GT Brasília
GT Brasília
Memórias da preservação do patrimônio cultural do Distrito Federal
Carlos Madson Reis, Sandra Bernardes Ribeiro and Thiago Perpétuo (Orgs.)
Iphan, Brasília; 1ª edição, 2016
edition:
paperback
168 p
23 x 25 x 1 cm
800 g
illustrated
B&W
fullcolor
photos
ISBN
978-85-7334-298-7
about the book
Fora do meio acadêmico, poucos lembram da existência do gt Brasília. Menos ainda são os que sabem da importância do trabalho desse Grupo para o reconhecimento de Brasília como patrimônio cultural brasileiro e mundial. A razão desse esquecimento é que seus estudos ficaram circunscritos aos profissionais da área de preservação e hoje, fora desse ciclo, poucos recordam que sua equipe foi a responsável, por exemplo, pela elaboração do dossiê técnico da vitoriosa candidatura de Brasília à Lista do Patrimônio Mundial, em 1987, nos termos exigidos pela unesco.
O Grupo de Trabalho para Preservação do Patrimônio Histórico e Cultural de Brasília foi criado em 1981, no âmbito do complexo institucional sphan /Pró-Memória, e esteve atuante até o início de 1988. Constituiu a primeira ação governamental específica para tratar a preservação do patrimônio cultural da cidade de maneira institucionalizada e tecnicamente sistematizada. Iniciativa que deu a necessária amplitude conceitual, técnica e institucional à preservação do patrimônio cultural de Brasília, sobretudo no que tange ao seu patrimônio edificado, pois até então essa atividade estava fundada em ações pontuais e descontínuas.
A atuação do gt Brasília, amparada por um termo de cooperação técnica interinstitucional, também inovou na gestão do patrimônio histórico. Pela primeira vez, foi instituído na cidade um processo integrado e compartilhado de preservação cultural envolvendo diferentes níveis governamentais. Participaram do trabalho o Ministério da Educação e Cultura, por meio do sphan /Pró-Memória, o Governo do Distrito Federal, por meio da Secretaria de Educação, além da Universidade de Brasília (UnB). Atitude pioneira para ações dessa natureza e ousada para aquele momento da nossa história. A intuição visionária e integradora de seus idealizadores, acolhendo em sua equipe profissionais das mais distintas áreas do conhecimento – arquitetos, historiadores, urbanistas, antropólogos, paisagistas entre tantos outros – possibilitou ao gt atuar de maneira abrangente e com a devida consistência técnica e institucional.
Seus estudos, sintetizados em diversos documentos, produzidos ainda na velha máquina de escrever, contribuíram para despertar a consciência de que o acervo patrimonial da cidade ia bem além conjunto urbanístico do Plano Piloto. Outras representações existentes em seu território, tais como o pre- -existente vernacular expresso nas fazendas antigas da região e nas cidades de Planaltina e Brazlândia, assim como os remanescentes dos canteiros das obras da cidade (acampamentos pioneiros), além da paisagem natural, com suas exuberantes fauna e flora, constituíam componentes significativos para a construção da ambiência e da memória histórica local.
Esses estudos, também, formam a base do ideário preservacionista da cidade, de onde se originaram inúmeras iniciativas do poder público referentes à preservação do patrimônio cultural da cidade. Por exemplo: o tombamento da Vila Planalto e do Conjunto do ex-Hospital Juscelino Kubitschek de Oliveira, atual Museu Vivo da Memória Candanga.
Nesses termos, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em sendo uma casa de memória por excelência, tinha uma dívida a saldar com a história da preservação do patrimônio cultural de Brasília. Portanto, a Superintendência do Iphan no Distrito Federal, no âmbito das comemorações dos 80 anos do Iphan, tem a alegria de publicar os estudos do gt Brasília, agora revisados e organizados em um único volume, com o cuidado gráfico que o conteúdo exige. Com tal iniciativa, espera-se suprir essa inexplicável lacuna editorial e oferecer aos estudiosos da história da cidade um material de pesquisa da maior relevância.
[Apresentação do livro por Carlos Madson Reis]
about the author
Carlos Madson Reis
Arquiteto e Urbanista pela Universidade de Brasília (1979), mestrado e doutorado pela mesma universidade. É analista de planejamento e gestão urbana - arquiteto do Governo do Distrito Federal e Superintendente do IPHAN/DF.
Sandra Bernardes Ribeiro
Mestre em Arquitetura e Urbanismo pela UnB. Especialista em preservação arquitetônica e urbanística foi técnica do Iphan. É assessora técnica da Secretaria Nacional dos Programas Urbanos do Ministério das Cidades.
Thiago Perpétuo
É historiador formado pela Universidade de Brasília e possui mestrado na área de Preservação do Patrimônio Cultural junto ao programa de mestrado profissional do IPHAN. É servidor público na Superintendência do IPHAN no Distrito Federal.