  Gestão e Tecnologia de Projetos, do IAU USP São Carlos – aparece relacionada, sendo os outros três títulos resultantes de teses e dissertação de mestrado defendidos em unidades diferentes da USP (10). Do Enade 2017 não tenho ainda um balanço, mas é possível verificar que não houve um privilégio de revistas nota A, como também se manteve a presença da revista Arquitextos, com as citações dos artigos “O efeito da arquitetura”, de Vinicius M. Netto, e “O urbanismo sustentável no Brasil”, de Geovany Jessé Alexandre da Silva e Marta Adriana Bustos Romero (11).

Questão do Enade 2014 com artigo de Nadia Somekh publicado na revista Arquitextos do portal Vitruvius
Imagem divulgação [Reprodução da prova impressa]

Questão do Enade 2017 com artigo de Vinicius M. Netto publicado na revista Arquitextos do portal Vitruvius
Imagem divulgação [Reprodução da prova impressa]

Se o Exame Enade utiliza livros e trabalhos acadêmicos em proporções iguais em suas questões, os cursos de arquitetura – seja na graduação, seja na pós-graduação – se utilizam quase que exclusivamente do livro tradicional como base para seu cursos e processos seletivos de professores e alunos. Para corroborar a afirmação, cito alguns exemplos dentre os inúmeros que levantei. Em 2016, no exame de seleção de alunos para o mestrado em arquitetura e urbanismo, a Universidade São Judas Tadeu exigiu em sua convocatória a leitura de livros de renomados autores internacionais (12), com o complemento de duas coletâneas nacionais, uma organizada por Cristiane Duarte, Paulo Rheingantz, Giselle Azevedo e Lais Bronstein, outra por Abilio Guerra. O Programa de Pós-Graduação em Ambiente Construído da Universidade Federal de Juiz de Fora, mantido pelos cursos Arquitetura e Urbanismo, Engenharia Civil e Engenharia de Produção, apresentou em sua bibliografia oficial uma lista mais equilibrada de livros no que diz respeito aos autores nacionais – Doris Kowaltowski, Leonardo Castriota, Isabelle Cury, Moacir Gadotti e Nestor Goulart Reis Filho – e internacionais (13).

Edital de convocação de exame de seleção para alunos do mestrado da Universidade São Judas Tadeu em 2016
Imagem divulgação [Website da instituição]

Edital de convocação de exame de seleção para alunos do mestrado da Universidade Federal de Juiz de Fora em 2016
Imagem divulgação [Website da instituição]

No exame de seleção 2017 para ingressantes no curso de mestrado do Prourb da FAU UFRJ podemos verificar no edital a presença maciça de autores estrangeiros (14), com apenas um autor nacional, uma prata da casa, a professora Denise Pinheiro Machado. No processo seletivo 2016/2017 do programa de Pós-Graduação em História para mestrado e doutorado, na área de Política, Cultura e Cidades – linha de pesquisa da qual sou egresso – há uma inversão, com predominância de autores nacionais: Abilio Guerra, Cristina Meneghello, Nino Padilha, Virgínia Pontual e Rosane Piccolo Loretto, Luiz Ribeiro e Robert Pechman, Raquel Rolnik, Silvana Rubino e Marina Grinover, mais um livro institucional da Secretaria Municipal de Cultural da cidade de São Paulo (15). No edital de seleção de professores para os curso de arquitetura divulgado pela Unidade de Ensino Superior Dom Bosco – UNDB no final de 2013 consta como bibliografia básica os livros de Yves Bruand, Paulo Bruna e Abilio Guerra.

Edital de convocação de exame de seleção para alunos do mestrado do Prourb da Universidade Federal do Rio de Janeiro em 2017
Imagem divulgação [Website da instituição]

Edital de convocação de exame de seleção para alunos do mestrado e doutorado em História da Universidade de Campinas em 2016/2017
Imagem divulgação [Website da instituição]

Edital de seleção de professores para o curso de arquitetura da Unidade de Ensino Superior Dom Bosco
Imagem divulgação [Website da instituição]

