Vivendo temporariamente num local privilegiado da capital francesa, um estúdio na pequena Praça Furstenberg, é impossível não se sentir prazerosamente acolhido em Paris. Acorda-se com o barulho de pombas gigantes voando entre os galhos das três paulownias, que tornam ainda mais aconchegante esse pequeno lugar, um achado incrustado na trama viária da cidade cosmopolita. Uma ruela de clima afável, que compensa o calor intenso dos dias de verão. Na diagonal do estúdio fica o Museu Delacroix, casa onde o pintor morou e trabalhou, um recanto bastante agradável para se visitar. Em um dia de calor escaldante – parece irreal, mas isso acontece em Paris –, diria que sentar-se nos bancos do jardim interno do museu, que fica de frente aos janelões do ateliê do pintor, é obrigatório. Do banco do jardim, deixa-se a imaginação voar e se visualiza Delacroix pintando em seu ateliê.
A calma dessas pequenas ruas e pátios internos nos remete à estranha sensação de estar em uma cidade do interior e não na metrópole cheia de turistas. Logo ao virar a esquina, entretanto, deparamo-nos com o burburinho das ruas de Buci, nos arredores do Bulevar Saint Germain.
A rua Furstenberg, que rodeia a pequena praça de mesmo nome, finda na rua Jacob, a qual eu seguia rumo à Escola de Belas Artes (rua Bonaparte), onde comecei minhas pesquisas. Em meio aos livros da biblioteca da École National Supérieure d’Architecture Paris-Malaquais (mesmo edifício da Escola de Belas Artes), descobri a obra de Pierre Chareau, a Maison de Verre, que desconhecia. Para minha surpresa, a genial obra de Chareau ficava nos arredores do estúdio, a menos de dez minutos a pé. Paris é, sem dúvida, uma cidade para se andar a pé.
A casa, preservada pela fundação de mesmo nome, é dirigida por um casal de norte-americanos. Para visitar o local é necessário um prévio agendamento, com alguns meses de antecedência. Não tinha esse tempo disponível e solicitei um encaixe em uma das visitas. Conhecer a Maison de Verre traria uma contribuição especial ao meu trabalho. Fui atendida pela presidente da fundação, Sra. Rubin, que inseriu meu nome na lista da visita sequente. Chegando ao local, encontrei meus colegas de tour, um grupo de educados e interessados estudantes japoneses (acho que é o sonho de muitos professores brasileiros). Uma doutoranda norte-americana, hóspede da fundação, nos guiou pela casa. Mais informal que os franceses, Mary Johnson estava descalça, disse-nos que gostava de sentir a textura do piso emborrachado. Ela é uma entusiasta da obra de Chareau. Durante duas horas pudemos compartilhar aquele espaço fantástico. Ficamos, ao final da visita, também contagiados pela excepcionalidade da obra.
A visita à Maison de Verre (1928-1932)
O grupo japonês e eu adentramos no pátio interno do imóvel, já embasbacados com a fachada de tijolos de vidro em forma de L. Pontualmente, Mary se apresentou e deu as primeiras instruções: nada de fotos internas, retirar os sapatos, usar sapatilhas para não danificar o piso original de borracha industrial, e uma última observação antes de iniciarmos a visita: nem todos os espaços estavam abertos à visitação, por se tratar de uma moradia particular.
Pude, no entanto, com seu consentimento, gravar o áudio da apresentação. Num meio civilizado, ninguém ousou driblar nossa anfitriã.
Como diríamos hoje, Pierre Chareau, além de arquiteto, era designer, pois desenvolvia projetos de mobiliários e de interiores. Nesse caso específico, contou com a colaboração do arquiteto holandês Bernard Bijvoët.
