A travessia da calunga grande
A travessia da calunga grande
Três séculos de imagens sobre o negro no Brasil 1637-1899
Carlos Eugênio Marcondes de Moura
Coleção Uspiana Brasil 500 anos
Edusp, São Paulo ; 1ª edição, 2000
edition: português
paperback
691 p
23 x 29 x 4 cm
2500 g
illustrated
fullcolor
ISBN
85-314-0560-2
(história do brasil)
about the book
O abatimento físico e moral, doenças, maus tratos, assassinatos em massa, marcaram a travessia da Calunga Grande. Os cativos que aqui chegaram - e é assim que se entendiam, pois, mais do que escravos, consideravam-se prisioneiros - são os protagonistas de uma narrativa que este livro se propõe a ilustrar, rastreando sua presença, sua contribuição e a de seus descendentes na construção deste país, ao longo de três séculos.
A pesquisa de que resultou esta publicação procurou as imagens do negro nas mais variadas fontes: literatura de viagens, iconografia produzida pelos artistas viajantes, revistas ilustradas do Segundo Reinado e fotografia. Óleos sobre tela e madeira, desenhos, gravuras, esculturas charges e caricaturas, daguerreótipos, ambrótipos, fotos sobre papel albuminado: cada uma das imagens criadas nesses diferentes suportes é documento de extraordinário interesse para a história social. O conjunto surpreende por sua diversidade e riqueza. Com efeito, foram catalogadas cerca de 2.600 imagens, das quais pouco mais de 500 são reproduzidas. Elas se reportam a três momentos: a invasão holandesa, no século XVII, quando surgem os registros pioneiros sobre o afro-negro e que se devem aos artistas trazidos por Maurício de Nassau; a parca iconografia do século XVIII, conseqüência da inacessibilidade do interior da colônia ao estrangeiro, sobretudo em se tratando das regiões de mineração de ouro e diamantes; a multiplicidade de imagens no século XIX, resultante da abertura dos portos, após a chegada da corte portuguesa, e da vinda de expedições científicas, de diplomatas, negociantes, engenheiros militares, viajantes e, sobretudo, de alguns artistas talentosos, que nos legaram uma documentação riquíssima sobre o cotidiano da vida no Brasil. A estes estrangeiros viriam juntar-se, na segunda metade do oitocentos, os caricaturistas e litógrafos Henrique Fleiuss, alemão e Angelo Agostini, ita1iano, os fotógrafos Christiano Jr., ao que tudo indica português, e Victor Frond, francês, que se incluem entre os pioneiros do jornalismo ilustrado e da fotografia entre nós.
about the author
Carlos Eugênio Marcondes de Moura
Doutor em Sociologia pela USP e tradutor. Foi professor do Serviço de Teatro da Universidade do Pará e do Departamento de Teatro da Escola de Comunicações e Artes da USP.