Nas ementas e programas de cursos de graduação o panorama não é muito diferente. Na FAU USP, o curso da pós-graduação “Arte e Indústria na Arquitetura Moderna”, ministrado por Agnaldo Farias e Fernanda Fernandes, traz uma extensa bibliografia contendo exclusivamente livros, divididos em duas seções: “Arquitetura e Arte” e “Arquitetura e Arte – Brasil”, sendo que nessa segunda estão presentes autores nacionais bem conhecidos nas duas áreas abordadas pela disciplina: Marlene Acayaba, Aracy Amaral, Otília Arantes, Ronaldo Brito, Lúcio Costa, Paulo Sérgio Duarte, Pietro Maria Bardi, Lina Bo Bardi, José Carlos Durand, Agnaldo Farias, Fernanda Fernandes, Abílio Guerra, Maria Cecília Lourenço, Lourival Gomes Machado, Henrique Mindlin, Mário Pedrosa, Cecília Rodrigues dos Santos, Hugo Segawa, Roberto Segre e Alberto Xavier. No curso de arquitetura e urbanismo da UFMG, a disciplina optativa da graduação "Tópicos em História da Arquitetura" traz doze livros, todos de autores estrangeiros, mas nenhum artigo está listado.

Parte inicial da bibliografia do curso “Arte e Indústria na Arquitetura Moderna”, pós FAU USP
Imagem divulgação [Website da instituição]

Bibliografia da disciplina “Tópicos em História da Arquitetura”, graduação do curso de arquitetura e urbanismo da UFMG
Imagem divulgação [Website da instituição]

Se procurarmos é possível encontrar artigos de periódicos em cursos. Na extensa, completa e bem feita bibliografia da disciplina de graduação “História do Urbanismo e do Planejamento Urbano”, ministrada pela professora Mayara Mychella Sena Araújo na FAU UFBA, estão listados 101 títulos, mas apenas dez deles são artigos, publicados em sete revistas brasileiras (16). Nenhuma destas está contemplada com nota A1, apesar de duas estarem bem avaliadas com A2. Por fim, uma exceção: uma disciplina com presença marcante em sua bibliografia de artigos acadêmicos e comunicações apresentadas em eventos científicos. Trata-se de “Projeto em preexistências”, disciplina ministrada pelo professor Luís Henrique Haas Luccas no Propar da UFRGS. Os nove artigos listados foram publicados em revistas nacionais, nenhuma delas com nota A1 ou A2 (17).

Início da bibliografia da disciplina de graduação “História do Urbanismo e do Planejamento Urbano” na FAU UFBA
Imagem divulgação [Website da instituição]

Início da bibliografia da disciplina de pós-graduação “Projeto em preexistências” no Propar UFRGS
Imagem divulgação [Website da instituição]

Não se trata de uma amostragem controlada por critério científico, mas em sua aleatoriedade acaba por dar uma Impressão geral da questão, um quase diagnóstico a ser comprovado, mas que eu arriscaria afirmar que o livro aparece com hegemonia marcante nas bibliografias de cursos e exames na área de arquitetura e urbanismo. Mesmo quando os cursos não priorizam os livros – o que é raro, mas pode ocorrer por conta do professor ou do assunto específico –, o que temos é a presença de artigos em revistas de qualificação média ou baixa, ou simplesmente sem classificação. Não podemos nos dar ao luxo de fecharmos os olhos para essa realidade: há um abismo enorme entre a produção “qualificada” de artigos científicos e o ensino de arquitetura. É necessário compreender esse apartheid e fazer os necessários ajustes para que a elaboração do conhecimento na área seja condizente com o ensino e exercício de uma profissão.

Uma maior clareza na questão talvez nos leve a critérios mais justos de avaliação, com a ampliação do valor do livro no cômputo geral das notas. Entendo que é realmente uma tarefa espinhosa estabelecer critérios para se avaliar esse formato, mas o sistema oficial de avaliação da produtividade tem que enfrentar a questão, da qual, de forma renitente, tem fugido desde sua origem. Não consegui encontrar os critérios atuais adotados pela Capes, mas recebi informação confiável que o mais importante deles é a presença de um Conselho Editorial qualificado para afiançar os livros de uma dada editora. Ora, se for verdade, trata-se de um critério parcial, que pode ser adequado em condições muito especiais, onde uma editora bem estruturada consegue recursos para viabilizar uma coleção ou uma série com livros indicados por um coletivo de notáveis (18). É uma situação excepcional, fora da realidade cotidiana das editoras nacionais e das condições objetivas de produção livresca em nosso país.