Chareau fora contratado por Emile Bernheim para reformar a edificação na qual sua filha, Annie, iria morar com o marido, Dr. Jean Dalsace, médico ginecologista. A edificação antiga deveria abrigar a moradia e a clínica médica. O terceiro pavimento do edifício situado na rua Saint Guillaume nº 31 pertencia a outro proprietário. Portanto, a grande reforma que Chareau pretendia executar no edifício tinha como obstáculo a manutenção do último pavimento. Ele soube com sagacidade manter intacto o terceiro pavimento tendo modificado completamente os pisos inferiores, que constituem a Maison de Verre.
Os blocos de vidro Saint Gobain revestem a fachada frontal e a posterior da casa. Chareau empregou de forma pioneira blocos de vidro num programa residencial de alto luxo e inovadoramente como vedação de panos verticais. A casa recebeu esse nome em decorrência da inusitada parede total de tijolos de vidro.
Nosso tour começou pela engenhosa campainha: três indicações, três sons distintos: um para clínica, um para residência e o último para os serviços domésticos (docteur / visites / services).
Tudo na casa, literalmente tudo, é de uma engenhosidade e uma modernidade ímpares. No vestíbulo de entrada, dois caminhos nos são disponibilizados: um que conduz à clínica e outro à moradia. Atrás de uma espécie de biombo de tela metálica perfurada, encontra-se a escada também metálica que dá acesso ao primeiro pavimento da moradia. Painéis pivotantes de vidro abrem-se ou deslizam silenciosamente por trilhos metálicos dispostos no patamar de acesso à escada. A transparência e a fluidez reinam por todos os espaços. Nem fotos, nem descrições textuais dão conta da riqueza espacial que é a experiência de visitar a Maison de Verre. Nem um possível tour virtual, dos tempos atuais, pode alcançar o efeito da experiência real. A arquitetura é experiência vivenciada. Realidade virtual tem suas utilidades, mas...
Nesta casa, é preciso ver, tatear e ouvir os sons da engenhosa maquinaria: campainhas, mecanismos de controle da caixilharia, painéis corrediços, espelhos reguláveis em diversas alturas. Há uma infinidade de detalhes engenhosos que garantem, até os dias de hoje, o pleno funcionamento da casa. Muitos truques e mecanismos que permitem a flexibilização do espaço. Há uma possibilidade intensa de modificação interna dos espaços da casa.
A edificação é estruturada por pilares metálicos, propositalmente aparentes, pintados de preto e laranja, e que além de permitirem liberdade de organização da planta foram habilmente apropriados como elemento estético. No grande salão, os pilares são protagonistas do espaço. A disposição dos cômodos tanto os da residência e como os da clínica foi facilitada pela liberdade que a estrutura metálica oferece. As circulações privadas (moradores) e semipúblicas (pacientes) orientam a disposição funcional dos espaços. Percorrer os espaços da Maison de Verre é uma verdadeira experiência de promenade arquitetural. Em cada canto, somos surpreendidos por algum detalhe técnico, que tem uma função específica para atender as solicitações do comitente. Ora é o espelho de altura regulável fixado em pilar metálico situado no corredor de acesso: visitante ou paciente podem retocar o visual de acordo com sua estatura. Os criados-mudos da suíte principal são pivotantes; um estratégico passa-prato permite que Annie Dalsace receba no salão azul (salão particular da sra Dalsace) seu chá diretamente da copa. Difícil comentar todos os detalhes técnicos concebidos para atender especificamente o casal de comitentes. Os banheiros são um caso à parte. Dalsace tinha uma visão sanitarista própria aos médicos modernos. Cada quarto tem seu próprio conjunto de lavatório e bidê, camuflado por um painel móvel de tela metálica perfurada, tal qual um biombo. O banheiro do casal tem espaços distintos para o homem e para a mulher. A novidade da inserção de banheiros privativos no programa residencial é de tal forma excepcional que o tema serviu como objeto de pesquisa da tese acadêmica de Mary Jonhson, assim ela comentou. Um último detalhe a citar que demonstra o grau de acuidade de Chareau no desenvolvimento do projeto da Maison de Verre: dr. Dalsace, ao acionar o puxador da porta do consultório para realizar o movimento de sua abertura, é sutilmente obrigado a se reclinar para frente como num gestual de reverência e despedida à cliente que se vai. Quem pensaria nisso? Um arquiteto sensível e meticulosamente atento ao cotidiano do cliente. Ser moderno, para Chareau, não parece ter um caráter impositivo de mudança de hábitos. Propõe um habitar confortável, com um arsenal de dispositivos tecnológicos arrojados, porém adequados ao cotidiano moderno de uma família burguesa da metrópole parisiense.
