Os biombos japoneses dos séculos 16 e início do 17 mostram a chegada dos comerciantes portugueses na Ilha de Kyushu (terra dos meus avós). Namban-jin é a denominação que os japoneses davam aos portugueses e significa “bárbaros do sul”.

Biombo Namban, portugueses partem de Macau, Museu de Arte Antiga de Lisboa
Foto Victor Hugo Mori
No primeiro par de biombos, o biombo da esquerda retrata a partida dos portugueses, que se imagina ser de Macau, de onde se trazia a seda para comercializar com a prata japonesa.

Biombo Namban, portugueses chegam ao Japão, Museu de Arte Antiga de Lisboa
Foto Victor Hugo Mori
O biombo da direita mostra a chegada dos viajantes no Japão, onde descarregam as mercadorias e se apresentam ao padres jesuítas com sua igreja em estilo japonês.

Biombo Namban, portugueses chegam ao Japão (detalhe), Museu de Arte Antiga de Lisboa
Foto Victor Hugo Mori
No Japão, os jesuítas utilizaram-se da arquitetura japonesa em especial a budista. A estratégia de conversão ali não foi dirigida ao povo, foi centrada da classe guerreira dirigente. A residência dos jesuítas também dispunha da tradicional varanda de convívio “engawa” e salas com tatami. Notar a igreja com telhado em estilo irimoya.

Biombo Namban, conjunto jesuítico, Museu de Arte Antiga de Lisboa
Foto Victor Hugo Mori

Biombo Namban, conjunto jesuítico (detalhe), Museu de Arte Antiga de Lisboa
Foto Victor Hugo Mori
O segundo par de biombos é o mais interessante, pois mostra o conjunto jesuítico, onde algumas cenas merecem maior atenção.

Biombo Namban, chefe português se apresenta aos padres e recebe benção (detalhe), Museu de Arte Antiga de Lisboa
Foto Victor Hugo Mori
a) Depois do portão, um chefe português se apresenta aos padres e recebe benção.

Biombo Namban, japonês convertido em cristão (detalhe), Museu de Arte Antiga de Lisboa
Foto Victor Hugo Mori
b) Ao centro, um japonês convertido em cristão, carrega um rosário na mão esquerda e atira água benta na cabeça.

Biombo Namban, padre conversa com aristocrata japonês (detalhe), Museu de Arte Antiga de Lisboa
Foto Victor Hugo Mori
c) No interior da casa, um padre conversa ou dá ensinamento religioso à um aristocrata japonês.

Biombo Namban, padres jesuítas em sala com tatami (detalhe), Museu de Arte Antiga de Lisboa
Foto Victor Hugo Mori
d) Na parte superior, dois padres jesuítas conversam sendo observado por outro padre em uma sala com tatami.

Biombo Namban, desembarque de comerciantes portugueses no Japão, Museu de Arte Antiga de Lisboa
Foto Victor Hugo Mori
Um terceiro par de biombos retrata a chegada de pequenos barcos, que desembarcam as mercadorias trazidas pelos portugueses, em meio ao cotidiano dos moradores locais.

Biombo Namban, comerciantes portugueses se dirigem à igreja dos jesuítas (detalhe), Museu de Arte Antiga de Lisboa
Foto Victor Hugo Mori
Alguns se dirigem à Igreja dos Jesuítas, neste caso representado por um templo de estilo budista com telhado em pagode.

Biombo Namban, igreja dos jesuítas com telhado em pagode (detalhe), Museu de Arte Antiga de Lisboa
Foto Victor Hugo Mori
A forma de catequese jesuítica no Japão buscou no budismo formas simbólicas para transmitir a doutrina cristã. Não foi só na arquitetura. A Virgem foi representada e denominada de “Maria Kannon”. Kannon é uma divindade feminina no budismo japonês conhecida como Deusa da Misericórdia... além de marca de equipamento fotográfico... ;)
Por fim, um porta missal em madrepérola articulado dos jesuítas executado no Japão.

Porta missal em madrepérola, Museu de Arte Antiga de Lisboa
Foto Victor Hugo Mori