Um excelente mestrado ou doutorado quando está prestes a se tornar livro deixa de ser um produto exclusivamente acadêmico e questões até tidas como solucionadas podem se converter em obstáculos consideráveis. O uso de imagens de acervos públicos e privados, liberados ou de baixo custo para trabalhos acadêmicos, ganham valores expressivos. Fotos amadoras, que funcionam adequadamente em uma edição caseira de baixa resolução, precisam ser substituídas por registros profissionais qualificados. As leis de direito autoral, em geral negligenciado pela academia, passa a ter papel fundamental, pois é necessário autorizações do arquiteto ou de sua família quando morto, dos proprietários das obras, dos fotógrafos, dos acervos... Depois o conteúdo precisa ser diagramado, reproduzido em gráfica, distribuído, vendido. Para tudo isso é necessário recursos, que são de difícil acesso. Os caminhos a serem percorridos são íngremes e tortuosos, cheios de obstáculos, e não são as indicações dos notáveis que permitirão vencê-los, mas o estabelecimento de pontes com a sociedade (editais, leis de fomento, financiamento coletivo, apoio familiar ou institucional etc.), que transcendem em muito o âmbito da pesquisa universitária. Assim, um livro, para além de sua condição de produto cultural, se desdobra em ao menos outros dois: é um produto industrial – e, como tal, está sujeito aos condicionamentos de uma produção seriada – e é um produto comercial – que vai disputar nos pontos de venda seu lugar ao sol.

No fim dessa argumentação é possível constatar a enorme diferença entre publicar um livro e um artigo científico. São dois mundos completamente diferentes e não é aceitável que sejam avaliados a partir dos mesmos critérios. A qualidade de um livro não pode ser estabelecida pela simples presença de um conselho editorial que, em geral, não é determinante na seleção dos livros efetivamente publicados. Resta aqui deixar as perguntas finais, para as quais não tenho a resposta, pois elas devem ser necessariamente coletivas e institucionais: a) como estabelecer critérios de avaliação de revistas científicas que sejam comprometidos e indutores da boa prática profissional na área de arquitetura e urbanismo?; b) considerando o desafio que é fazer um livro de qualidade, que envolva pesquisa séria e comprometida com o campo, como enfrentar o problema da avaliação dentro de nossa área de conhecimento?

notas

1
Artigo baseado no texto apresentado no Painel 3 – “O problema da difusão” do Seminário Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo – V SeNAU (Porto Alegre, 5 de dezembro de 2017), que contou com as participações de Fernando Diez (Universidad de Palermo, editor da revista Summa+, Buenos Aires) e Miquel Adrià Universidad (editor da revista Arquine, Ciudad de Mexico), e moderação de Carlos Martins, editor revista Thesis.

2
GUERRA, Abilio. A universidade e a crítica de arquitetura no Brasil. Arquitextos, São Paulo, ano 15, n. 173.02, Vitruvius, nov. 2014 <www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/15.173/5332>.

3
FRANCO, Maria Sylvia de Carvalho. Invectiva contra bárbaros – 2. Folha de S.Paulo, São Paulo, 16 mar. 1988, p. 3.

4
SEGAWA, Hugo; CREMA, Adriana; GAVA, Maristela. Revistas de arquitetura, urbanismo, paisagismo e design: a divergência de perspectivas. Arquitextos, São Paulo, ano 05, n. 057.10, Vitruvius, fev. 2005 <www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/05.057/506>.

5
Os dados de 2011 já são alarmantes na Europa, conforme o Parlamento Europeu: “80 milhões de cidadãos europeus – o equivalente a 16% da população – vivem em situação de pobreza, entre os quais 20 milhões de crianças. 22% da população activa encontram-se em risco de pobreza e 8% da população activa vivem em situação de pobreza. Face a esta realidade, que medidas têm os Estados-Membros da UE e as instituições europeias tomado para acabar com esta situação?” PARLAMENTO EUROPEU. Pobreza na União Europeia. Estrasburgo, Resolução do Parlamento Europeu, 07 dez. 2011 <www.europarl.europa.eu/news/pt/headlines/society/20111201STO33091/pobreza-na-uniao-europeia>.