Refletores dispostos no exterior e direcionados às fachadas de blocos de vidro garantem a iluminação difusa no interior da casa. As aberturas das janelas da lavanderia estão dispostas de tal maneira que, mesmo realizando os trabalhos domésticos, a empregada estava visualmente conectada ao pátio de entrada, monitorando o movimento de entrada e saída da casa.
Chareau empregou os avanços tecnológicos do momento para atender de forma confortável seus clientes. Uma máquina de viver, que funcionou perfeitamente e de acordo com os costumes da época. Uma arquitetura moderna, revolucionária tecnologicamente, inclusive pela incorporação, no programa residencial de uma família burguesa abastada, de elementos construtivos até então só empregados em edificações industriais. Uma arquitetura de vanguarda que não propunha revolução social. A visita à Maison de Verre é uma aula magna de arquitetura. Cumpre ressaltar que Annie e Jean eram amantes da arte moderna. O casal colecionava Picasso, Braque, Luçart, Lipchitz. No salão de sua casa, aconteciam reuniões culturais e políticas com visitantes ilustres ou desconhecidos. Jean Luçart (que fez seu retrato), o músico Darius Milhaud, o ator Louis Jouvet, o poeta Jacquet Prévert, Max Ernst, Pierre Lévy, Jeanne Bucher (galerista), Jacques Lipchitz, entre outros.
Enfatizo que tudo foi meticulosamente estudado para atender com todas as inovações tecnológicas da época às necessidades funcionais e aos desejos de um casal francês burguês do começo do século 20: originalidade do emprego da nova tecnologia para um programa residencial.
Durante a visita, um ligeiro comentário de nossa guia, pode-se dizer uma especulação (1) já levantada sobre o interesse de Le Corbusier em relação à Maison de Verre, me conduziu a hipotéticos passos caminhados por Le Corbusier. Segundo Mary, Le Corbusier teria acompanhado a obra de Chareau quando percorria seu trajeto moradia-atelier. Moradia: rua Jacob, 20; atelier: rua de Sévres, 35. Sabemos que Pierre Chareau e Le Corbusier eram colegas de profissão com interesses comuns. Participavam ativamente de fóruns (2) de vanguarda moderna. Defendiam posições comuns em relação à arquitetura. Pode-se dizer que Le Corbusier, influenciado pela bem-sucedida experiência de Chareau, na Maison de Verre, tenha resolvido também adotar a nova tecnologia do ferro e tijolos de vidro num projeto residencial: as fachadas frontais do edifício Molitor (3) – localizado na rua Nungesser et Coli, 24 –, obra realizada entre 1931 e 1934. Uma clara alusão à célebre residência-clínica de Chareau.
Eu, que estava instalada a poucos metros do endereço de Le Corbusier, na Place Furstenberg, resolvi fazer o hipotético percurso. É divertido imaginar Le Corbusier fazendo o trajeto casa-trabalho. É a vantagem de uma cidade que guarda sua memória edificada. Está tudo lá. Na rua Jacob, 20, me deparei com um grande portão de madeira verde, tão característico na cidade. Nada mais pude ver: é um edifício privado. Da rua Jacob, fui até rua Saint Guillaume, passei em frente à Maison de Verre, que também não se pode ver da rua, somente o portão de madeira marinho, continuei por quebradas até chegar a rua de Sévres. O percurso durou cerca de 20 minutos.
