A Fortaleza de Santo Antônio, na Ilha de Ratón Grande, Baía Norte de Florianópolis, foi concebida e construída a partir de 1739 pelo oficial português Brigadeiro José da Silva Paes, dentro de um sistema de quatro fortificações com função de proteger a Ilha de Santa Catarina. Tombada pelo Iphan em 1938, faz parte do Conjunto de Fortificações Brasileiras na Lista Indicativa do Patrimônio Mundial da Unesco.
Por causa desses fortes, Silva Paes foi criticado: teria sido mais arquiteto civil do que militar. O Forte de Ratones se deixa envolver pelo contexto, desdobra-se na topografia e abre-se para a vista da baía. Parece que Silva Paes foi tomado pela paisagem, o que no futuro viria a se tornar marca distintiva da arquitetura portuguesa.
Se sua capacidade bélica se tornou rapidamente obsoleta, sendo abandonado poucos anos depois de construído, seu diálogo silencioso com a paisagem persiste, prolongando seu significado em direção ao futuro.
[texto de João Serraglio]
sobre os autores
Ronaldo Azambuja é fotógrafo e mora em Florianópolis, Estado de Santa Catarina.
João Serraglio é arquiteto, sócio da LOTO arquitetos, e co-autor de Hans Broos: memória de uma arquitetura (Ed. do autor, 2018).