6
Por exemplo, a SciVerse Scopus, maior banco de dados de resumos e citações de artigos para jornais/revistas acadêmicos do mundo, é propriedade da editora holandesa Elsevier. Suas informações são disponibilizadas na Web para assinantes e a inclusão de dados pelas empresas e instituições responsáveis pelas publicações é igualmente pago.

7
XAVIER, Alberto; LEMOS, Carlos; CORONA, Eduardo. Arquitetura moderna paulistana. São Paulo, Pini, 1983. Republicação: XAVIER, Alberto; LEMOS, Carlos; CORONA, Eduardo. Arquitetura moderna paulistana. 2ª edição. RG facsimile, volume 2. São Paulo, Romano Guerra, 2017; ACAYABA, Marlene Milan. Residências em São Paulo. 1947-1975. São Paulo, Projeto, 1986. Republicação: ACAYABA, Marlene Milan. Residências em São Paulo. 1947-1975. 2ª edição. RG facsimile, volume 1. São Paulo, Romano Guerra, 2011.

8
Livros citados no Enade 2014 na área de arquitetura e urbanismo: 1) DEMPSEY, Amy. Estilos, escolas e movimentos. Guia prático da arte moderna. São Paulo, Cosac Naify, 2003; 2) DUARTE, Fabio. Planejamento urbano. Curitiba, InterSaberes, 2012; 3) GAUSA, Manuel et al. Diccionario metápolis de arquitectura avanzada: ciudad y tecnologia em la sociedade de la información. Barcelona, Actar, 2000; 4) GIRARDET, Herbert. The Gaia Atlas of Cities; 5) MASCARÓ, Juan Luís. Desenho urbano e custos de urbanização. 2a edição. Porto Alegre, D.C. Luzzatto, 1989; 6) MOTA, Suetônio. Urbanização e meio ambiente. Rio de Janeiro, Associação Brasileira de Engenharia Sanitária, 2003; 7) ROGERS, Richard; GUMUCHDJIAN, Philip. Cidades para um pequeno planeta. Barcelona, Gustavo Gili, 2012; 8) SANTOS, Milton. Metamorfoses do espaço habitado. São Paulo, Hucitec, 1988.

9
Revistas citadas no Enade 2014 na área de arquitetura e urbanismo: 1) GAUSA, Manuel. D’arquitectura i urbanisme. Quaderns: d’arquitectura i urbanisme, n. 257, Gustavo Gili, Barcelona, 1998; 2) POLONI, Gustavo; MONTEIRO, Aline; CAPUTO, Victor. O lado perigoso das redes sociais. Revista Info. São Paulo, jul. 2011, p. 70-75.

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Teses, dissertações e artigos citados no Enade 2014 na área de arquitetura e urbanismo: 1) FABRICIO, M. M. Projeto simultâneo na construção de edifícios. Tese de doutorado. São Paulo, Poli USP, 2002; 2) MALUF, Carmem Silvia. O cerrado brasileiro: a necessidade de um novo paradigma para o planejamento sustentável. Tese de doutorado. São Paulo, FAU USP, 2005; 3) NASCIMENTO, Luciana Dias do. O uso do geoprocessamento na regularização fundiária e urbanística: uma proposta de apoio à decisão aplicada ao município de Taboão da Serra SP. Dissertação de mestrado. São Paulo, Geografia USP, 2008; 4) PIÑÓN, Helio. Representação Gráfica do edifício e construção visual da arquitetura. Arquitextos, São Paulo, ano 09, n. 104.02, Vitruvius, jan. 2009 <www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/09.104/81/pt>. (Qualis B1); 5) SILVA, Geovany Jessé Alexandre da; BUSTOS ROMERO, Marta Adriana. O urbanismo sustentável no Brasil. A revisão de conceitos urbanos para o século XXI (Parte 02). Arquitextos, São Paulo, ano 11, n. 129.08, Vitruvius, fev. 2011 <www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/11.129/3499> (Qualis B1); 6) SOMEKH, Nadia. Projetos Urbanos e Estatuto da Cidade: limites e possibilidades. Arquitextos, São Paulo, ano 09, n. 097.00, Vitruvius, jun. 2008 <www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/09.097/131> (Qualis B1); 7) SOUZA, Livia Laubmeyer Alves de; AMORIM, Sérgio Roberto Leusin; LYRIO, Arnaldo de Magalhães. Impactos do uso do BIM em escritórios de arquitetura: oportunidades no mercado imobiliário. Gestão e Tecnologia de Projetos, v. 4, n. 2, São Carlos, IAU USP, 2009 (Qualis B1); 8) GUERRA, Abilio. Medellín, cidade da arquitetura e do urbanismo democráticos. Minha Cidade, São Paulo, ano 11, n. 123.04, Vitruvius, out. 2010 <www.vitruvius.com.br/revistas/read/minhacidade/11.123/3623>. (Qualis C).

