about the book

Este estudo estabeleceu como hipótese o princípio de que os projetos modernos para o Novo Mundo germinaram a partir de antigas concepções renascidas. Na cidade de Pelotas, no sul do continente americano, europeus e seus descendentes, em especial, projetaram, dirigiram e decoraram os edifícios e a área urbana, que foi moldada e erguida, principalmente, pela mão-de-obra cativa dos africanos e seus descendentes. A narração relacionou as soluções arquitetônicas e urbanas que permaneceram na fronteira meridional, suas regras e os modelos pensados para as futuras cidades americanas, com a produção econômica escravista do charque, como também com os que trabalhavam no canteiro de obras da área urbana. O trabalho revelou que as opções pensadas e executadas foram decorrentes de soluções estéticas cultivadas, desde o Renascimento, por profissionais com formação acadêmica, quase todos estrangeiros, e do gosto de senhores endinheirados que queriam mostrar erudição e disfarçar a escravidão. Os achados evidenciaram que, para os europeus, erguer o Novo Mundo, não foi o paraíso imaginado; para os africanos, os pardos e os escravos, o inferno foi preparado. Para estes últimos, a morte poderia vir disfarçada de liberdade. O presente livro é derivado da tese de doutorado defendida na PUC-RS, em 1999.

about the author

Ester Judite Bendjouya Gutierrez
Arquiteta e professora do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Pelotas. É mestre e doutora pela PUC-RS e autora do livro Negros, charqueadas & olarias: um estudo sobre o espaço pelotense (EdiUFPel, 1993).

how to quote

GUTIERREZ, Ester Judite Bendjouya. Barro e sangue. Mão-de-obra, arquitetura e urbanismo em Pelotas (1777-1888). Pelotas, UFPelotas, 2004.

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