Minha curiosidade não se satisfez com o passeio. A rua Jacob fica no bairro Saint Germain de Prés, é transversal à rua Bonaparte, onde se encontra a Escola de Belas Artes, e paralela ao bulevard Saint Germain. O endereço rua Jacob, 20 guarda outras histórias. Na realidade, o imóvel no qual Le Corbusier morou por 17 anos, entre 1917 e 1933, era de intensa agitação cultural. Ele não o deve ter escolhido aleatoriamente. No mesmo lote de número 20, existia um pavilhão de dois andares, um grande jardim e aos fundos um pequeno templo neoclássico, construção do século 19, que ostenta uma dedicatória no frontão: à l’amitié (à amizade). Em 1909, a poetisa norte-americana Natalie Clifford Barney (4) alugou o pavilhão para sua moradia. Fazia parte de sua rotina cotidiana reunir amigos, intelectuais e artistas para eventos semanais que aconteciam às sextas-feiras, no pavilhão, nos jardins e no templo. Essas reuniões culturais periódicas aconteceram durante toda sua estadia no imóvel, até final dos anos de 1960. Pelos salões literários passaram uma infinidade de personalidades das vanguardas artísticas. Durante o período da primeira guerra, o salão era um refúgio para aqueles que se opunham à guerra. Difícil imaginar que Le Corbusier não travasse contato com os frequentadores das reuniões patrocinadas por Barney. A lista de personagens que participaram desses eventos semanais é extensa e, particularmente, rica no período entre décadas de 1910 e 1930, que coincide com o da estadia de Le Corbusier no mesmo endereço. Rua Jacob, número 20 é um endereço curioso, que guarda, certamente, memórias incríveis. Morar na rua Jaccob, 20 não parece ser uma escolha arbitrária.
Para nós, acostumados às distantes e individualizadas comunicações virtuais, o burburinho coletivo dessas reuniões (as de Annie Dalsace na Maison de Verre e as de Natalie Barney no pavilhão da rua Jacob) parece mais que intrigante. Isso era realmente agitação cultural!
Ao caminhar pelo bairro Saint Germain, pode-se visitar o Museu Delacroix, a Escola de Belas Artes, a aconchegante Place Furstenberg, além dos arredores movimentados e dos pontos turísticos tradicionais, mas àqueles que estudam a história da arquitetura moderna a visita à Maison de Verre é especial.
Por fim, gostaria de ressaltar um tema caro às minhas pesquisas atuais: o papel crucial das duas figuras femininas citadas no texto no que diz respeito à disseminação de valores modernos. De formas completamente diversas, Annie Dalsace e Natalie Clifford Barney contribuíram para propagar as ideias da vanguarda artística. Annie Dalsace apreciava a arte moderna, promovia, em sua casa, reuniões sociais que contavam com a presença de intelectuais, artistas exponenciais do momento e políticos. Sua casa era a expressão do viver moderno: a arquitetura empregava novos materiais construtivos, pioneiramente utilizados para programas residenciais (metais e blocos de vidro). Avanços tecnológicos foram empregados para garantir o máximo de conforto na habitação. Os componentes estruturais – como pilares e vigas, estrutura da escada, divisórias, painéis de vedação –, o mobiliário, os objetos decorativos, os aparelhos domésticos etc eram todos modernos.
O viver moderno do casal Dalsace se completa com a postura profissional do médico ginecologista dr Jean Dalsace, que era precursor das ideias de planejamento familiar, como partidário da contracepção e favorável ao aborto: questões de cunho moderno voltadas à defesa da emancipação da mulher.