11
Artigos de Arquitextos citados no Enade 2017 na área de arquitetura e urbanismo: NETTO, Vinicius M. O efeito da arquitetura:. Impactos sociais, econômicos e ambientais de diferentes configurações de quarteirão. Arquitextos, São Paulo, ano 07, n. 079.07, Vitruvius, dez. 2006 <www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/07.079/290>; SILVA, Geovany Jessé Alexandre da; ROMERO, Marta Adriana Bustos. O urbanismo sustentável no Brasil. A revisão de conceitos urbanos para o século XXI (parte 01). Arquitextos, São Paulo, ano 11, n. 128.03, Vitruvius, jan. 2011 <www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/11.128/3724>.

12
Estão presentes na lista livros de autoria de François Ascher, Françoise Choay, Jean-Louis Cohen, Kenneth Frampton, Peter Hall, Josep Maria Montaner, Helio Piñón, Joseph Rykwert e James Steele.

13
Ao lado dos cinco autores brasileiros temos cinco autores internacionais: François Ascher, Françoise Choay, John Cobb, Sandy Halliday e Jean-Pierre Leroy.

14
Estão presentes na lista livros de autoria de François Ascher, Françoise Choay, Mike Davis, Peter Hall, David Harvey, Henri Lefebvre e Antoine Picon.

15
Na lista da Unicamp aparece apenas cinco autores estrangeiros: Adrian Gorelik, Jacques Le Goff, Henri Levebvre, Jean-Michel Leniaud e David Lowenthal.

16
Revista Brasileira de Estudos Urbanos e Regionais (Qualis A2), Arquitextos (Qualis B1), ReDobra (dois artigos, Qualis B4), Ciência e Cultura, Tempo Social, Espaço e Debates e Tamoios – e uma estrangeira – a catalã Scripta Nova (dois artigos, Qualis A2). Não consegui encontrar o Qualis na área de Arquitetura, Urbanismo e Design de algumas delas, mas a revista Tamoios conta B2 na área de Geografia

17
As revistas e as avaliações são as seguintes: Arquitextos (dois artigos, Qualis B1), Cadernos do Proarq (três artigos, Qualis B2), Revista CPC (Qualis B4), Summa+ (Qualis B5), ARQtexto e Cultura Visual.

18
Tal situação ocorreu na editora Cosac Naify há alguns anos, quando o editor Augusto Massi convocou uma comissão de especialistas em arquitetura e urbanismo para indicar novos títulos, mas quase sempre originais estrangeiros para tradução.

sobre o autor

Abilio Guerra é arquiteto, professor da graduação e pós-graduação da FAU Mackenzie e editor do portal Vitruvius e da Romano Guerra Editora.

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211.05 produtividade acadêmica
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211

211.00 patrimônio ambiental urbano

Cidade, patrimônio, herança e inclusão

Em busca de novos instrumentos

Nadia Somekh

211.01 planejamento urbano

Outorga Onerosa do Direito de Construir

Natureza jurídica e justiça social

Andréia Leal Ferro and José Marques Carriço

211.02 materiais sustentáveis

Critérios para seleção de materiais mais sustentáveis

Aprimoramento do instrumento ISMAS

Cláudia dos Santos Pereira, Caroline Proscholdt Zamboni, Lucas Martinez da Costa, Márcia Bissoli-Dalvi and Cristina Engel de Alvarez

211.03 conforto térmico

Atender às normas de desempenho é indicativo de conforto térmico na edificação de uso habitacional?

Renata Dalbem, Eduardo Grala da Cunha, Paulo Afonso Rheingantz, Romeu Vicente and Antonio César Silveira Baptista da Silva

211.04 história

Convivendo com a megalomania em concreto

Os bunkers nazistas e a cidade de Saint Nazaire

Carlos Smaniotto

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