A caminhada se inicia pela praça Oswaldo Cruz, esquina da avenida Paulista com rua 13 de Maio, de onde é possível se avistar a Casa das Rosas, patrimônio preservado à operação coligada que possibilitou a transferência de potencial construtivo para o terreno ao fundo, onde foi erguida uma torre projetada pelo arquiteto Júlio Neves.
No meio do percurso, uma parada obrigatória no melhor e maior acervo de arte moderna na América Latina: o Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand, o popular Masp. No interior, a retomada dos antigos suportes expositivos desenhados por Lina Bo Bardi devolvem o caráter original ao museu. No exterior, o velho e conhecido espetáculo de cidadania na figura de sua praça pública, sempre franqueada ao público, em especial àquele que valoriza a vida cidadã, com seus rituais democráticos.
Por fim, no trecho final da principal avenida da cidade, ocupando uma quadra inteira delimitada pela avenida Paulista, rua Augusta, alameda Santos e rua padre João Manuel, um dos prédios mais significativos da cidade, seja por seu porte fora do limite normal – seus números o equiparam a uma cidade de porte médio do interior –, seja pela qualidade excepcional de sua concepção, a cargo do arquiteto paranaense David Libeskind, um jovem de menos de trinta anos por ocasião do projeto.
[texto de Abilio Guerra]
sobre o autor
Victor Hugo Mori é arquiteto do Iphan São Paulo desde 1987. Autor de Arquitetura militar: um panorama histórico a partir do Porto de Santos(Imesp/Funceb, 2003) e organizador de Patrimônio: atualizando o debate (Iphan/Dersa, 2006).