A poetisa Barney, em seus salões literários semanais, defendia a liberdade das mulheres, o homossexualismo, os valores feministas, as vanguardas artísticas. Ambas estavam, cada uma à sua maneira, difundindo valores modernos. Annie, em sua casa, exalava modernidade, seja pela própria arquitetura, seja pelo mobiliário ou pelos mecanismos técnicos e aparelhos tecnológicos avançados. Já, Natalie, embora habitando um espaço físico concebido no século XIX, pavilhão e templo onde morava e ocorriam suas reuniões, a maneira de viver era inusitadamente moderna. É interessante observar que o papel da mulher, no processo de difusão de valores modernos, retratado muito mais como de personagem coadjuvante que protagonista, foi, no entanto, responsável por uma infiltração horizontal, como um espraiamento de águas suave e contínuo, de mudança gradual, paulatina, mas duradoura.
notas
1
O interesse de Le Corbusier pela obra de Chareau foi objeto de comentário em outras ocasiões. Cito, como exemplo, o trecho publicado na revista L’Architecture d’Aujourd’Hui n. 31, de 1950: sobre a Maison de Verre, Julius Posener, responsável pela matéria, relatou: “On disait que Le Corbusier se promenait souvent sur le chantier”. Dizia-se que Le Corbusier passeava sempre pelo canteiro de obras. Sobre a casa, ver também: CINQUALBRE, Olivier. Pierre Chareau, La Maison de verre 1928-1933. Cahors, Jean-Michel Place éditions, 2001; VELLAY, Dominique. La Maison de Verre. Steidl, Éditions Actes Sud, 2007.
2
Pierre Chareau participava ativamente das discussões sobre modernidade pertinentes à época. Foi membro fundador do Congresso Internacional de Arquitetura Moderna (CIAM), organizado por Le Corbusier, em 1928, em Sagaz. Ingressou, em 1929, na associação fundada pelo arquiteto Robert Mallet-Stevens, em 1929, União de Artistas Modernos. Dois fóruns de discussões importantes no tocante à arquitetura.
3
Sobre o edifício Molitor: “Le Corbusier’s originality lies in the fact he applies this new technological design feature to private housing. At this time there was only one other architect in France – Pierre Chareau – who was experimenting with this type of design. In fact, the latter’s famous house/clinic, built for Doctor Dalsace in 1931, is said to have greatly influenced the architectural style of 24 Nungesser et Coli”. SBRIGLIO, Jacques. Imeuble 24 N.C. et appartment Le Corbusier. Berlim, Birkhäuser, 1996, p. 16.
4
“Por mais de 60 anos, Barney organizou um salão literário, uma reunião semanal onde as pessoas se reuniam para socializar e discutir literatura, arte, música e qualquer outro assunto de interesse.” Em 1927, Barney inaugurou uma Académie des Femmes (Academia das Mulheres) para homenagear as escritoras Colette, Gertrude Stein, Anna Wickham, Rachilde, Lucie Delarue-Mardrus, Mina Loy, Djuna Barnes e, postumamente, Renée Vivien.(...) Outros visitantes do salão durante os anos 20 foram os escritores franceses André Gide, Anatole France, Max Jacob, Louis Aragon e Jean Cocteau, juntamente com os escritores de língua inglesa Ford Madox Ford, W. Somerset Maugham, F. Scott Fitzgerald, Sinclair Lewis, Sherwood Anderson, Thornton Wilder, T.S. Eliot e William Carlos Williams, além do poeta alemão Rainer Maria Rilke, do poeta bengalês Rabindranath Tagore (o primeiro vencedor do Prêmio Nobel originário da Ásia), o diplomata romeno Matila Ghyka, a jornalista Janet Flanner (que definiria o estilo da The New Yorker), a ativista, jornalista e editora Nancy Cunard, os editores Caresse e Harry Crosby, a colecionadora de arte e mecenas Peggy Guggenheim, a dona de livraria Sylvia Beach (que publicou Ulisses de James Joyce), as pintores Tamara de Lempicka e Marie Laurencin e a dançarina Isadora Duncan”. Wikipedia <www.wikipedia.org>.
sobre a autora
Silvia Palazzi Zakia é pós-doutoranda FAU-USP (Bolsista Capes).